Meditação para o Dia 18 de Agosto
Segundo a Imitação de Cristo, Cap. XII – L. III
A alma: Deus e Senhor meu, vejo quão necessária me é a paciência, porque nesta vida acontecem muitas adversidades. Faça eu o que fizer para ter paz, nunca minha vida estará sem batalha e sem dor.
Jesus Cristo: Assim é, filho meu, mas não quero que faças consistir a paz na isenção de tentações ou em não encontrar coisa alguma que te aflija. Antes, quando tiveres padecido muitas tribulações e experimentado muitas adversidades, então crê que achaste a paz. Se disseres que não podes sofrer tanto, como sofrerás o fogo do purgatório?
De dois males sempre se há de escolher o menor. Para evitares, pois, os tormentos eternos, sofre por Deus – e de bom ânimo – os males presentes. Pensas tu que os mundanos têm pouco ou nada que sofrer? Ainda os que vivem nas maiores delícias não estão livres de padecer. Dirás, talvez, que têm muitos divertimentos e seguem seus apetites e, por isso, se lhes dá pouco de algumas tribulações. Seja, embora, assim e tenham eles quanto desejam, dize-me quanto tempo lhes durará esta felicidade imaginária? Olha que os mais ricos e abastados do século desaparecerão como o fumo e não ficará memória de suas alegrias passadas. E, ainda enquanto vivem, não descansam sem amargura, sem aborrecimento e temor. Porque, da mesma causa donde recebem deleites lhes vêm ordinariamente pena e dor. A minha justiça é que os castiga desta sorte. Já que, desordenadamente, buscam e seguem os deleites, é bem que não os gozem sem confusão e sem amargura. Oh! Quão breves, quão falsos, quão desordenados e torpes são todos estes prazeres! Tu, pois, meu filho, não sigas teus apetites e quebranta tua vontade, DELEITA-TE NO SENHOR E ELE TE DARÁ O QUE PEDIR O TEU CORAÇÃO. Se, pois, queres gozar uma verdadeira alegria e abundantes consolações, despreza todas as coisas do mundo, corta todos os seus prazeres, e Eu te abençoarei e derramarei em teu peito inefável doçura.
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 249)