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Meus Pecados e a Misericórdia

Meditação para o Dia 03 de Dezembro

Quantas vezes o inferno não nos vem segredar maliciosamente aos ouvidos:

“Hás de morrer e serás reduzido a pó. Nada existe além-túmulo. Deixa-te de ilusões e loucas fantasias! Goza as delícias da vida antes que teu corpo seja um monturo de vermes”

E os pensamentos do mais estúpido materialismo nos assaltam furiosamente. A pobre alma resiste com um ato de fé. A tentação agora é outra:

“És uma alma condenada – diz-nos Satã – nada fizeste para a vida eterna. Estás coberta de pecados e misérias que só merecem o inferno. Já não terás o perdão. Teus pecados e o abuso da graça te hão de condenar eternamente”

Que suplício o de uma pobre alma sequiosa do amor de Jesus e mergulhada num oceano de dúvidas, a se debater nas trevas de horrorosa tentação de desespero! Só a confiança pode vencer o Inferno, mas uma confiança heroica, cega, obstinada como a de Jó. Santa Catarina de Sena, vítima das tentações de desespero, dizia:

“Confio em Jesus Cristo, meu Senhor, porque vejo, não há comparação possível entre a Misericórdia Divina e meus pecados. Se todos os pecados que se podem cometer se reunissem numa criatura, seriam como uma gota de vinagre no meio do mar” (1)

Oh! Que são meus pecados ante a Misericórdia Divina? Há em Deus tanta misericórdia e tanta, que o coração e a língua humanas são incapazes de exprimi-la ou sequer imaginá-la.

Ó Misericórdia! Ó Misericórdia! Que mais se pode dizer?

Referências:

(1) Sainte Catherine de Sienne. Lettre CC., c. XLII – trad. franc.

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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 362)