Meditação para o Dia 23 de Janeiro
A humilhação revolta. É o que fere mais dolorosamente o nosso amor-próprio. Esmaga-nos e, quando nos bate, precisamos coragem e muita virtude para sofrê-la em silêncio. E, sem a humilhação, ninguém pode saber se é realmente humilde.
“A humilhação, diz São Bernardo, leva-nos à humildade, assim como a paciência, à paz, e o estudo à ciência. Quereis experimentar se a vossa humildade é verdadeira, até onde vai, se adianta ou recua? As humilhações vos fornecerão o meio” (1)
Quem deseja a virtude não pode fugir da via da humilhação, porque não será levado pela humildade quem não suporta a humilhação. Diz São Francisco de Sales que muitas pessoas consentem em se humilhar, mas não querem ser humilhadas. Estão erradas. Só se conhece bem o humilde verdadeiro na humilhação. Que humilhações não sofrem os santos! E tinham sede, uma sede insaciável de humilhações e desprezos! Se nos conhecêssemos bem à luz da fé, se pudéssemos ver o que realmente somos, com aquele penetrante olhar dos santos, saberíamos o que valemos, o que temos, o que podemos. E nos capacitaríamos então de que, na verdade, só merecemos desprezos, humilhações! Paciência nas humilhações, porque as merecemos!
Referências:
(1) D. Lehodey – Le Saint Abondon (O Santo Abandono)
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 32)