Meditação para o Dia 21 de Abril
A piedosa autora dos “Avisos espirituais” escreve, no seu livro de consolações, que devemos aceitar a cruz que Nosso Senhor nos envia, sem a diminuir em largura, nem em comprimento ou em altura. Tal como a recebemos, devemos levá-la até ao calvário, como o fez o nosso Divino Redentor. Aceitai vossa cruz na sua largura, que abraça todas as coisas e circunstâncias capazes de vos fazerem sofrer, todas as penas, tudo o que vier! Aceitai-a no seu comprimento, isto é, na duração. Dizei assim:
“Quanto tempo Nosso Senhor me quiser no sofrimento, sofrerei por seu amor, até à morte, se for de Sua Vontade!”
Aceitai a vossa cruz na sua altura, isto é, na grandeza dos tormentos que vos acabrunham. Às vezes a cruz é muito alta. Que fazer? Por ser maior, será mais preciosa. A medida de nossa felicidade e glória no Céu será a medida da nossa cruz. Esperai a cruz que Nosso Senhor vos mandar e não procureis cortá-la para diminuí-la no cumprimento. Sofrei quanto tempo Ele quiser! A cruz que vem do Céu é uma obra de arte bem talhada e bela. Foi preparada pelo Artista Divino. Por que estragar, com a nossa ignorância, o trabalho tão rico do Divino Carpinteiro da Judeia? É ridículo e estúpido um operário boçal mutilar o trabalho de um artista.
Não estraguemos a obra-prima do Divino Artista que talhou nossa cruz!
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 124)