

Novembro é dedicado ao culto dos mortos, à devoção às almas do purgatório. De primeiro a trinta deste mês, vamos relembrar nossos deveres de justiça e de caridade para com nossos defuntos, vamos sufragar-lhes as pobres almas que estão sofrendo no purgatório. Como é bela e utilíssima esta devoção!
Novembro é dedicado ao culto dos mortos, à devoção às almas do purgatório. De primeiro a trinta deste mês, vamos relembrar nossos deveres de justiça e de caridade para com nossos defuntos, vamos sufragar-lhes as pobres almas que estão sofrendo no purgatório. Como é bela e utilíssima esta devoção!
Que não será o que lesa o direito das pobres almas?“Que juízo tremendo e duro não há de ser o de quem defraudou os direitos dos mortos ? Lesar um pobre, disse o Quarto Concilio de Cartago, é se fazer assassino do pobre”
Santa Teresa viu almas entrarem no céu sem terem passado pelo purgatório. Procurar evitar o purgatório é o melhor meio de se livrar dele. Evitemos o pecado venial, sejamos fiéis ao nosso dever, tenhamos uma grande pureza de intenção em nossos atos. Façamos muitas obras de caridade, fujamos de toda vaidade e hipocrisia em nossas ações, sejamos sinceros, humildes, simples, tenhamos paciência em nossos sofrimentos, sejamos resignados à vontade de Deus em todas as coisas. Quantos meios ao nosso alcance para evitarmos o purgatório! Zelemos a pureza de consciência e a pureza de intenção. Não é impossível escapar do purgatório. Está em nossas mãos. Uma alma fervorosa se abrasa neste mundo nas chamas do Divino Amor que purifica cada dia mais e se santifica de tal modo, que logo se lhes abram as portas do céu.“Aqui, disse Santa Catarina de Genova, pagamos com um, a dívida de mil, e na outra vida precisamos de mil para pagar um... Está em nossas mãos ganhar muito e preparar a entrada do céu logo depois da morte”
“Não é visitar os enfermos, diz o Santo Doutor, obter por nossas orações o alívio das pobres almas que sofrem no purgatório? Não é dar de beber aos que têm sede tão grande da visão de Deus, dar o orvalho da nossa oração às que estão entre as chamas? Não é dar de comer aos que têm fome, ajudá-las pelos meios que a fé nos oferece? Não é verdadeiramente libertar os prisioneiros? Não é vestir os nus e lhes dar uma veste de luz e de glória? Não é dar hospitalidade, dar entrada na Celeste Jerusalém e fazer as almas amigas de Deus e dos Santos, fazendo-as moradoras eternas da Eterna Sião?” (1)
Sob este aspecto parece mais necessária realmente a oração pelos pecadores. Todavia, sabemos que a glória de Deus exige a libertação das pobres almas, almas queridas, cuja sorte depende de nós somente. Que será delas sem nós? O pecador abusa da graça, está no tempo de poder lucrar méritos e graças e não aproveita, põe obstáculo aos nossos esforços, não aproveita muita vez o que fazemos por ele. Pela opinião de vários autores piedosos e teólogos, e entre outros o rei dos teólogos, Santo Tomás de Aquino com a sua autoridade de maior Doutor da Igreja, afirma que Deus acolhe com mais fervor a oração que Lhe fazemos pelos mortos do que a que Lhe dirigimos pelos vivos."Os pecadores estão arriscados a se perderem, e no caminho da eterna condenação, dizem, e as almas estão já na segurança do céu"
— “Eu sou a Rainha do céu, eu sou a Mãe de misericórdia, e o caminho por onde voltam os pecadores a Deus. Não há pena no purgatório que não se alivie e que por mini não se torne menor do que si o fora sem mim” (1)Outra vez a Santa ouviu Jesus dizer à sua Mãe:
A providencia maternal de Nossa Senhora se estende sobre seus filhos na terra e no purgatório. Ela nos socorre e ajuda até depois da morte nas chamas expiadoras. É uma verdade de fé que as almas do purgatório podem ser não só aliviadas em seus padecimentos, mas até libertadas das chamas expiadoras pelas orações, satisfações e boas obras, e pelo Santo Sacrifício da Missa, enfim, pelos sufrágios dos vivos. Todavia, a Igreja nada definiu sobre o socorro que possam os Santos do céu dar às almas padecentes. Não houve necessidade de uma definição, porque o que os hereges contestaram desde Lutero principalmente, foi o sufrágio dos vivos e até a existência do purgatório. Quem entretanto pode negar que a Igreja Triunfante possa auxiliar a Igreja Padecente?“Tu és minha Mãe, és a Rainha do céu, és a Mãe de misericórdia, és o consolo dos que estão no purgatório e a esperança dos pecadores na terra” (2)