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Quanto coisa cremos?

Na linda natureza de Deus
Até nas chamadas ciências exatas, na matemática, geometria e física, há muitos assuntos, coisas básicas, que não podem ser provados, cuja exatidão deve ser simplesmente admitida, isto é, devem ser cridos!

“Não sabia disso”, me reparam “que até na matemática e física se deve crer”.

No entanto assim é!

Vejamos primeiro a matemática:

“Aqui, certamente, não entra nenhuma fé! Com lógica férrea, com clara consequência e dedução, tudo é “demonstrado” e não “acreditado”. Tudo se correlaciona, como um elo de cadeia com outro! Uma coisa prende outra!”

Assim julga você. E tem razão dizendo que um elo sustenta o outro, de fato, mas se esquece que essa corrente está pendurada no ar; que as bases sobre que se funda a matemática, não podem ser demonstradas…

“Ora, que é que não poderíamos provar?”

“Por exemplo, que o todo é mais do que uma das suas parcelas; que a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, etc.”

“Como! Não é possível prová-lo?”

Uma vista de olhos ensina que deve ser assim…

Vemos que assim “deve ser”; pois, se assim não fosse, não poderíamos avançar um passo. Por isso reconhecemos que os axiomas básicos da matemática são tais, mas demonstrá-los não no podemos.

Na física e química, igualmente, quantas dessas coisas existem! Temos, por exemplo, a pergunta mais difícil: que é a matéria? Para responder à questão dividimos o corpo em partes tão pequenas quanto possível, indivisíveis: em átomos. Mas, que é o átomo? Uma partícula minúscula invisível, um mistério maior que o próprio corpo, que pretendemos explicar por seu intermédio.

A força de atração dos corpos… Com que facilidade nos utilizamos dessa expressão! Toda a astronomia nela se baseia. Mas, que é? Newton dela diz:

“Reconheço que os corpos celestes se comportam como se se atraíssem; se de fato se atraem, não sei; como se atraem, não o sei compreender.”

Além disso, não sabemos de forma alguma o que devamos entender por “força”. Thomson, físico de fama mundial, escreve:

“A força de gravidade é o mistério dos mistérios, bem como as forças moleculares, magnetismo, eletricidade, etc. A natureza viva nos oferece em número incomparavelmente superior, tais pontos obscuros… Quase que podemos dizer que nada compreendemos dos fenômenos que ocorrem nos organismos dos seres vivos. Acerca da digestão, da proliferação, do instinto temos tão minguados conhecimentos que devemos confessar: essa ciência se restringe à enumeração cronológica de fatos que ocorrem na natureza. Nosso saber não atinge a milésima parte do que exigiria, de fato, a ciência perfeita.”

Pasteur diz:

“Quando levantamos um braço, ou movimentamos os dentes, executamos algo que, em realidade, ninguém pode relatar.” (Braun, Cosmogonia, 1905).

Uma outra pergunta que nos interessa de perto. Que é a eletricidade? Com a força elétrica iluminamos, aquecemos, pomos carros em movimento, escutamos rádio. Mas que é a eletricidade, ainda ninguém o soube. Contam que um aluno da escola técnica superior da Hungria o soube, mas, infelizmente, o esqueceu no momento preciso! Ele estava sendo examinado pelo célebre físico Lorant v. Eotvos, e como não soubesse responder a nenhuma pergunta, suplicou:

“Senhor professor, por obséquio faça-me ainda uma pergunta, uma última pergunta!”

E o professor, complacente:

“Bem. Então me diga que é a eletricidade?”

— “Eletricidade, sim, eletricidade… eu o sabia, mas esqueci-o…”

Disse então o examinador com um sorriso de compaixão:

“Agora, meu amigo, você merece de fato ser reprovado. Ninguém no mundo até agora soube o que seja a eletricidade. Você foi o único que o soube, e justamente o esqueceu! Por isso merece ser reprovado.”

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(TOTH, Monsenhor Tihamer. Na linda natureza de Deus. Editora S. C. J., 1945, p. 157-159)