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Tão Pouco, Senhor, o que Sofri!

Meditação para o Dia 13 de Janeiro

Aqui achamos horroroso o pouco que sofremos. Gememos, e tanta blasfêmia nos vem ao pensamento, e quase nos brota dos lábios, na hora das provações! E é tão pouco o que sofremos, tão pouco! Que nos reserva, entretanto, Nosso Senhor, no Paraíso? A felicidade eterna! Isto será, porventura, pouco? Somos, na verdade, insensatos e injustos, quando nos queixamos demais do sofrimento. Não sabemos medir a desproporção entre a recompensa que nos está reservada no Céu e o trabalho que, para merecê-la, somos chamados a realizar nesta vida. Os santos, já neste exílio abrasados no amor Divino, tão bem compreendiam esta verdade que se apaixonavam pelo sofrimento. Quando deixarmos o desterro penoso desta vida efêmera e, talvez, após o martírio das chamas expiatórias, chegarmos ao Céu, à Pátria, e lá ouvirmos a doce melodia dos Anjos, o cântico eterno, e a felicidade que Deus preparou para seus eleitos, e extasiarmos diante daquilo que os olhos nunca viram, os ouvidos nunca ouviram, haveremos de bradar:

“Ah! Senhor! Senhor! Tão pouco o que sofremos e tão grande a recompensa! Jesus! Por que não sofremos ainda mais por Vosso Amor?…”

Se no Céu se pudesse sofrer e chorar, ah! Sofreríamos, sim, choraríamos de arrependimento, por não termos sofrido mais aqui na terra! Só temos esta vida para sofrer e, por isso, se os santos a ela pudessem voltar, um único objetivo os absorveria aqui: a posse e gozo do inestimável tesouro da cruz, dessa cruz pesada que arrastamos, talvez revoltados e a blasfemar. Oh! Se soubéssemos aproveitar bem a vida!

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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 22)