Por isso os que a Cristo, Senhor Nosso, deram pouco antes de ser crucificado, vinho misturado com fel, e os que depois de crucificado, Lhe ofereceram vinagre, eram daqueles de quem Ele se queixa, dizendo: Esperei por quem tomasse parte, etc."Esperei por quem tomasse parte na minha tristeza; e ninguém a tomou; esperei que alguém me consolasse; e ninguém me deu consolação, na minha fome deram-me fel, e vinagre na minha sede"
Maria, Nossa Esperança
Sim, nossa esperança! Ninguém se salvará a não ser com Ela e sob a sua materna proteção. Com fervor seráfico bradava tantas vezes Santo Afonso de Ligório:“Jesus meu amor! Maria minha esperança!”
São Boaventura ousou dizer:“Ó Senhora, diz São Germano, sois minha única consolação, guia da minha peregrinação na terra, fortaleza de minha fraqueza, riqueza de minha miséria, liberdade de minha prisão, esperança de minha eterna salvação”.
Trememos ao pensar na sorte que nos está reservada depois de tantos pecados e gravíssimas ofensas, abusos da graça e ingratidões sem número para com Deus.“Ó Maria, vós sois a esperança até dos desesperados!”
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 6, 24-33
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» 25«Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? 26Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? 27Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? 28Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! 29Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? 31Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ 32Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. 33Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo.
Meditação para a Terça-feira da Paixão
SUMARIO
Meditaremos quanto devemos amar a cruz: 1.º Porque é a nossa salvação; 2.° Porque é a nossa consolação nas penalidades da vida. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nos conservarmos habitualmente pelo pensamento ao pé da cruz durante estes santos dias e de a beijarmos muitas vezes; 2.° De recorrermos à cruz em todas as nossas tribulações. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de São Paulo:"Estou encravado com Cristo na cruz" - Christo confixus sum cruci (Gl 2, 19)
Meditação XXIII - terça-feira da IV semana da Quaresma
Por Dom Henrique Soares da Costa
Reze o Salmo 118/119, 9-16:9Como poderá um jovem manter puro o seu caminho? Só guardando as tuas palavras. 10Eu procuro-te com todo o coração; não deixes que me afaste dos teus mandamentos. 11Guardo no meu coração as tuas promessas, para não pecar contra ti. 12Bendito sejas, SENHOR! Ensina-me as tuas leis. 13Anuncio com os meus lábios todos os decretos da tua boca. 14Alegro-me mais em seguir as tuas ordens, do que em possuir qualquer riqueza. 15Meditarei nos teus preceitos e prestarei atenção aos teus caminhos. 16Hei-de alegrar-me com as tuas leis; não esquecerei as tuas palavras.Retornemos ao texto que estávamos meditando. Leia Gl 4, 1-7:
1Mas eu digo-vos: durante todo o tempo em que o herdeiro é criança, em nada difere de um escravo, apesar de ser senhor de tudo. 2Pelo contrário, está sob o domínio de tutores e administradores, até ao dia fixado pelo seu pai. 3Assim também nós, quando éramos crianças, estávamos sob o domínio dos elementos do mundo, a eles sujeitos como escravos. 4Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, 5para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos. 6E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! - Pai!" 7Deste modo, já não és escravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro, por graça de Deus.
Meditação II - Sexta-feira depois da cinzas
Por Dom Henrique Soares da Costa
Reze o Salmo 118/119, 9-16:9Como poderá um jovem manter puro o seu caminho? Só guardando as tuas palavras. 10Eu procuro-te com todo o coração; não deixes que me afaste dos teus mandamentos. 11Guardo no meu coração as tuas promessas, para não pecar contra ti. 12Bendito sejas, SENHOR! Ensina-me as tuas leis. 13Anuncio com os meus lábios todos os decretos da tua boca. 14Alegro-me mais em seguir as tuas ordens, do que em possuir qualquer riqueza. 15Meditarei nos teus preceitos e prestarei atenção aos teus caminhos. 16Hei-de alegrar-me com as tuas leis; não esquecerei as tuas palavras.Leitura da Epístola de São Paulo aos Gálatas 1, 6-10:
6Estou admirado de que tão depressa vos afasteis daquele que vos chamou pela graça de Cristo, para seguirdes outro Evangelho. 7Que outro não há; o que há é certa gente que vos perturba e quer perverter o Evangelho de Cristo. 8Mas, até mesmo se nós ou um anjo do céu vos anunciar como Evangelho o contrário daquilo que vos anunciámos, seja anátema. 9Como anteriormente dissemos, digo agora mais uma vez: se alguém vos anuncia como Evangelho o contrário daquilo que recebestes, seja anátema. 10Estarei eu agora a tentar persuadir homens ou a Deus? Ou será que estou a procurar agradar aos homens? Se ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo.
Meditação para o Sábado da Septuagésima
SUMARIO
Meditaremos sobre a última palavra do Evangelho do domingo passado: são muitos os chamados e poucos os escolhidos; e consideraremos: 1.º Porque há tão poucos escolhidos; 2.° O que devemos fazer para ser desse número. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nunca nos deixarmos estimular pelo exemplo do grande número, mas dizermos conosco, ao contrário, como obrariam, que diriam, que pensariam os santos neste caso e de conformarmos com isto o nosso procedimento; 2.° De tomarmos a peito o negócio da nossa santificação e de o continuarmos com este sentimento no coração: Quero ser um santo. Conservaremos como ramalhete espiritual a palavra do Evangelho:"São muitos os chamados, e poucos os escolhidos" - Multi sunt vocati, pauci vero electi
I. Sermão para o 1º Domingo do Advento
Pregado a 29 de novembro de 1665, com a assistência do rei e da corte.
SUMÁRIO
Exordio. A Igreja fala-nos no juízo final com o fim de nos excitar a trabalhar para a nossa salvação e a velar por todas as nossas disposições e ações. Proposição e divisão. Eu hei de combater o sono, que nos insensibiliza para o trabalho da nossa salvação, e a languidez que, além de nos tornar indolentes, não nos deixando agir, ainda nos conduz de novo ao sono. 1.° Ponto — Adormecermos na indiferença a respeito da grande obra da salvação, é cometer o crime de ateísmo, porque, aqueles que não creem em Deus, também não admitem que outros creiam verdadeiramente nele. Deus não dá logo o castigo porque é misericordioso e eterno. O sono letárgico dos pecadores já é um castigo terrível. Ai de ti, pecador indiferente: Thesaurisas tibi iram. 2.º Ponto — Nós devemos consagrar à grande obra da nossa salvação todos os instantes porque a morte há de arrebatar-nos como se fosse um rapinante. A juventude, em vez de ser um tempo de dissipação e de desregramento deve, pelo contrário, ser um tempo de colheita. Peroração — Receai a insensibilidade e praticai a vigilância contínua. Real Senhor, de que vos serviriam as vossas conquistas e a vossa grandeza, se não trabalhásseis em obras que merecem ser escritas no livro da vida. Deus compõe um diário da nossa vida, e nós devemos nos esforçar por embelezá-lo.Hora est jam nos de somno surgere Já é tempo de despertarmos do nosso sono (Rm 13, 11)