A bem-aventurada Virgem, assim como é Mãe do amor e da esperança, também é Mãe da fé.
“Eu sou a Mãe do belo amor, do temor e do conhecimento e da santa esperança” (Eclo 24,24).Acertadamente tal se chama, diz Santo Ireneu, porque o dano que Eva com sua incredulidade causou, Maria o reparou com sua fé. Palavra essa que Tertuliano confirma, dizendo: Eva deu crédito à serpente, em oposição à palavra de Deus, e com isso trouxe a morte; nossa Rainha, ao invés, crendo na palavra do anjo, segundo a qual devia ser Mãe do Senhor e permanecer virgem, gerou ao mundo a salvação. De acordo está com isso a seguinte sentença, atribuída a Santo Agostinho: Dando Maria seu consentimento à Encarnação do Verbo, abriu aos homens o paraíso por sua fé. Identicamente exprime-se também Ricardo de São Vítor, com referência à palavra de São Paulo: O marido infiel é santificado pela mulher fiel (1Cor 7,7). É Maria, diz Ricardo, essa mulher fiel, porque com sua fé salvou Adão e a toda descendência dele. Por causa desta fé, proclamou-a Isabel bem-aventurada:
“E bem-aventurada tu, que creste, porque se cumprirão as coisas que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc 1,45).Porque abriu seu coração à fé em Cristo, é Maria mais bem-aventurada do que por haver trazido no seio o corpo de Jesus Cristo.