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Author page: Gabriel

A Verdadeira Conversão

4º Domingo do Advento - I. A Verdadeira Conversão

I. Sermão para o 4º Domingo do Advento

Pregado em 22 de dezembro de 1669.

SUMÁRIO

Exordio. — Assim como sucedeu aos judeus, informados por São João Batista cerca do verdadeiro Messias, assim sucede que a paixão não nos deixa conhecer a verdade quando ela nos confunde. Proposição e divisão. — Tal como São João Batista, assim é o pregador: Vox clamantis in deserto: parate viam Domini. Resta compreendermos: 1.° O que é o deserto onde ela clama; 2.° Que preparação nos exige; 3.° Que equidade nos prescreve. 1.º Ponto. — O deserto em que deve achar-se o pecador que se quis converter é o retiro do mundo, ao menos pelo espírito, e um positivo regresso à própria individualidade, visto que o mundo nos conduz ao mal: Ipsumque aerem... scelestis vocibus constupratum. Foi para chorar os nossos pecados que Deus nos concedeu a faculdade do arrependimento e o dom das lágrimas. 2.º Ponto. — É preciso sofrermos provações, porque a conversão é coisa difícil, o bem custa mais do que o mal e certas afeções viciosas nas quais se envelheceu, não desaparecem com um único esforço. 3.º Ponto. —A pureza de coração que Deus exige ao pecador é a caridade: Diligere incipiunt... ac propter a moventur adversus peccata per odium aliquod ac detestationem. O temor não faz desaparecer o mal, porque é o efeito do amor. Peroração. — Despertemos nos nossos corações um princípio de amor, e cultivemo-lo, a fim de que ele estenda os seus ramos para toda a parte, e receemos a tentação.

Ego vox clamantis in deserto. Eu sou a voz daquele que clama no deserto (Jo 1, 23)

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O Pai dos que não têm Pai

Meditação para o Dia 09 de Novembro

A morte veio arrebatar alguém que era tudo nos teus dias: teu pai, e pai carinhoso e terno. Olha para o Céu e lembra-te de que Nosso Senhor nos manda chamar a Deus de pai: Pater Noster - “Nosso Pai”. Vem de Deus toda paternidade e, como diz o Apóstolo, ninguém é tão pai como Ele: Tam nemo Pater! É o Senhor Pai de Misericórdias e Deus de todas as consolações! Na tua aflição, recorre a Ele.

“Os homens – diz Jó – são consoladores importunos. Quanto consola a só ideia de que Deus não me abandona, de que Ele é meu Pai, e o mais carinhoso dos pais!”

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Divindade da Religião

2º Domingo do Advento - II. A Divindade da Religião

II. Sermão para o 2º Domingo do Advento

Nota: Ms. t. XI, p. 164. - Déforis, IV, 200. - Lachat, VIII, 177. — Este magnífico sermão deve ser estudado de muito perto sob todos os pontos de vista; haveria grande proveito em o comparar com os Pensamentos de Pascal; é, por assim dizer, o resumo eloquentíssimo dessa Apologia do cristianismo. O discurso da Divindade da Religião seria talvez, se o discurso da Unidade da Igreja não existisse, a obra prima de Bossuet, como autor de Sermões

Pregado no Louvre no dia 6 de dezembro de 1665.

SUMÁRIO

Exordio. — O Salvador passou, fazendo bem e curando todas as enfermidades. Os milagres eram os sinais sagrados dos prodígios sobrenaturais que a sua religião devia realizar. Proposição e divisão. — Jesus Cristo quis na fé «que as verdades fossem sublimes; na regra dos costumes que o caminho fosse estreito; na remissão dos pecados que o meio fosse fácil». 1.º Ponto.«A doutrina do Salvador estabeleceu-se no mundo e mantem-se nele como uma rainha no seu império; ora a sublimidade das verdades cristãs» leva-nos a sublevar-nos «contra a autoridade de Jesus Cristo». 2.º Ponto. — A moral do Salvador disciplinou maravilhosamente o indivíduo, a família, as amizades e a sociedade; ora, a exatidão da regra cristã leva-nos a queixar-nos do rigor da Igreja. 3.º Ponto. — As portas da penitência estão sempre abertas, o que nos arrasta a abusar da paciência da Igreja. Peroração. — Nós devemos viver de tal maneira que as instituições da clemência divina não venham a ser para nós uma causa de condenação.

Caeci vident, claudi ambulant, leprosi mundantur, etc., e quase em seguida: Beatus qui non fuerit scandalizatus in me! Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar! (Mt 11, 5 e 6).

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Não desesperar da Salvação dos Suicidas

Meditação para o Dia 08 de Novembro

Suicidou-se! Está perdido e condenado para sempre Oh! Não digamos assim do infeliz que, num ato de desespero, deu cabo da existência. Verdade é que a Igreja condena o suicídio como um crime hediondo. Ela quer ensinar-nos o respeito à vida que não nos pertence, e a resignação à vontade de Deus, sem jamais ter dito ou ensinado que o suicida esteja condenado e perdido para sempre. Quem pode saber o que, em tão violento transe, passa-se entre Deus e a pobre alma?

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Jesus Cristo, objeto de Escândalo

2º Domingo do Advento - I. Jesus Cristo, objeto de Escândalo

I. Sermão para o 2º Domingo do Advento

SUMÁRIO ESCRITO PELA MÃO DE BOSSUET

O seu coração escutava a voz da miséria e solicitava o seu braço. A alma, afastando-se de Deus, desvigoriza o corpo. Pecado maior que o castigo. Pobres evangelizados. De como ele veio a ser objeto de escândalo: Scandalizantur in me? Razão porque não consideramos a obra de Deus como scandalum: é porque imaginamos que Deus tudo destrói quando reedifica, contra o empreendedor. É preciso crer antes de ver. Devemos submeter o entendimento assim como a vontade. Crer no que é incrível e fazer o que é difícil. É preciso reconhecer o perdão, porque a natureza tende a pecar. Jesus Cristo, escândalo para todos e até para os cristãos.

Caeci videnl, claudi ambulant, leprosi mundantur, surdi audiunt, mortui resurgunt, pauperes evangelizantur, et beatus esi qui non fuerit scandatizatus in me. Os cegos recebem vista, os surdos ouvem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar (Mt 11 5, 6)

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Meu Anjinho!

Meditação para o Dia 07 de Novembro

Que criança encantadora! Era o raio de sol de um lar feliz. De repente, a mão gelada e inexorável da morte vem ceifar a florzinha ainda não desabrochada de todo para a vida! Quem pode avaliar a dor imensa de um coração materno, feridona sua corda mais sensível e delicada? Chorai, mãe cristã! É tão natural o vosso pranto e tão necessário para o desafogo do coração! Mas não vos desespereis! Vosso filhinho, tão belo, tão puro, não deveria ficar mais na terra, porque a vontade de Deus o queria no Céu. Ora, vamos! Coragem!

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O Juízo Final

1º Domingo do Advento - III. O Juízo Final

III. Sermão para o 1º Domingo do Advento

Pregado em 1669.

SUMÁRIO

Exordio. — A alma é julgada depois de se ter separado do corpo, e quando da ressurreição geral; no juízo final é que os pecadores hão de ser confundidos e cobertos de opróbio. Proposição, divisão. —No juízo final os pecadores que se esconderam serão descobertos, os que se disseram inocentes serão declarados criminosos, os que eram tão orgulhosos e tão insolentes ficarão humilhados e estarrecidos. 1.° Ponto — Há diversas categorias de ateus: os que negam a existência de Deus, os que desejariam que Ele não existisse e os que são indiferentes pela sua existência. Teme-se o olhar dos homens e não se teme o de Deus. A luz há de fazer-se e os hipócritas serão vergonhosamente punidos. 2.° Ponto — Ó pecador hipócrita é semelhante a um ouriço, e é como Adão que se esconde e se mostra inocente. Os pecadores serão confundidos na presença dos justos: quod fecerunt utique fieri posse docuerunt. Pensai nisto, cristão, em quanto vos for útil o Pensamento. 3.° Ponto — Deus e os santos hão de rir-se dos pecadores, sobretudo dos pecadores insolentes e escandalosos. Peroração. —Evitemos esta vergonha eterna: notam ignominiae sempiternam. Não está longe a hora da morte em que o nosso estado há de ser definido. Real Senhor, vivei feliz, vitorioso, sempre temente a Deus e sempre disposto a dar-Lhe contas.

Tunc videbunt Filium hominis venientem in nube, cum potestale magna et majestate Então eles verão o Filho do homem sobre uma nuvem, cheio de grande poder e de grande majestade. (Lc 20, 27)

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Surpresas da Misericórdia!

Meditação para o Dia 06 de Novembro

Feridos pelo golpe cruel da separação de um ente querido que a morte nos veio arrebatar, sentimos consolo em vê-lo partir para a vida eterna confortado com os últimos sacramentos e entre as orações da Santa Igreja. Mas, ai! Como é triste ver traiçoeiramente surpreendido pela morte, ainda afastado dos sacramentos, esquecido de sua alma, tão longe, enfim, de Deus, alguém que esperávamos ver convertido e por cuja conversão tanto rezáramos! Partir assim, sem se reconciliar com Deus! Que grande lástima! Cruel pensamento para uma alma verdadeiramente piedosa!

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O Juízo

1º Domingo do Advento - II. O Juízo

II. Sermão para o 1º Domingo do Advento

Pregado em São Tomé do Louvre em 1668.

SUMÁRIO

Exordio. — A Igreja, sabendo que o receio vem antes do amor, mostra-nos Jesus Cristo terrível nos seus juízos antes de no-lo mostrar condescendente para com as nossas misérias. Proposição, divisão. — Os que desprezarem a bondade do Senhor, hão de suportar a Sua justa cólera. Se se sublevarem contra o Seu poder, ela há de abatê-los; se desprezarem a Sua bondade, experimentarão os Seus rigores; se não quiserem viver num império suave e legítimo, ficam sujeitos a uma dura e insuportável tirania. 1.° Ponto — Devemos usar da nossa liberdade para nos submetermos filialmente a Deus a quem pertencemos absolutamente. 2.° Ponto — O amor de Deus enche-nos de favores, e se nós desconhecemos os benefícios do Senhor e as liberdades infinitas de Jesus Cristo, sofreremos as Suas terríveis consequências. 3.° Ponto — Visto que não quisestes servir o Senhor alegremente, haveis de sofrer o jogo do vosso inimigo. Não há império mais suave e mais legítimo do que o de Deus sobre o homem. Peroração — Os nossos inimigos preferem antes corromper-nos do que atormentar-nos. Envergonhemo-nos de suportar a sua tirania e de sermos algemados, depois de Jesus Cristo nos ter feito reis.

Justus es Domine, et rectum judicium tuum Senhor, vós sois justo e o vosso juízo é reto. (Sl 118, 134)

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Chorar Cristãmente os Mortos

Meditação para o Dia 05 de Novembro

A Religião de Nosso Senhor Jesus Cristo não proíbe que choremos os nossos mortos queridos. Podemos, pois, render a estes o tributo de nossas lágrimas e de nossas saudades. Com esta pobre natureza, como ficarmos insensíveis ante a morte de um ente estremecido? Como nos custa ver arrebatados pela morte os entes com os quais convivemos, nosso pai, nossa mãe, nosso filho, nosso irmão, nosso amigo!... A Religião, se bem que nos ensine a ser fortes na dor e a meditar na Paixão de Jesus Cristo, não nos veda aquelas lágrimas e saudades.

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