Meditação para o Dia 20 de Março
Simpática aos outros e antipática ao nosso amor-próprio, é a virtude da humildade. A nossa natureza dificilmente a suporta e, sempre revoltada, vive a maltratá-la. Nessa revolta, só a humilhação nos ajudará eficazmente a abater o nosso orgulho, inclinando-nos à humildade.
“A humilhação leva à humildade – diz São Bernardo (1) – assim como a paciência à luz e o estudo à ciência”
Quereis provar se vossa humildade é verdadeira, até onde vai, se adianta ou recua? As humilhações vos fornecerão o meio. Sem humilhação não se pode conhecer bem o verdadeiro humilde. Muitos, diante dos outros, humilham-se até o pó da terra, com expressões exageradas e até ridículas. Ai! porém, de quem quiser humilhá-los! Revoltam-se logo.
“As palavras de humilhação que não partem do coração e não são bem sinceras – diz São Francisco de Sales – radicam fino e sublime orgulho de quem só deseja ter a glória de ser julgado humilde, jazendo como o remador que chega ao seu fim, voltando-lhe as costas e, sem pensar, atira-se a velas pandas, pelo mar da vaidade” (2)
Não é assim que se conhece o verdadeiro humilde, mas sim na humilhação pura penosa, que vem dos outros. E essa é a que ninguém deseja, porque, na verdade, é antipática, aborrecida e repugnante. Eis porque dizia D. Lehodey (3):
“A virtude da humildade é de todas a mais antipática”
Referências:
(1) “Saint Bernard”
(2) Esprit de Saint François de Salles – XVI – 35
(3) “Saint Abandon”
Voltar para o Índice do Breviário da Confiança
(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 91)