Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

Author page: Gabriel

A Paz na Dor

Meditação para o Dia 26 de Novembro

Nas grandes dores do coração e de nossa alma, nada podem os homens sem Deus. Só Deus, que envia o sofrimento, é de uma doçura inefável.

“O mundo vê a cruz – diz São Bernardo – mas não vê a unção”

Louis Veuillot, esse homem de uma fé viva e ardente, consolava-se, na morte de seus filhos, dizendo:

Read more

“Sursum Corda!”

Meditação para o Dia 25 de Novembro

Deus separa agora o que Ele uniu, mas para reunir tudo depois numa vida melhor e eterna. Logo se há de romper o véu que nos encobre a visão Divina, e no Senhor veremos os que choramos saudosos. Que pensamento consolador!

“Fico sempre comovido – escreveu Lamenais – quando leio, na Escritura Sagrada, aquelas histórias ingênuas dos dias antigos, no tempo dos patriarcas. Tempo feliz em que os homens viviam e morriam com tanta calma, como quem dorme depois de um dia fatigante e laborioso”

Read more

O Amante da Cruz

Meditação para o Dia 24 de Novembro

São João da Cruz foi uma imagem viva de Jesus Crucificado. A Igreja o proclama “exímio amante da cruz”. Sofria ele um contínuo martírio. No corpo, longas e dolorosas enfermidades. No coração, golpes de desprezo e ingratidões de amigos e beneficiados seus. Quantas calúnias, insultos e desprezos não suportou em toda a vida! E, corajoso, alegre, por se assemelhar ao Divino Mestre Crucificado! Ouvi estas palavras de tão grande mestre:

“Desejais gozar neste mundo. Se soubésseis como é glorioso para Deus e útil para vós sofrer; nunca havíeis de procurar em parte alguma o gozo, as alegrias desta vida. Ao invés, olharíeis a cruz que Deus vos põe aos ombros como de todas as graças a maior”

Read more

Deus tomou o que lhe Pertencia!

Meditação para o Dia 23 de Novembro

Morreu-nos algum ente querido. Sentimo-lo, e isto é natural. Mas, sem grave injustiça, não podemos revoltar-nos contra Deus. Cabem-nos, respeitosamente, nos lábios, um grito de dor, os gemidos que o golpe nos obriga a dar. A blasfêmia, nunca! Deus tem direito ao que lhe pertence. Viemos de Deus e para Ele voltaremos. É a ordem da criação. Os que morreram voltaram para o seu Senhor. Por mais que os amássemos aqui, não nos pertenciam.

Read more

Domingo da Septuagésima

Domingo da Septuagésima - Sermão sobre a eminente dignidade dos pobres na Igreja Sermão sobre a eminente Dignidade dos Pobres na Igreja

Este discurso, que é um Sermão de Caridade em toda a extensão do termo, não conclui, como poderá ver-se, pela Ave-Maria tradicional. Os editores são unânimes em afirmar com Floquet que este sermão foi pregado no Seminário das Filhas da Providência, estabelecimento situado junto do Val-de-Grace. Lachat, afirmativo sempre, menciona os nomes de senhoras ilustres, na presença das das quais falou Bossuet. A data deste discurso não pode precisar-se ao certo, nem o lugar onde Bossuet o pronunciou é rigorosamente o seminário das Filhas da Providência. No verso de duas cartas que vieram de Sedan para Metz, e que foram remetidas de Metz para Paris, acham-se escritas duas páginas deste sermão. O sinete duma dessas cartas tanto pode ser o da famílias de Bouillon, como o dos Schombergm, como até o do marechal Fabert. (Gazier) - Ms. Tomo XI, pag. 269 - Déforis, IV, 536. - Lachat, VIII, 125. - Gandar, pag. 161.

Pregado em Paris, em fevereiro de 1659.

SUMÁRIO

Exordio. — A subversão das condições que o Salvador nos anuncia na passagem do Evangelho, que serve de tema a Bossuet, começou já nesta vida. Proposição e divisão. — O orador desenvolve três pensamentos que se opõem ao que decorre no mundo e na Igreja, que é o reino de Jesus Cristo. No 1° prova que a maior grandeza pertence aos pobres, que são os primogênitos da Igreja, os seus verdadeiros filhos; no 2° que os ricos são os servos dos pobres; e no 3° que são os pobres que têm as graças e as bênçãos do céu, e só por intervenção deles é que as podem ter os ricos. 1.º Ponto. — A Igreja é realmente a cidade dos pobres, por que nos seus princípios só foi edificada para eles. Difere, portanto, da Sinagoga na ausência das riquezas e da abundância que são as partilhas desta. É isto o que nos faz compreender o Salvador, quando diz: Beati pauperes, quia vetrum est regnum Dei. Deve-se, pois, amar e respeitar os pobres, ainda mesmo quando se lhes faz uma esmola, porque são eles os primogênitos da família de Jesus Cristo. 2.º Ponto. — Jesus Cristo não necessita para Si dos favores dos ricos, mas necessita deles para os Seus pobres, de quem serve de medianeiro junto dos grandes deste mundo. Portanto, os ricos devem considerar uma honra o fato de serem os servos dos pobres; porém, valendo-lhes nas suas misérias, valem ao próprio Jesus Cristo. Além disso, devem servi-los com grande prazer e gratidão, pois aliviam assim o fardo das suas riquezas, que, aliás, os arrastaria ao abismo. 3.º Ponto. — Em todos os reinos há privilegiados. Os privilegiados do reino de Jesus Cristo são os pobres, porque é na pobreza que reside a magnificência desse reino. Todos os benefícios são prometidos aos pobres; aos ricos só cabem maldições: Vae vobis divitibus. Peroração. — Posto isto, será necessário que os ricos procurem o meio de que os pobres se interessem por eles? E como? Por meio de esmolas: Peccata tua eleemosynis redime.

Erunt novissimi primi, et primi novissimi Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos (Mc 20, 16)

Read more

Sempre Unidos

Meditação para o Dia 22 de Novembro

São Francisco de Sales considera a verdadeira amizade cristã um prelúdio e antegozo do Céu.

“Se a nossa amizade – escreve o santo – transforma-se em caridade, em devoção, em perfeição cristã, ó Deus! Quanto será preciosa! Oh! Como é bom amar, na terra, como se ama no Céu, e aprender a estimar-nos, nesta vida, como nos havemos de estimar e querer eternamente na outra”

Os corações unidos aqui pelos laços de uma amizade pura e sobrenatural,continuarão sempre unidos no Céu. São Vicente de Paulo teve uma consoladora visão na morte de Santa Chantal, a fundadora da Visitação.

Read more

Os Amigos no Céu

Meditação para o Dia 21 de Novembro

Como há de ser doce a amizade no Céu, se, já neste mundo de misérias e contradições, é tão suave e confortadora! Aqui, nosso coração sofre para sustentar a amizade entre reveses e duros sacrifícios. Não choremos com desespero os nossos amigos que partiram. A morte, já o vimos, não separa os corações. A verdadeira amizade, a amizade cristã, é eterna. Escrevia São Francisco Xavier, lá das Índias, a Santo Inácio, seu pai espiritual e seu maior amigo:

Read more

Panegírico de São Francisco de Sales

Panegírico de São Francisco de Sales

São Francisco de Sales nasceu em 1567, no castelo de Sales, perto de Annecy. Completou os seus estudos em Paris e estudou direito em Pádua, foi advogado em Chambery, entrou nas ordens sacras e foi toda a sua vida um modelo de zelo e de piedade. Tendo-se feito missionário, converteu muitos protestantes do Chablais e do país de Gex. Depois, nomeado bispo de Genebra, cuidou zelosamente das suas ovelhas, e veio por várias vezes à França, onde pregou pela Quaresma com o mais brilhante triunfo. Fundou a confraria da Cruz e, em 1610 a Ordem da Visitação, confirmada por Paulo V. Era incansável na sua devoção sempre ativa. Três dias antes de morrer, ainda pregava, apesar do quebrantamento das forças. A sua festa celebra-se a 24 de Janeiro, no calendário litúrgico para o rito na forma Ordinária; e a 29 de Janeiro, para o rito na forma Extraordinária.

Pregado em Paris, no mosteiro da Visitação, 28 de dezembro de 1662.

SUMÁRIO

Exórdio.  Não parece ser difícil louvar um Pai tão venerável perante filhas tão respeitosas. Bossuet, porém, deseja que outrem faça o elogio do santo. Proposição e divisão.  É muito natural quererem os homens elevar-se a lugares eminentes para ostentarem pomposamente o lustre de uma grandeza majestosa. Outro tanto se não dá com São Francisco de Sales, a quem o orador considera sucessivamente: 1.° Como doutor e Pregador; 2.° Como bispo; 3.° Como diretor das almas. Sob estes três pontos de vista, mostra Bossuet como ele foi na Igreja de Deus um astro luminoso e vivificador. 1.º Ponto. — Como doutor e pregador, São Francisco procurou no Evangelho essa ciência que não só ilumina as almas, mas também lhes dá a piedade, ciência que fortifica o espírito e lhe dá luz, que sabe mostrar o caminho da virtude e conduzir a ele, que sabe ensinar a devoção e até obrigar os pagãos a amá-la. 2.º Ponto. — Como bispo, evitou todos os desvios da ambição, viu apenas no seu cargo eminente mais um meio para ensinar a ciência de Jesus Cristo, e não um degrau para se alcandorar as dignidades eclesiásticas. Insensível aos aplausos e ao favor do público, também o foi aos desagrados em que incorreu e as injustiças de que foi vítima. 3.º Ponto. — Como diretor das almas, insinuou-se ao mesmo tempo no coração e no espírito, e a brandura foi o seu principal meio de triunfo. De extraordinária caridade, teve compaixão e condescendência para com todos os pecadores, mas particularmente para com os hereges. Peroração. Elogio e carácteres da caridade, segundo São Francisco de Sales e Santo Agostinho. A caridade é dispensada a todos.

Ille erat lucerna ardens et lucens Ele era uma... luz ardente e resplandecente (Jo 5, 35)

Read more

Uma Consolação

Meditação para o Dia 20 de Novembro A esmola corporal e a esmola espiritual nos ajudam a aliviar o sofrimento das benditas almas do Purgatório. A nossa caridade pode estender-se além-túmulo e chegar até a Igreja padecente. Consola-nos este pensamento. Tenhamos piedade de nossos mortos queridos. Por eles, diz Berlioux, velemos à cabeceira dos agonizantes; por…

Read more

Panegírico de São Tomás de Cantuária

Panegírico de São Tomás de Cantuária

Tomás Becket nasceu em Londres a 21 de dezembro de 1117 duma família anglo-saxônia. Estudou sucessivamente em Oxford, em Paris e em Bolonha. Tendo-se dedicado à carreira eclesiástica, em breve adquiriu grande influência, pelo que Henrique II o elevou à dignidade de chanceler do reino, de preceptor de seu filho, e mais tarde de arcebispo de Cantuária, em 1162. Como quer que o rei pretendesse restringir a jurisdição do clero, pelos seus estatutos de Clarendon, elaborados em 1154, tratou logo o arcebispo de defender animosamente os interesses da Igreja; mas sendo condenado, em 1165, pelo sínodo de Northampton, refugiou-se para junto do Luiz VIII, rei de Franca, que chegou a reconciliá-lo com Henrique II. Ao tempo surgem umas tumultuosas agitações políticas que assinalaram o regresso do arcebispo ao reino; mas o rei da Inglaterra exprimiu imprudentemente o desejo de ser livre do primaz do Cantuária. Imediatamente partiram quatro cavaleiros para a sede do bispado, e ali mataram o infeliz arcebispo mesmo aos pês do altar onde ele ia celebrar o oficio divino. Henrique II teve o desplante de negar este crime, mas no túmulo da vítima confessou-o publicamente e pedia, perdão. A Igreja Católica venera este santo no dia 29 de dezembro.

(V. S. Tomás Becket, sua vida e suas Cartas, obra de M. Darboy, organizada segundo o trabalho de R. Giles. Paris, 1858, 2 vol, em 8º)

Pregado em Paris, na colegiada de Saint Thomas du Louvre, no dia 29 de dezembro de 1668.

SUMÁRIO

Exordio. — Jesus Cristo praticou sempre atos e humilhação, primeiramente na santidade da Sua pessoa e depois em todos os dias da Sua vida. A Igreja não pode gozar de vantagem alguma que lho não custe a morte de seus filhos. Foi por este motivo que São Tomás deu a vida. Proposição e divisão. — Os mártires que combateram pela fé consolidaram-na pelo testemunho do seu sangue, açaimaram pela sua paciência o ódio público, e pela sua constância invencível confirmaram os fiéis. O santo arcebispo de Cantuária consolidou primeiro a autoridade eclesiástica violentamente oprimida; converteu depois os corações indóceis; e animou em seguida o zelo dos que foram propostos para seus defensores. 1.º Ponto. — Igreja é como que uma desconhecida na terra onde se acha revestida dum caráter real, pela soberania inteiramente espiritual que nela exerce. Os príncipes concederam a Igreja grandes privilégios e a Igreja erigiu aos príncipes um trono nas consciências. Henrique II, rei da Inglaterra, declara-se inimigo da Igreja; mas São Tomás representa com brandura e firmeza que as duas potências devem auxiliar-se mutuamente, e morre pelos direitos da Igreja. 2.º Ponto. — Nos primeiros séculos cristãos eram os príncipes inimigos da Igreja, mas, depois de assinada a paz, operou-se a união. São Tomás resiste até à morte do príncipe que quer usurpar os direitos da Igreja, e o seu sacrifício converteu Henrique II. 3.º Ponto. — O sangue de São Tomás reanimou a coragem do clero, que tem privilégios para que a religião seja respeitada, possui bens para o exercício dos santos ministérios e parada subsistência dos pobres; e tem autoridade para que ela sirva de freio a licença, de barreira a iniquidade e de apoio a disciplina. Peroração. — Praza ao divino Salvador que todos os que Ele chamou a vida eclesiástica imitem as virtudes, de São Tomás de Cantuária.

In morte mirabilia operatus est Na morte operou coisas maravilhosas. (Eclo 48, 15)

Read more