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Tag: pecado

Do juízo e das penas dos pecadores

Livro I. AVISOS ÚTEIS PARA A VIDA ESPIRITUAL

Capítulo XXIV

1. Em todas as coisas olha o fim, e de que sorte estarás diante do severo Juiz a quem nada é oculto, que não se deixa aplacar com dádivas, nem aceita desculpas, mas que julgará segundo a justiça. Ó misérrimo e insensato pecador! Que responderás a Deus, que conhece todos os teus crimes, se, às vezes, te amedronta até o olhar dum homem irado? Por que não te acautelas para o dia do juízo, quando ninguém poderá ser desculpado ou defendido por outrem, mas cada um terá assaz que fazer por si? Agora o teu trabalho é frutuoso, o teu pranto aceito, o teu gemer ouvido, satisfatória a tua contrição.

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A Pré-História Bíblica: A Queda Original

Lição 1: O paraíso terrestre

O documento javista, além de apresentar o casal humano e sua dignidade no mundo, aborda a difícil questão da origem do mal ou o tema do pecado original. Este assunto tem sido muito controvertido nos últimos decênios; não é de alcance das ciências naturais nem da filosofia, mas pertence ao plano da fé. Por isto só poderá ser devidamente considerado se levarmos em conta as declarações do magistério da Igreja atinentes à temática do pecado originai. É o que vamos fazer: estudaremos o texto bíblico em seus aspectos lingüísticos e humanos e procuraremos ouvir o que a respeito tem dito a Santa Igreja no decorrer dos séculos. O primeiro ponto a encarar é o do paraíso terrestre (Gn 2,8-15). A Bíblia nos fala de um jardim ameno, irrigado por quatro rios: o Fison, o Geon, o Tigre e o Eufrates. Os estudiosos têm procurado localizar esse paraíso: o Tigre e o Eufrates são rios da Mesopotâmia muito conhecidos, mas o Geon e o Fison não podem mais ser identificados. Foram propostas, no decurso dos tempos, cerca de oitenta sentenças para situar o paraíso terrestre. Hoje em dia, porém, os estudiosos julgam que esse "jardim bíblico” não significa um lugar determinado, mas tão somente o estado de harmonia e felicidade a que o homem foi levado logo depois de criado.

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O Santo temor de Deus que deve procurar a alma devota

Apêndice. O Santo temor de Deus que deve procurar a alma devota - Bálsamo Espiritual «Suplico-vos, cara filha, para honra de Deus não O temais, pois nenhum mal vos quer fazer, amai-O bastante para que vos queira fazer muito bem», falava assim São Francisco de Sales a uma alma devota (em suas cartas espirituais). Palavras que se não fossem ditas por um Santo, poderiam escandalizar muito, principalmente aos devotos. Eles diriam: este Santo desaprova pois o temor de Deus, que é o princípio da sapiência, e dom do Espírito Santo? Pode ser Santo quem exorta e pede a uma alma devota que não tema a Deus? Todavia são palavras dignas de um Santo e tão célebre na ciência espiritual como é São Francisco de Sales, permita, pois que vo-las repita. Não penseis que ele desaprova o temor de Deus, que é o princípio da sabedoria, e dom do Espírito Santo, e sim o temor que nasce da desconfiança, produz inquietação, e em vez de honrar a Deus, O desonra, eis o que quero expulsar da vossa consciência, não vos faria bem nenhum, e poderia fazer-vos muito mal. O temor de Deus é o fundamento e base da perfeição cristã por isso é essencial até ás almas mais devotas e santas, e justamente são condenados os falsos místicos que ensinam que o temor de Deus se opõem á perfeição da caridade, isto é, ao amor de Deus, por isso desejo que sempre vos acompanhe para vos livrar do pecado, mas convém ter dele justa ideia para vos ajudar a obter a perfeição, de outro modo sereis pusilânime, desconfiada, medrosa, privada da paz do coração, refleti como deve ser o temor reto.

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Da Fugida das Ocasiões

Cor durum habebit male in novissimo; et qui amat periculum, in illo peribit —“O coração endurecido se sentirá mal no fim; e quem ama o perigo, nele perecerá” (Eclo 3, 27)

Sumário. O demônio se ri de todos os propósitos e promessas de um pecador que se arrepende, se não evitar a ocasião. O espírito maligno sabe por experiência que, quem se expõe voluntariamente ao perigo, com certeza se perderá; porquanto a ocasião, especialmente em matéria de prazeres sensuais, é como que uma venda, que cobre a vista e não deixa ver nada. Quem, pois, quer salvar-se, deve absolutamente afastar-se da ocasião do pecado; seja um companheiro, certa casa, uma relação, um livro.

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Do grande mal que fazem os que ocultam os Pecados na Confissão

Pro anima tua ne confundaris dicere verum —“Não te envergonhes de falar a verdade, quando se trata da tua alma” (Eclo 4, 24)

Sumário. O demônio, depois de obcecar tantas pobres ovelhas de Jesus Cristo, induzindo-as a pecar, faz como o lobo; apanha-as pelo pescoço, a fim de que não gritem por socorro, confessando-se sinceramente. E deste modo fazendo que cometam novo pecado, de ordinário mais grave que o primeiro, como é o sacrilégio, leva-as com segurança ao inferno. Oxalá que aquelas almas desgraçadas compreendessem o grande mal que causam a si mesmas, e o grande bem de que se privam pela maldita vergonha na confissão!

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Beleza e utilidade da Perfeição Cristã

Capítulo 9. Beleza e utilidade da Perfeição Cristã - Bálsamo Espiritual

I

Quando uma coisa tem estes dois predicados, beleza e utilidade atrai o coração das criaturas com doce violência, que as obriga a amá-la, e buscar possui-la; como desejo que vos apaixoneis pela perfeição cristã, e procureis com muito empenho conseguir sua feliz posse, quero apresentar-vos parte da sua celeste beleza, e algumas razões da sua incompreensível utilidade. Começando pelo primeiro destes predicados, quanto é belo a Santidade que consiste na simples posse da graça santificante, tal beleza tem que enamora não só os Santos e Anjos, mas até o próprio Deus; a alma que a possui é na realidade amiga do Senhor, sua filha, embora tivesse e tenha bastantes manchas veniais. Ainda que uma alma fosse manchada com um milhão de faltas veniais, tendo a graça santificante, seria, porém resplandecente com tal formosura, que agradaria a Deus, que sempre a olharia como sua amiga e filha.

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Não é mui difícil obter-se a perfeição cristã

Capítulo 7. Não é mui difícil obter-se a perfeição cristã - Bálsamo Espiritual Se para a posse desta somente se requer a união completa com a vontade divina, e para havê-la é preciso evitar até as culpas veniais, e buscar nas coisas que não são ordenadas nem proibidas, o maior gosto de Deus; para vos convencer que não é mui difícil adquirir a perfeição cristã, união perfeita da nossa vontade com a de Deus, convém dizer que não custa muito evitar o pecado venial, e buscar em todas as coisas o maior gosto de Deus. Acerca destes vou fazer importante distinção.

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Tormentos interiores do Pecador

Contritio et infelicitas in viis eorum, et viam pacis non cognoverunt — “Aflição e calamidade há nos caminhos deles; e não conheceram o caminho de paz” (Sl 13, 3)

Sumário. Pobres pecadores! Pretendem ser felizes por meio dos pecados, mas como assim servem ao demônio, que é um tirano, só encontram a amargura e remorsos. É só Deus quem dá a paz, e Deus a dá a seus amigos, mas não a seus inimigos. Quantos homens se tornariam grandes santos, se sofressem por Jesus Cristo o que sofrem para se condenarem. Por isso gritam desesperados no inferno: Cansamo-nos no caminho do pecado! Não sejamos nós tão insensatos e aprendamos à custa dos outros.

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Excelentes sentenças sobre a misericórdia de Deus para conforto dos pusilânimes

Capítulo 4. Excelentes sentenças sobre a misericórdia de Deus para conforto dos pusilânimes - Bálsamo Espiritual Quem perdendo a esperança do perdão divino se abandona à desesperação, não acredita que Deus é Onipotente; pois pensa que há pecados que Ele não possa perdoar; mas também o supõem mentiroso, pois tendo prometido pelo Profeta que apenas o pecador chorar suas culpas o Senhor as esquecerá de todas, contra isto dizem os descendentes de Caim: A gravidade do meu pecado impossibilita o perdão. Blasfemo, o que dizes? Se Deus não pode perdoar, vencido pela grandeza do pecado, tu o privas da Onipotência; se não quer per-doar, O acusas de mentiroso, pois não cumpre o que tantas vezes prometeu por meio dos Profetas. O Salmo 144 diz que o Senhor é piedoso, clemente e mui misericordioso; manso e suave com todos, e que Sua misericórdia excede todas as Suas obras. Há, pois, coisa mais admirável do que haver criado o Céu com tantas estrelas que o iluminam, a terra com inumerável diversidade de animais, árvores, e tudo o mais, haver criado exércitos de Espíritos Angélicos? Quem ousaria afirmá-lo, se o Profeta não dissesse claramente que a misericórdia de Deus excede todas as Suas obras?

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Escravidão do pecado

Escravidão do pecado, Tesouros de Cornélio à Lápide

O pecado faz-nos escravos

Escutai aquilo que diz o mesmo Jesus Cristo: Em verdade, em verdade, Eu vos digo, todo aquele que peca, é escravo do pecado: Amen, amen dico vobis, quia omnis qui facitpeccatum, servus estpeccati (Jo 8, 34). Ó miserável servidão!, exclama Santo Agostinho; o escravo de um homem, cansado dos duros tratamentos de seu dono, pode algumas vezes achar repouso na fuga; porém, o escravo do pecado, onde poderá ocultar-se? Em qualquer parte onde se esconda, faz-se traição a si mesmo. A má consciência não pode fugir de si mesma, não há lugar onde possa ir para ser livre; persegue-se, ou melhor, sempre está ali; porque o pecado está em seu interior[1]. Prometem-se a liberdade, diz o Apóstolo São Pedro, quando, de fato, eles mesmos tornam-se escravos da corrupção; pois quem é vencido por outro, deste mesmo vencedor toma-se escravo: Libertatem illis promittentes, cum ipsi servi sint corruptionis; a quo enim quis superatus est, hujus et servus est (2 Pd 2, 19).

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