Meditação para o Dia 04 de Dezembro
Veio a enfermidade, e o apóstolo, sequioso de almas, sonhando arrebatar e conquistar muitos corações para Jesus Cristo, vê-se reduzido a uma inação forçada, preso entre as paredes de um quarto de enfermo, numa solidão, quase abandonado. Deus assim o quis! E quem pode saber os desígnios da Providência? O Pe. Perreyve, que havia experimentado essa provação difícil, escrevia a um amigo em idêntica situação:
“Meu caro, Deus neste momento te faz uma pergunta estranha, pergunta que sempre repete Ele às almas que O desejam servir muito:
‘Meu filho, consentes em ser absolutamente nada?’
– Sim, Senhor.
– Pois então, pasce agnos meos… Super multa te constituam… Duc in altum… Coragem, meu amigo, demos tudo o que Jesus pede. Esta é a condição para a fecundidade de nosso apostolado e da felicidade no Céu, Amém! Soframos, Amém! Trabalhemos, ou nada façamos, o silêncio, a palavra, a doença, a força, a glória, a vergonha, a vida, a morte!… Amém! Amém! Amém!”
Nosso Senhor às vezes se contenta só com a generosidade de nosso coração e o sacrifício que fazemos. A cruz pesada que nos oferece vale mais aos seus Olhos Divinos do que todos os prodígios do apostolado exterior. Sacrificai, pois, ó apóstolos enfermos, sacrificai generosamente a Nosso Senhor vossos planos e ideais. É mais precioso e mais rico o apostolado do sofrimento. E por vossa generosidade quantas almas não salvará Nosso Senhor? Oh! Na Eternidade, só na Eternidade, veremos quantas maravilhas operaram os apóstolos enfermos!
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 363)