Meditação para o Dia 23 de Julho
Não há verdadeiro amor sem sacrifício.
“Não se ama sem sofrer”, diz a Imitação – Sine dolore non bene vivitur in amore
O amor de Jesus Cristo alimenta-se de sacrifícios.
“O fogo sagrado do amor de Jesus – escreveu São Francisco de Sales – nutre-se com o lenho da cruz”
É a lei do amor desde que o Filho do Homem veio a este mundo. Deus caritas est – “Deus é o amor”, diz o Apóstolo. E São Paulo nos prega Jesus, e Jesus crucificado, para nos dar a entender que só na cruz se acha o Amor.
“O espírito do Cristianismo – disse Ollé Laprume – é essencialmente espírito de sacrifício e espírito de amor, porque é o espírito de Cristo, e o Cristo, o verdadeiro Cristo, é o Cristo Crucificado, o Cristo que sofre porque ama” (1)
Amor e sofrimento! Duas sublimes palavras. Produzem elas dois sentimentos nobres e os mais belos que possam fazer pulsar o nosso coração e ajudá-lo nas suas ascensões para Deus! (2)
Por que as almas abrasadas de Amor Divino têm sede de sofrimento e são amantes apaixonadas da cruz? Porque o Amor tem fome de sacrifícios. E, quanto mais sofre, mais quer sofrer. Como se explicam as palavras de Santa Teresa: “Ou sofrer ou morrer”? E estas de Santa Madalena de Pazzi:
“Sofrer sempre, meu Deus! Nunca morrer!”
Compreende-se tanto amor pela cruz sem o Divino Amor? Sim. Onde há fogo do Divino Amor, é porque aí se queima o lenho da cruz!
Referências:
(1) Les sources de la paix intellectualle (As fontes da paz intelectual)
(2) Douleur et résignation – Rousic (Dor e resignação)
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 222)