Meditação para o Dia 14 de Outubro
É uma regra de ouro da caridade cristã. Neste mundo nunca estamos sem alguma cruz, e cruz que nos vem do próximo. As desigualdades de gênio, condição, educação e caráter, geram mil aborrecimentos, mal-entendidos, questiúnculas e muitos outros males torturantes para o nosso espírito e que tanto nos afligem o coração… Paciência, alma cristã! Não convém acrescentar nova dor a outra dor. A perturbação, a impaciência, a vingança, aumentam o peso daquela cruz. Resignemo-nos ao ato heroico de “sofrer de todos e não fazer ninguém sofrer”. Assim dizia um santo:
“Não prejudicar a ninguém e fazer o bem a todos” – Nemini! Obesse, omnibus prodesse
O perdão é um bálsamo suave. Alivia a quem sofre a injúria, consola o Coração de Jesus e costuma ligar os corações, desunidos pelo ódio com laços de uma estreita amizade. Soframos do próximo que nos aborrece, tudo o que Nosso Senhor permitir que ele nos faça, vendo nele o instrumento da Justiça Divina a castigar-nos de nossos pecados e infidelidades. Suportemos os defeitos alheios, porque também os temos, ignorando, talvez, quanto estes custam ao próximo. São Paulo quer que nos ajudemos mutuamente a carregar o pesado fardo da vida – Alter alterius onera portate. Só conseguiremos isto, praticando aquela regra de ouro:
“Sofrer de todos e não fazer sofrer a ninguém”
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 309)