Parte II
Capítulo III
A invocação se faz do modo seguinte: tua alma, sentindo a Deus presente, deve compenetrar-se de um profundo respeito e reputar-se absolutamente indigna de Sua presença; todavia, sabendo que Ele te vê, deves pedir-Lhe a graça de O glorificar nesta meditação. Se quiseres, poderás servir-te de algumas palavras, breves mas ardentes, como estas, que são do profeta-rei: Nunca me arremesses de tua presença, ó meu Deus, e não tires de mim o teu Espírito Santo. Esclarece tua face sobre a terra. Dá-me entendimento e observarei a tua lei e a guardarei de todo o meu coração.
Muito útil é invocares também o teu anjo da guarda e os santos que participaram do mistério que meditas; como, por exemplo, na meditação sobre a morte de Nosso Senhor, a Santíssima Virgem, São João, Santa Madalena e os outros santos e santas e o Bom Ladrão, implorando-lhes que te emprestem os sentimentos que tinham ou, então, na meditação sobre a tua própria morte, a teu anjo da guarda, que estará lá presente. O mesmo deve dizer-se de todos os outros mistérios ou verdades que meditas.
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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 88-89)