Meditaremos sobre um primeiro obstáculo à paz interior, que é a excessiva atividade; e consideraremos esta atividade: 1.° Nos desejos; 2.° Nas ações. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De combatermos e moderarmos os nossos desejos; 2.° De fazermos toda as coisas com pausa e sem precipitação. O nosso ramalhete espiritual será o provérbio:
"Não vos apresseis demasiado, se é bem" - Sat cito si sat bene
Meditação para a Terça-feira da Quarta Semana da Quaresma
SUMARIO
Meditaremos sobre o firme proposito que faz parte essencial da contrição, e veremos: 1.° Qual é a sua natureza e absoluta necessidade; 2.° Quais são os seus caracteres. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De evitarmos com cuidado todas as ocasiões de pecado; 2.° De não desprezarmos meio algum de nos tornarmos melhores, por mais sacrifícios que isto nos custe, por mais preciso que nos seja violentar-nos. O nosso ramalhete espiritual será as palavras do Salmo:
"Jurei, Senhor, e determinei guardar os juízos de vossa justiça" - Juravi, et statui custodire judicia justitiae tuae (Sl 118, 106)
Meditação para a Segunda-feira da Segunda Semana da Quaresma
SUMARIO
Como o Evangelho, apresentando-nos Nosso Senhor transfigurado enquanto orava, nos revela com isto que a oração é o meio de alcançarmos as graças do céu, meditaremos: 1.º A necessidade da oração; 2.° As condições requeridas para a fazer bem. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De sermos exatíssimos em prepararmos o nosso objeto de oração de tarde e de manhã, e de começarmos sempre o dia com este exercício; 2.° De conservarmos durante o dia os bons pensamentos e bons sentimentos da oração da manhã. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Evangelho:
"Enquanto orava, pareceu todo outro o seu rosto" - Facta est, dum oraret, species vultus ejus altera (Lc 9, 29)
Breve introdução sobre a Caridade e o Apóstolo Patrono
Para obter o grande tesouro do amor a Jesus Cristo, é necessário: 1.° Desejá-lo ardentemente; 2.° Pedi-lo muitas vezes; 3.º Dar-lhe lugar, expelindo do nosso coração todo o apetite desordenado; 4.° Fazer frequentes atos de amor; 5.° Meditar assiduamente na Paixão de Jesus Cristo. A Caridade é a rainha das virtudes, as quais a seguem onde quer que entre para lhe formarem vistosa corte. Persuade-te que nem teu pai, nem tua mãe, nem homem algum te dedica maior amor que Deus, teu Senhor. Consequentemente, não deves amar a ninguém mais do que a Deus. Deves dizer-Lhe:
Meu Deus se deu inteiramente a mim; também eu me entrego a Ele sem restrição. Ele escolheu minha alma para Sua amiga; eu O escolho dentre todos para meu único amigo. Ó meu Deus, por que me amais tanto? Que bem vedes em mim? Já Vos esquecestes das ofensas que Vos fiz? Visto que me tratastes tão amorosamente, em vez de me condenardes ao inferno, e me concedestes tantas graças, como poderei amar, no futuro, outra coisa fora de Vós, meu Deus e meu tudo?
Além disso, deves nutrir um grande desejo de progredir cada vez mais no amor de Deus. Os santos desejos são as asas com que nos elevamos a Deus. Pede muitas vezes ao divino Salvador Seu santo amor. Logo que despertares, de manhã, faze um ato de amor a Jesus e, de noite, não te esqueças de fazer, antes de dormir, um ato de contrição. Deves igualmente desejar e te esforçar para que outros amem também a Jesus e, para isso, deves falar muitas vezes a teu próximo do amor de Deus. Quem muito ama a um amigo, sente, muitas vezes, maior alegria com seu bem-estar do que com o próprio. Por isso deve causar-te especial consolação o pensamento de que Deus é infinitamente feliz. Dize-Lhe muitas vezes:
Meu Senhor e Deus, alegro-me de vossa felicidade, muito mais do que meu bem-estar, porque eu Vos amo mais do que a mim mesmo
Não te esqueças também de suspirar muitas vezes pelo céu. Anela por deixar este lugar de desterro, esta região de pecado e de perigo para a alma e entrar na pátria do amor, onde amarás a Deus com todas as tuas forças. Dize-lhe muitas vezes:
Ó Senhor, enquanto eu vivo, estou no perigo de tornar-me infiel a Vós e perder o Vosso amor; quando poderei deixar esta vida, na qual Vos ofendo incessantemente, para Vos amar de toda a minha alma?
Esforça-te continuamente para conformares perfeitamente tua vontade com a vontade de Deus; esse deve ser o fim de todas as tuas ações, desejos, meditações e orações. Oferece-te, pois, a Deus amiúdo durante o dia, dizendo-lhe:
Senhor, eis-me aqui: fazei de mim o que Vos aprouver. Que devo fazer? Dizei-me, que estou pronto para tudo
Meditaremos sobre a última palavra do Evangelho do domingo passado: são muitos os chamados e poucos os escolhidos; e consideraremos: 1.º Porque há tão poucos escolhidos; 2.° O que devemos fazer para ser desse número. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nunca nos deixarmos estimular pelo exemplo do grande número, mas dizermos conosco, ao contrário, como obrariam, que diriam, que pensariam os santos neste caso e de conformarmos com isto o nosso procedimento; 2.° De tomarmos a peito o negócio da nossa santificação e de o continuarmos com este sentimento no coração: Quero ser um santo. Conservaremos como ramalhete espiritual a palavra do Evangelho:
"São muitos os chamados, e poucos os escolhidos" - Multi sunt vocati, pauci vero electi
Meditação para o Sábado da 6ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Como amanhã, nas primeiras vésperas, começa o tempo da Septuagésima, veremos: 1.° As razões que há para passar santamente esta época do ano; 2.° A maneira de a passar santamente. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nos entregarmos especialmente ao espírito de meditação e de oração; 2.° De mortificarmos alguma coisa a vontade de comer e de beber. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:
"Eis aqui agora o dia da salvação" - Ecce nunc dies salutis (2Cor 6, 2)
Meditação para Sábado da 5ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Depois de termos visto Jesus adolescente, em Nazaré, crescendo em sabedoria e em graça, o consideraremos hoje chegado à idade do homem feito; e veremos: 1.° Que Ele tinha na Sua pobre morada uma vida laboriosíssima; 2.° Como santificava o Seu trabalho. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De não perdermos o tempo, mas de o empregarmos assiduamente no trabalho; 2.° De oferecermos o nosso trabalho a Deus, rogando-Lhe que o abençoe e nos ajude a fazê-lo bem; 3.° De unirmos o nosso trabalho e as nossas intenções ao trabalho e às intenções de Jesus Cristo. O nosso ramalhete espiritual será a palavra que Jesus Cristo disse de Si próprio:
"Tenho trabalhado desde a minha mocidade" - In laboribus a juventute mea (Sl 88, 16)
Meditação para a Terça-feira da 5ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Consideraremos Jesus Cristo, na idade de doze anos, indo a Jerusalém entregar-Se no templo aos exercícios da piedade, usados durante os oito dias que durava a festa da Páscoa; admirável lição, que nos ensina que todo o cristão deve ter certos exercícios de piedade regulares, que cumpra fielmente. É: 1.º O que ensina o exemplo de Jesus Cristo; 2.º O que exige o interesse da nossa salvação. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De compormos um regulamento de vida, que fixe a hora e o modo de fazer cada um dos nossos exercícios; 2.º De nunca nos afastarmos deste regulamento sem verdadeira necessidade, e neste caso, de anteciparmos o exercício, se podemos prever o transtorno; senão, de o continuarmos no primeiro momento livre. O nosso ramalhete será a palavra de Nosso Senhor a Maria:
"Importa ocupar-me nas coisas que são do serviço de meu Pai" - In his quae Patris mei sunt oportet me esse (Lc 2, 49)
Meditação para a Quinta-feira da 3ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Meditaremos o terceiro grau de humildade, que consiste em alegrarmo-nos de ser conhecidos e julgados conforme o que somos, isto é, pouco dignos de estima; e veremos que este grau de virtude nos é: 1.° Ensinado pelo exemplo de Jesus Cristo; 2.° Confirmado pela razão. - Tomaremos depois a resolução: 1.° De nunca buscarmos com subterfúgios ou mentiras, encobrir aos outros os nossos defeitos ou pecados; 2.º De não nos justificarmos, quando nos censurarem, à menos que não tenhamos uma sólida razão para o fazer. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:
"Sinto complacência no desprezo" - Placeo mihi... in contumeliis (2Cor 12, 10)
Meditação para a Quarta-feira da 3ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Meditaremos o segundo grau de humildade, que consiste em tratarmo-nos com desprezo e em reputarmos o último lugar sempre suficientemente bom para nós. Veremos: 1.° Que Nosso Senhor nos ensina esta verdade com o Seu exemplo; 2.° Que a só razão no-la persuade. - Tomaremos depois a resolução: 1.° De deixarmos em tudo o primeiro lugar aos outros, e de tomarmos o último para nós; 2.º No governo da vida como no exercício das virtudes, de evitarmos o mais possível atrair a atenção, e de desejarmos que não pensem em nós. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Evangelho:
"Tomai o último lugar" - Recumbe in novissimo loco (Lc 14, 10)