Meditação para o Dia 20 de Julho
“Quando Jesus está presente – diz o autor da Imitação – tudo é doce e nada parece difícil”
A alma sente-se corajosa no sofrimento, é capaz de sofrer até o martírio pelo seu Amado. Tudo é fácil e doce no caminho da vida espiritual. É o paraíso! Mas Jesus quer os seus eleitos no Calvário e raras vezes no Tabor. Retira-se, afasta-se, depois das consolações do amor sensível. E que desolação para uma pobre alma! Que deserto árido a oração! Custam os sacrifícios! Tudo se mudou. A fraqueza e a miséria humana aí estão a esmagá-la. Para as almas verdadeiramente amantes, é uma agonia de Getsêmani é um desamparo da cruz. Durante quarenta anos tão horríveis suplícios esmagaram o pobre coração de Santa Joana de Chantal! Viveu abandonada às penas interiores. Sua pobre alma parecia manchada de horríveis crimes e nem ousava levantar os olhos para o Céu, envergonhada do que lhe parecia ingratidão e impureza. Tentações contra os mais adoráveis mistérios de fé, dúvidas, maus desejos de blasfemar contra a Misericórdia Divina. Dizia ela que sua pobre alma era como um bosque onde passeavam os mais hediondos répteis, os mais nojentos animais e ela não os podia expulsar. Quando lhe faltavam de provações na vida espiritual, rolavam-lhe pelas faces grossas lágrimas. As noites, passava-as em verdadeira agonia.
A história das provações interiores da grande santa é um consolo. Foi de agonias a vida espiritual de Santa Chantal. E agonias do Getsêmani… Vede que exemplo!
Almas provadas, consolai-vos com a santa Fundadora da Visitação.
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 219)