
Necessidade de não adiar nossa conversão
É preciso converter-se, e converter-se
logo. É preciso apressar nossa marcha, correr para nossa conversão, diz São João Crisóstomo:
Cum opus est, et vehementi cursu (
Homil. ad pop.). É preciso dispor-nos prontamente a seguir nossa viagem, porque o caminho é longo e a vida é curta. A vocação
[1] de Deus insta-nos; há perigo no adiamento! Não tardes em converter-te ao Senhor, não adies (a tua conversão) de um dia para o outro, diz o Eclesiástico:
Non tardes converti ad Dominum, et ne differas de die in diem (Eclo 5, 8). Quem é aquele que, tendo apanhado uma víbora, não a solta
imediatamente? Quem teria em sua casa um inimigo capital, um assassino? Quem aguentaria sustentar o fogo na mão? O
pecado mortal é uma víbora, um assassino, um fogo devorador. Por conseguinte, assim que o sintamos em nosso coração, devemos expulsá-lo. Santo Agostinho declara, com amargas lágrimas, o tempo que tardou em converter-se:
“Ó Formosura, sempre antiga e sempre nova, exclama ele, quanto tardei em vos amar!” (Lib. Confess.).
Por que, pergunta-nos o Senhor no Eclesiástico, por que vós vos atrasais? Vossas almas estão ardendo de sede?
Qui adhuc retardatis? Animae vestrae sitiunt vehementer (Eclo 51, 32).