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Três Cruzes

Meditação para o Dia 12 de Julho

Santa Margarida Maria conta, numa das visões do Coração de Jesus que, num dia de Páscoa, Nosso Senhor lhe apresentara três cruzes. Perguntou-Lhe a santa a significação de tais cruzes.

“Minha filha – responde o Mestre – serás muito perseguida pelo Demônio, pelo mundo e por ti mesma”

Eis aí as cruzes maiores de nossa vida. O Demônio, invejoso de nossa felicidade e do tesouro incomparável da graça que nos foi dada em abundância no Calvário, pelos méritos de Jesus Crucificado, que são nossos, aquele espírito do mal de tal modo nos persegue que, no dizer da Escritura, parece um leão furioso a rugir em torno de nós – tanquam leo rugiens. Que martírio o das tentações! O inferno não nos deixa em tréguas. Pobres almas tentadas, consolai-vos! É a vossa cruz! Aceita-a pacientemente.

O mundo é também uma cruz e bem pesada. Quanta sedução perigosa, quanta mentira e falsidade! O mundo, chafurdado na lama e embriagado no prazer dos sentidos,amais há de compreender as almas que se entregam a Nosso Senhor. É justo e natural que as persiga. Não estranheis a perseguição do mundo.

Mundum vos odit – “O mundo vos odeia”, disse Jesus

Finalmente, a nossa maior cruz talvez seja a terceira, nós mesmos, esse eu orgulhoso, difícil, rebelde, a arrastar-nos sempre ao pecado e aferir-nos. Ah! Se não o perseguimos estaremos perdidos. Diz o Evangelho, para nos inculcar como devemos combater o orgulho e o amor-próprio:

Qui amat animam suam perdet eam – “Quem ama a sua alma, perde-a”

Meu Jesus, pela Vossa cruz, ajudai-me a carregar minhas três cruzes!

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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 211)