Meditação para o Dia 25 de Abril
As cruzes grandes assustam, mas são raras. As pequeninas acompanham-nos por toda parte. Não damos um passo sem as encontrar. Uma palavrinha seca, um olhar indiferente, uma pequenina dor, um contratempo, uma pessoa importuna, a chuva, o vento, a falta de qualquer objeto, são tantas pequeninas cruzes e aborrecimentos no curto espaço de um dia! Por que havemos de nos impacientar com isso e aspirar a sofrimentos, grandes perseguições etc., que talvez nunca teremos que experimentar? Contentemo-nos com as cruzes pequeninas. Elas são preciosas. Santa Teresinha as amava tanto!
“Longe de me querer igualar às grandes almas que, desde a sua infância, praticam toda espécie de macerações – escreve a Santinha – fiz consistir minhas penitências em quebrar minha vontade, reter uma palavra de réplica, prestar pequenos serviços sem dar a entender que o faço, e mil outras coisas deste gênero”.
Não é um meio eficaz de santificação? Talvez custem mais essas cruzes pequeninas do que muitas das grandes. Desde o amanhecer até o repouso da noite, encontramos as pequeninas. Aproveitemos essa riqueza. Sejamos avaros das coisas celestes. Quanta abnegação e espírito de sacrifício na prática da aceitação quotidiana das cruzes pequeninas.
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 128)