Meditação para a Décima Nona Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Prosseguiremos as nossas meditações sobre a conformidade com a vontade de Deus; e veremos: 1.° Que esta perfeita conformidade é o segredo da felicidade, até mesmo neste mundo; 2.º Que fora disto não há senão desgraça. — Tomaremos a resolução: 1.° De seguirmos unicamente a vontade de Deus, tanto na prosperidade como na adversidade, e de nunca nos deixarmos perturbar seja pelo que for; 2.º De pormos a nossa alegria em ser guiados em todas as coisas pela vontade divina, como o menino pela mão de sua mãe. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Salmista:
"Tomastes-me pela minha mão, Senhor, e me conduzistes segundo a vossa vontade" - Tenuisti manum dexteram meam, (Domine), et in voluntate tua deduxiste me (Sl 72, 24)
Meditação para a Décima Oitava Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre o terceiro efeito do amor de Deus, que é a conformidade com a vontade divina, e veremos: 1.º Em que consiste esta conformidade; 2.° Como é uma consequência lógica do amor de Deus. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De estarmos sempre contentes com Deus, com a posição que nos criou; 2.º De nada desejarmos, nada pedirmos, nada recusarmos, mas de querermos somente em todas as coisas a vontade de Deus. O nosso ramalhete espiritual será a terceira petição da oração dominical:
"Pai nosso, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu" - Pater, fiat voluntas tua sicut in caelo et in terra
Meditação para a Décima Oitava Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Depois de termos meditado sobre o amor de complacência ou de santa alegria, que excita na alma a contemplação das perfeições divinas, meditaremos sobre o amor de benevolência, que é um segundo efeito do amor de Deus no coração; e veremos: 1.° Em que consiste este amor; 2.° Qual deve ser a sua prática. — Tomaremos depois a resolução : 1.° De promovermos em toda a ocasião a glória de Deus e da sua religião, da sua Igreja, e do seu culto; 2.° Todas as vezes que virmos ou ouvirmos ofender a Deus, de Lhe fazermos reparação por isso com atos de amor. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de Elias:
"Eu me consumo de zelo por vós, Senhor Deus dos exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o vosso pacto" - Zelo zelatus sum pro Domino Deo exercitum, quia dereliquerunt pactum tuum filii Israel (1 Rs 19, 10)
Meditação para o Décimo Sétimo Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos: 1.° Sobre a felicidade que Deus concede, desde este mundo, às almas mortificadas; 2.° Sobre a desgraça a que entrega as almas imortificadas. — Tiraremos destas reflexões a resolução: 1.° De sermos generosos no serviço de Deus, e de fazermos de boa vontade os sacrifícios que sobrevierem; 2.° De impormos a nós mesmos com frequência, por amor de Deus, sacrifícios voluntários, ainda que só seja de um desejo, de um lance de olhos, de uma sensualidade. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:
"Exubero de gozo em toda a minha tribulação" - Superabundo gaudio in omni tribulatione nostra (2Cor 7, 4)
Meditação para a Décima Sétima Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos a meditar sobre a mortificação dos sentidos, e em particular: 1.° Sobre a mortificação do gosto; 2.° Sobre a mortificação do tato. - Tomaremos depois a resolução: 1.° De não buscarmos nas refeições satisfazer a nossa sensualidade, e de somente atendermos à vontade de Deus, que nos alimenta como Lhe apraz, sem que tenhamos direito a alegrar-nos, se as iguarias são do nosso gosto, nem a entristecer-nos, se o não são; 2.° De aceitarmos de bom grado todos os padecimentos que sobrevierem ao nosso corpo, e de nunca procurarmos causar-lhe prazer. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:
"Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão para que não suceda venha eu mesmo a ser reprovado" - Castigo corpus meum et in servitutem redigo, ne... reprobus efficiar (1Cor 9, 27)
Meditação para a Décima Sétima Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Como todos os nossos sentidos são outras tantas portas por onde o pecado ameaça entrar na nossa alma, meditaremos sobre dois dos nossos principais sentidos: a vista e o ouvido. - Tomaremos depois a resolução: 1.° De não perdermos o tempo a olhar e ver de uma porta ou janela os que passam, ou a visitar as vãs curiosidades do mundo; 2.° De evitarmos todas as novidades que sempre distraem, quando não causam algum desgosto. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Espírito Santo:
"O olho não se farta de ver, nem o ouvido se enche de escutar" - Non saturatur oculos visu, nec auris auditu impletur (Ecl 1, 8)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 22, 34-46
34Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. 35E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: 36«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» 37Jesus disse-lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração,
com toda a tua alma
e com toda a tua mente.
38Este é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 40Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.» 41Estando os fariseus reunidos, Jesus interrogou-os: 42«Que pensais vós do Messias? De quem é filho?» Responderam-lhe: «De David.» 43Disse-lhes Ele: «Como é, então, que David, sob a influência do Espírito, lhe chama Senhor, dizendo: 44Disse o Senhor ao meu Senhor:
‘Senta-te à minha direita,
até que Eu ponha os teus inimigos por estrado de teus pés’?
45Ora, se David lhe chama Senhor, como é seu filho?» 46E ninguém soube responder-lhe palavra. A partir de então, ninguém mais se atreveu a interrogá-lo.
Meditação para o Décimo Sexto Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a mortificação da imaginação, e veremos: 1.° Que a nossa felicidade neste mundo depende do governo da nossa imaginação e da repressão de seus extravios; 2.° Que a nossa salvação eterna não depende disto menos. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De manhã, ao acordar, de ocuparmos o nosso espírito em santos pensamentos e o nosso coração em piedosos afetos, para evitar os extravios da imaginação; 2.° De nos recolhermos dentro em nós a diversas horas do dia, para ver se não cedemos à nossa imaginação, e renovar a resolução de a combater. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Espírito Santo:
"Não ponhais o vosso coração nas vossas imaginações" - Ne dederis in illis (phantasis) cor tuum (Ecl 34, 6)
O Rosário, segundo o espírito de São Domingos e pelo desejo de Nossa Senhora, tem um duplo fim: — obter do céu a proteção e a graça por Maria, e, formar as almas na escola das virtudes que é a contemplação dos mistérios. É um brado de socorro ao céu e uma escola de virtudes. O primeiro movimento, diz Leão XIII, a atitude tradicional dos católicos nos perigos, e nas circunstâncias difíceis, foi sempre recorrer à Maria e se entregar em paz à sua maternal bondade. Esta piedade profunda e confiante na Rainha do céu, resplandece ainda mais quando se propaga o veneno das heresias, ou campeia a imoralidade, e os inimigos da fé parecem fazer periclitar a Igreja militante do Senhor. A história antiga, a história moderna, a história eclesiástica, relatam os votos, as orações públicas, e particulares, dirigidos à Mãe de Deus, e os socorros alcançados pela sua intercessão. A paz e a tranquilidade públicas, que Ela obteve do céu. Daí tantos e belos títulos com que A saúdam as nações cristãs: — Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora da Consolação, Nossa Senhora dos Exércitos, Nossa Senhora da Paz! Entre estes títulos, porém, diz Leão XIII, enfim, há um que se impõe e que consagra e imortaliza os insignes benefícios de Maria à cristandade — é o de Rainha do Santíssimo Rosário (1).
Breve introdução sobre o Recolhimento, Silêncio e o Apóstolo Patrono
Muitas pessoas há, que não podem, por mais que o queiram, recolher-se à solidão e separar-se das criaturas para se ocuparem só com Deus; cumpre, porém, observar que pode a gente gozar dos benefícios da solidão do coração em outros lugares que não sejam desertos e grutas. Aqueles mesmos que se vêem na necessidade de viver no mundo podem sempre conservar, ainda no meio dos caminhos, praças públicas e ocupações, a solidão do coração e a união com Deus, uma vez que tragam o coração livre de mundanos apegos. Nenhuma ocupação impede a solidão do coração, uma vez que tenha por objeto o cumprimento da vontade de Deus. Se quiseres entreter-te continuamente com Deus, ama a solidão. Toma a peito as palavras que o Senhor disse um dia a Santa Teresa:
“Com que gosto não falaria eu com muitas almas; mas o mundo faz tanto barulho em seus corações, que elas não ouvem mais a minha voz"
Por isso ocupa-te com o mundo só tanto quanto o exigirem teus deveres de estado, a obediência ou a caridade. Prepara no íntimo de teu coração uma camarazinha escondida para ai te recolheres em Deus. Para isso tem em grande apreço o silêncio, pois quem não o ama nunca achará a solidão. Segue o conselho de Santo Efrem:
“Fala muito com Deus e pouco com os homens"
Marca uma hora certa do dia para o silêncio e retira-te durante ela para um lugar solitário. Se isso não te for possível, procura ganhar de vez em quando alguns momentos livres para o recolhimento interior. Compenetra-te bem da verdade de que Deus está a teu lado em toda a parte e observa todas as tuas ações.
“Nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17, 28)
Esse pensamento te ajudará a evitar todo o pecado e ter em vista unicamente o beneplácito de Deus em tudo que fizeres. Acostuma-te a dirigir tuas vistas das criaturas a Deus, que lhes deu a existência e destinou-as ao nosso serviço. Faze então atos de agradecimento e amor, recordando-te que Deus, desde toda a eternidade, pensou em obrar tantas maravilhas para ganhar teu coração. Procura, além disso, avivar a tua fé na verdade de que Deus mora de um modo especial em lua alma:
“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espirilo de Deus mora em vós?" (1 Cor 3, 16)
Ele habita em ti cheio de amor e bondade para te iluminar, te dirigir e te assistir em tudo que pode servir para tua eterna salvação. Acostuma-te por isso a falar com Ele da maneira mais íntima, cheio de confiança e amor como com teu melhor amigo. Ele gosta que te entretenhas mui familiarmente com Ele. Os amigos, no mundo, tem suas horas marcadas, em que se entretêm mutuamente e as em que estão separados uns dos outros; mas não há hora de separação entre Deus e ti, contanto que queiras. Ele não se separa de ti, mesmo quando descansas. Fala, portanto, com Ele tanto quanto te for possível; se amas, sempre terás alguma coisa a dizer-Lhe. Trata com Ele a respeito de teus negócios, teus planos, teus sofrimentos e tudo o que te diz respeito. Ele acha satisfação se Lhe comunicas tudo, mesmo as mínimas coisas, até as mais vulgares. Entretém-te repetidas vezes com Ele por meio de curtas mas fervorosas jaculatórias e suspiros de amor. Se te ocupaste por mais tempo com negócios que distraem, cuida em te recolher novamente em Deus por meio de piedosas aspirações. Sumário I. A sua natureza II. Do Amor à Solidão III. Do Silêncio IV. Do andar na Presença de Deus V. O Recolhimento do Redentor VI. A Prática do Recolhimento e do Silêncio VII. Orações para alcançar a Virtude do Mês