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Tag: sagradas escrituras

Da leitura das Sagradas Escrituras

Livro I. AVISOS ÚTEIS PARA A VIDA ESPIRITUAL

Capítulo V

1. Nas Sagradas Escrituras devemos buscar a verdade, e não a eloquência. Todo livro sagrado deve ser lido com o mesmo espírito que o ditou. Nas Escrituras devemos antes buscar nosso proveito que a sutileza da linguagem. Tão grata nos deve ser a leitura dos livros simples e piedosos, como a dos sublimes e profundos. Não te mova a autoridade do escritor, se é ou não de grandes conhecimentos literários; ao contrário, lê com puro amor a verdade. Não procures saber quem o disse; mas considera o que se diz.

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A Pré-História Bíblica: Os setenta povos. Babel

Lição 1: Os Setenta Povos

Após o dilúvio, o texto bíblico apresenta em Gn 10 uma tabela de 70 povos, e, em 11,1-9, o episódio da torre de Babel. Examinemos cada trecho separadamente. Quem lê Gn 10, talvez se sinta enfastiado por aí só encontrar listas de nomes, que representam os descendentes de Noé e de seus filhos Sem, Cam e Jafé. Todavia, analisando melhor o conteúdo de tal capítulo, o leitor descobre aí também uma profunda mensagem religiosa. Queira ler Gn 10,1-32. 1. Tentemos identificar os nomes apresentados... Verificamos então que - os filhos de Jafé correspondem aos povos da Ásia Menor e das ilhas do Mediterrâneo, estendendo-se até o litoral da Espanha; - os filhos de Cam ocupam as regiões do Sul: Egito, Etiópia, Arábia, Canaã; - os filhos de Sem habitam a Mesopotâmia e a Arábia.

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A Pré-História Bíblica: O Dilúvio Bíblico

Lição 1: Exame do texto de Gn 6-9

Logo após a linhagem dos setitas, o texto sagrado apresenta o dilúvio bíblico. Tal episódio se reveste de grande importância no contexto de Gn 1-11: ocupa quatro capítulos (6-9) e significa mais uma expressão do pecado, que, iniciado pelos primeiros pais, se vai alastrando cada vez mais. O episódio do dilúvio tem-se prestado a comentários por vezes fantasistas, que destoam da mensagem do texto sagrado. Por isto começamos o estudo desse trecho bíblico examinando atentamente os seus dizeres.

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A Pré-História Bíblica: Caim e Abel, Cainitas, Setitas e Semitas

Lição 1: Caim e Abel

Logo após a descrição da queda original, o autor sagrado apresenta o morticínio de Caim, que matas eu irmão Abel. Cf. Gn 4,1-16. Quem observa este episódio, verifica que supõe um estado adiantado da cultura humana, ou seja, o período neolítico: os homens já domesticavam os animais, de modo que Abel é pastor, e já cultivavam industriosamente a terra, de modo que Caim é agricultor (4,2); Caim funda uma cidade (4,17), tem medo de se encontrar com outros homens (4,14), sabe que haverá um clã pronto para defendê-lo... Diante destes traços literários, os autores propõem duas maneiras de entender o episódio:

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A Pré-História Bíblica: A Queda Original

Lição 1: O paraíso terrestre

O documento javista, além de apresentar o casal humano e sua dignidade no mundo, aborda a difícil questão da origem do mal ou o tema do pecado original. Este assunto tem sido muito controvertido nos últimos decênios; não é de alcance das ciências naturais nem da filosofia, mas pertence ao plano da fé. Por isto só poderá ser devidamente considerado se levarmos em conta as declarações do magistério da Igreja atinentes à temática do pecado originai. É o que vamos fazer: estudaremos o texto bíblico em seus aspectos lingüísticos e humanos e procuraremos ouvir o que a respeito tem dito a Santa Igreja no decorrer dos séculos. O primeiro ponto a encarar é o do paraíso terrestre (Gn 2,8-15). A Bíblia nos fala de um jardim ameno, irrigado por quatro rios: o Fison, o Geon, o Tigre e o Eufrates. Os estudiosos têm procurado localizar esse paraíso: o Tigre e o Eufrates são rios da Mesopotâmia muito conhecidos, mas o Geon e o Fison não podem mais ser identificados. Foram propostas, no decurso dos tempos, cerca de oitenta sentenças para situar o paraíso terrestre. Hoje em dia, porém, os estudiosos julgam que esse "jardim bíblico” não significa um lugar determinado, mas tão somente o estado de harmonia e felicidade a que o homem foi levado logo depois de criado.

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A Pré-História Bíblica: As Origens

Lição 1: O relato javista e a origem do homem

Sabemos que em Gn 2,4b tem início outra narração referente às origens, de estilo mais primitivo que a anterior; recorre a muitos antropomorfismos (Deus é oleiro, jardineiro, cirurgião, alfaiate, em vez de criar com a sua palavra apenas, como em Gn 1,1 -2,4a); não menciona nem o mar com seus peixes nem os astros (o que revela horizontes limitados). Data do século X a.C. (fonte javista, J). Essa descrição começa por notar que não havia arbusto, nem chuva nem homem, mas apenas uma fonte da água, que ocasionava a existência de barro. Para compreender a intenção do autor sagrado, examinemos, antes do mais, a dinâmica do texto em pauta: Muito estranhamente, Deus cria em primeiro lugar o homem (2,7). Depois planta um jardim ameno, onde o coloca (2,8.15); verifica que o homem está só (2,18). Cria os animais terrestres (2,19); mas o homem continua só (2,20). Então Deus cria a mulher e a apresenta ao homem, que exclama:

"Esta sim! É osso dos meus ossos e carne da minha carne!" (2,23).

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O Hexaémeron

A quarta etapa do nosso Curso apresenta a exegese de textos bíblicos seletos, a começar pela "pré-história bíblica” (Gn 1-11).

Lição 1: A pré-história bíblica

A seção de Gn 1-11 chama-se "pré-história bíblica" porque se refere a acontecimentos anteriores à história bíblica, que começou com o Patriarca Abraão (séc. XIX ou 1850 a.C.). Por conseguinte, a pré-história bíblica não coincide com a pré-história universal, que vai desde tempos imemoriais até o aparecimento da escrita (8000 a.C.?).

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Eclesiastes e Cântico

Lição 1: O Eclesiastes

1. O nome grego Eclesiastes é a tradução do hebraico Qoheleth - o homem que fala na qahal ou na assembléia, ou o orador, o pregador. Tal titulo é tirado de Ecl 1,2.12; 7,27; 12,8-10; significa que o autor pertence ao círculo dos sábios, e que no seu livro transmite reflexões já propostas em uma assembléia de sábios ou discípulos. 2. O livro do Eclesiastes é próximo ao de Jó. Ambos tratam do problema da retribuição de Deus aos homens: enquanto Jó parte da realidade do mal (da doença...), o Eclesiastes procede do vazio ou da deficiência de todos os bens; enquanto o livro de Jó decorre sob a forma de um diálogo entre Jó e seus amigos, o do Eclesiastes é um monólogo: o autor discute consigo mesmo a respeito da possibilidade de encontrar felicidade no gozo do prazer (2,1-11), no trabalho (2,18-23), no cultivo da sabedoria (2,12-17), nas riquezas (5, 9-7,1), e verifica que em tudo há decepções para o homem; todos os bens se assemelham a vaidade, isto é, a sopro ou vento: escapam quando alguém os quer segurar nas mãos (1,2.14; 2,1.11...). Tudo se encaminha para a morte, que põe termo a tudo: 2,17; 3,19-21. Ninguém sabe o que acontece depois desta: 3,19-22. Em conseqüência, o sábio aconselha o leitor a gozar dos prazeres materiais que a vida presente lhe oferece: 3,12s; 8,15; 9,7-9 (coma, beba, vista-se bem e perfume a cabeça em companhia da esposa).

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Os Salmos e Provérbios

Lição 1: Os Salmos

1. A palavra salmo vem do grego psallem, o que significa cantar hino com o acompanhamento de instrumentos de cordas. O salmo é, por conseguinte, um canto que originariamente era acompanhado. Psaltérion é o nome desse instrumento, em grego; saltério hoje designa, para nós, a coleção de 150 salmos colecionados em livro próprio na Bíblia. A numeração dos salmos varia nos textos hebraico, grego e latino, conforme a seguinte tabela:
Texto HebraicoSetenta (grego) e Vulgata (latim)
1-81-8
9-109
11-11310-112
114-115113
116,1-9114
166, 10-19115
117-146116-145
147, 1-11146
147, 12-20147
148-150148-150
As razões destas divergências são várias: uso litúrgico, anotações musicais, erros de copistas... Alguns salmos ocorrem duas vezes: segundo a numeração dos LXX, Sl 13 = Sl 52; SI 69 = SI 39,14-18; Sl 107 = Sl 56,8-12 t Sl 59,8-14.

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O Livro de Jó

Lição 1: Os Livros Sapienciais

Após os livros históricos, o cânon do Antigo Testamento apresenta os livros sapienciais ou didáticos, que são: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes ou Qoheleth, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico ou Sirácida. Os livros sapienciais cultivam a Sabedoria. Por sabedoria entendiam os judeus mais antigos um conjunto de normas que guiavam a vida prática e moral dos jovens e dos adultos. Todo povo tem sua sabedoria de vida expressa, não raro, em provérbios, como: "Quem vai ao vento, perde o assento”, "Um dia é da caça, outro dia é do caçador", "Em casa de ferreiro, o espeto é de pau"... Essa sabedoria foi sendo cultivada com especial interesse desde a instauração da monarquia em Israel (séc. XI a.C.): na corte do rei, os sábios instruíam os jovens sobre o comportamento a assumir durante as refeições, diante dos amigos, dos estranhos, dos tribunais, no comércio, etc.; ver Pr 1,2-6; 10,1.5.16; 11,1; 12,4.11.28...; Eclo 10,1-5; 11,7-9.29-34; 13,1-3... O rei Salomão ficou sendo, para os judeus, o rei sábio por excelência, mais sábio do que os outros reis e sábios dos povos vizinhos (que também cultivavam a sabedoria); ver 1 Rs 5,9-14. Aos poucos a sabedoria foi tomando caráter religioso; tem suas raízes no temor do Senhor e procura agradar a Deus; ver Pr 1,7; 6,16; Jó 28,28; Eclo 1,11-21.. . É um dom que o Senhor concede; ver Jó 32,8; Ecl 2,26; Eclo 1,1; 2,6s; Sb 7,27...

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