Meditação para o Dia 22 de Janeiro
Exprimem estas palavras, queixa injusta e irrefletida de muitas pessoas, quando sentem o golpe das adversidades:
“Que mal fiz eu para sofrer tanto?”
O sofrimento é consequência do pecado, e todo filho de Adão está sujeito à lei divina que o decretou. Quando Jesus veio à terra para nos remir, tomou a cruz e nela morreu, num oceano de dores. Teria feito algum mal Aquele que é a própria Justiça, o Santo por excelência? Maria, concebida sem pecado, não teve, em amarguras e cruéis angústias, toda a sua vida? E os santos? Há, porventura, alguém que não tenha sofrido, e muito? Quão injusta, inepta e, ainda mais blasfema, a expressão:
“Que mal fiz eu para que Deus me castigue?”
Que mal? Um mal imenso; o pecado! Um só pecado grave nos faz merecer o inferno. E quantos já cometemos!… O sofrimento é como o sol: nasce para todos. Aceitemo-lo resignados e como discípulos de um Deus crucificado. É lícito que nos queixemos, sem injustiça e blasfêmia, diante de Nosso Senhor, saciado de opróbios? São Pedro Mártir, tendo sido lançado injustamente numa prisão, queixou-se a Nosso Senhor:
“Mas que crime fiz eu Senhor, para ser assim castigado?”
– “E eu, respondeu o Crucificado, por que crime fui pregado na cruz?”
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 31)