Skip to content Skip to footer

Rumo à Felicidade

Livro: Rumo à Felicidade, de Dom Fulton Sheen

Por Arcebispo Fulton J. Sheen

Dom Fulton Sheen foi um arcebispo norte-americano, de profunda humildade, oração e de um intelecto afiado. Este servo de Deus soube usar os meios de comunicação a favor do Reino de Deus e pela salvação das almas, uma vez que, além dos inúmeros livros que escrevera, foi pioneiro na evangelização pela TV e rádio com suas aulas e pregações que encheram de esperança e sentido a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Chegando a escutar de São João Paulo II:

Encontro de Dom Fulton Sheen e São João Paulo II
“Vós tendes escrito e falado bem de Jesus Cristo. Vós sois um filho fiel da Igreja”

O que é a Verdadeira Felicidade?

Com toda certeza podemos afirmar que a verdadeira felicidade não se encontra na finitude das coisas terrenas, sejam elas a riqueza, o poder, o orgulho, a mentira, nem mesmo em coisas temporais, como os prazeres, em viagens e experiências das mais diversas… Não! Fomos criados para o infinito e em nossos corações há um desejo pelo Infinito! Logo, devemos nos questionar: porque depositar nossos esforços em buscar a felicidade no que é perecível? Devemos, portanto, almejar os Céus, a Pátria Celeste, a vivermos de fato como Cristo e na esperança de Cristo Ressuscitado, como nos exortara no Sermão da Montanha para que sejamos “perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5, 48). Eis o que é a Verdadeira Felicidade: buscarmos a Deus e em tudo fazer a Sua santíssima Vontade!

“Nunca serás feliz se a tua felicidade depender somente daquilo que tu desejas. Muda o teu foco. Encontra um novo centro, será o que Deus quiser, e ninguém poderá tirar a tua alegria” – Bispo Fulton Sheen

Renovemos a nossa confiança em Deus, meus amados irmãos e irmãs deste Apostolado Rumo à Santidade, deixemos penetrar em nossos corações estes piedosos conselhos de Fulton Sheen para alcançarmos a Verdadeira Felicidade, aquela a qual pode saciar o desejo pelo infinito presente em nossos corações!

Sumário

INTRODUÇÃO

Plano e Propósito

FELICIDADE

Capítulo I — Contentamento
Capítulo II — Humildade
Capítulo III — Egoísmo
Capítulo IV — Alegria
Capítulo V — Estará o homem moderno longe da Paz?
Capítulo VI — O Eu e a Lei Moral
Capítulo VII — Desprendimento
Capítulo VIII — Regresso ao Nada
Capítulo IX — O Subterrâneo
Capítulo X — A necessidade de Revolução
Capítulo XI — Alegria Interior
Capítulo XII — O Amor é Infinito
Capítulo XIII — A Filosofia do Prazer

TRABALHO

Capítulo XIV — Trabalho
Capítulo XV — Repouso
Capítulo XVI — Os Ociosos da Praça

AMOR

Capítulo XVII — As Três causas do Amor
Capítulo XVIII — O Amor na Decepção
Capítulo XIX — Amor Verdadeiro
Capítulo XX — Os Efeitos da falta de Amor
Capítulo XXI — O Infinito e o Sexo
Capítulo XXII — Reflexões sobre o Amor
Capítulo XXIII — O Mistério do Amor
Capítulo XXIV — Amor e Êxtase

AS CRIANÇAS

Capítulo XXV — Maternidade
Capítulo XXVI — Pais e Filhos

JUVENTUDE

Capítulo XXVII — Sangue, Suor e Lágrimas
Capítulo XXVIII — Os Adolescentes
Capítulo XXIX — Ainda os Adolescentes
Capítulo XXX — Amores da Juventude

DESTINO DO HOMEM

Capítulo XXXI — Supremo Valor
Capítulo XXXII — Riqueza e Poder
Capítulo XXXIII — Em Deus está a nossa Conservação

PAZ INTERIOR

Capítulo XXXIV — O Pecado Impune
Capítulo XXXV — Concentração
Capítulo XXXVI — O Espírito de Perdão
Capítulo XXXVII — Vida Interior
Capítulo XXXVIII — Uma rápida Psicanálise
Capítulo XXXIX — Autodisciplina
Capítulo XL — Amabilidade
Capítulo XLI — O Medo e a Ética
Capítulo XLII — Repouso e Meditação

DAR

Capítulo XLIII — É melhor Dar que Receber
Capítulo XLIV — O Problema de Dar
Capítulo XLV — O Espírito de Servir
Capítulo XLVI — Como se há de Dar

CONVIVÊNCIA

Capítulo XLVII — A Divina Psicologia da Murmuração
Capítulo XLVIII — Homens Atômicos

O HOMEM

Capítulo XLIX — O Progresso
Capítulo L — O Homem Massa
Capítulo LI — Incitamento à Vida Interior
Capítulo LII — Moralidade de Espirro
Capítulo LIII — O que nos torna normais
Capítulo LIV — Como Vencer os Maus Hábitos
Capítulo LV — Presteza para o Sacrifício
Capítulo LVI — Poderá a Compaixão subsistir por si só?
Capítulo LVII — Por que não somos melhores
Capítulo LVIII — A revolução começa pelo Homem
Capítulo LIX — Ainda há Esperança

INTRODUÇÃO

Plano e Propósito

Estes artigos foram escritos com um particular propósito, um método especial e um espírito intencional. Será seu propósito levar aos corações conforto, remédio e esperança; às inteligências, verdade e luz; às vontades, bondade, força e coragem. O método será a aplicação da moral eterna e dos princípios espirituais aos problemas básicos da vida individual e social de hoje. O seu espírito será o da caridade: o amor de Deus e o amor do próximo.

E este prefácio deseja explicar os pressupostos basilares deste livro.

PRIMEIRO — O demasiado ascendente adquirido nos nossos dias pela política é um indício de que o povo não governa, mas é governado. A complexidade da nossa civilização obriga a organizar-nos em grupos cada vez mais amplos; tornamo-nos assim tão atentos ao governo do que existe fora de nós que negligenciamos o governo de nós mesmos. Entretanto, o segredo do aperfeiçoamento social estará sempre baseado no aperfeiçoamento pessoal. Refazei o homem e refareis o mundo. Urge restituir ao homem o respeito por si mesmo e dar-lhe a honra adequada: — livrá-lo-á isto de se curvar, covardemente, perante aqueles que ameaçam escravizá-lo, e dar-lhe-á coragem para defender sozinho, se preciso for, o que é justo, quando o mundo for injusto.

SEGUNDO — Como a sociedade é constituída de homens, também, por sua vez, o homem é constituído pelos seus pensamentos, pelas suas decisões e pelas suas preferências. Nada jamais aconteceu no mundo que não tenha acontecido, primeiro, no espírito de algum homem: — a realidade material do arranha-céus concretiza apenas o sonho do arquiteto. A própria realidade do nosso ser físico é uma consequência dos nossos pensamentos: — os psicólogos reconhecem o fato de que o nosso corpo só se cansa por causa do cansaço do espírito.

Inquietação, ansiedade, temor e tédio sentem-se fisicamente: a fadiga mental manifesta-se em nós em fadiga física. A razão fundamental do cansaço da alma é o conflito que existe em todos, entre o ideal e a realização, entre o que devemos ser e o que somos, entre o que desejamos e o que possuímos, entre a nossa capacidade de entender e os mistérios incompreensíveis do universo. Não pode subsistir uma casa dividida contra si mesma; no homem, esta perene tensão só pode ser aceita e tornar-se suportável por uma doação de si mesmo a Deus. Aconteça, depois, o que acontecer, será bem-vindo como uma dádiva de amor; não nos pode sobrevir a decepção, porque não temos qualquer desejo obstinado, egoísta.

Só pode salvar-se a sociedade, se for salvo o homem destes conflitos insuportáveis, e o homem só deles poderá libertar-se se for salva a sua alma. Ainda não há muito tempo, depositavam os homens no progresso material a sua esperança de felicidade; agora, passou este aspecto de superficial otimismo; o fardo pesado de inquietação e ansiedade acerca do futuro da raça e do indivíduo, tornou os homens conscientes da sua alma.

TERCEIRO – A nossa felicidade consiste em realizar a finalidade do nosso ser. Todo o homem sabe, pelo seu próprio desejo ardente mas insatisfeito por elas, que foi dotado de capacidade para três coisas, de que nunca se sente com o bastante. Quer vidanão por poucos minutos, mas para sempre, e sem velhice ou doença que a ameacem. Quer também apoderar-se da verdadenão por eleição forçada entre verdades matemáticas ou geográficas, mas quer toda a verdade. Quer em terceiro lugar amornão com limite de tempo, nem misturado com a saciedade ou desilusão, mas amor que seja um êxtase permanente.

Estas três coisas não se podem encontrar, em plenitude, nesta vida: sobre a terra, a vida é ensombrada pela morte, a verdade misturada com o erro, o amor associado ao ódio. Compreendem, porém, os homens que não anelariam por estas coisas na sua pureza, se não fosse possível encontrá-las, algum dia. Portanto, sendo dotados de razão, procuram a fonte donde derivam estas misturadas e imperfeitas gotas de vida, de amor e de verdade.

Esta procura assemelha-se a investigar a origem da luz num quarto: ela não pode vir de debaixo duma cadeira, onde a luz está misturada com trevas e sombras. Mas pode vir do sol, onde a luz é pura, sem quaisquer sombras ou trevas que a ofusquem. Indo à procura da origem do amor, da luz, da verdade, como aqui os conhecemos, temos de ultrapassar os limites deste mundo envolto em sombras — para uma Verdade não misturada com a sua sombra, o erro para uma Vida não misturada com a sua sombra, a morte — para um Amor não misturado com a sua sombra, o ódio. Temos de procurar a Pura Vida, a Pura Verdade e o Puro Amor — eis a definição de Deus. A Sua Vida é bastante pessoal para ser Pai; a Sua Verdade, bastante pessoal e compreensível para ser Filho; o Seu Amor é tão profundo e espiritual que é Espírito.

Quando bastantes homens tiverem encontrado este caminho da felicidade, encontrar-se-ão também uns aos outros na fraternidade. Aparecerá depois a Paz social.

FULTON J. SHEEN