Meditação para o Dia 25 de Junho
“Era então, quase a hora sexta, e toda a terra se cobriu de trevas até a hora nona,e escureceu-se o sol. E, perto da hora nona, exclamou Jesus: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparastes?”
Deus permite que nossa alma fique, às vezes, como que abandonada. Nenhuma consolação, nenhuma luz. Provações de todo gênero e de todo lado. Tentações, angústias. Parece que vamos perecer, e o Braço forte e Divino que nos sustentava, já nem O percebemos. Que fazer então? Dizer como Jesus:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
E ficar em paz. É um exercício penoso o que faz então a pobre alma. Parece fria, insensível, como num túmulo. Não possui mais aquela doçura da presença de Jesus. Sente-se tão mal! É a agonia e o desamparo da cruz.
“Meu Jesus, Meu Deus, por que me abandonastes?”
Oh! Como é preciosa esta agonia! Suportada humilde e pacientemente, é uma fonte de graças escolhidas do Céu. É preciso que soframos e sejamos conformes a Jesus, e Jesus Crucificado, para que se complete em nós o mistério da salvação. E, nestas trevas horrorosas do Calvário, na provação dura e quase desesperadora do abandono aparente do Céu, quando nossa pobre alma se vê crucificada e batida pelo sofrimento, ficamos, como Jesus, a clamar:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Nessas horas repitamos também:
“Sim meu Pai, aceito o cálice que me ofereceis!”
E hão de vir sobre nossa alma torrentes de graças, para nós e os pecadores, porque as trevas do Calvário, disse Elisabete Leseur, são fecundas.
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 192)