Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

Tag: natureza

Calieurgus, o caçador vermelho

Na linda natureza de Deus
“Professor, o senhor prometeu contar-nos alguma coisa do caçador vermelho”. “Ah sim, o caçador vermelho. Foi num livro de um explorador do Brasil, que tive notícia dele. Um verdadeiro finório. 'Calicurgus annulatus' é seu nome científico. É uma vespa cor de sangue, própria do Brasil, e conta uns três centímetros de comprimento. Se ferir um homem, a vítima fica algum tempo entorpecida. O naturalista escreve: — É a hora da sesta, num dia cálido de verão. Nada se move, nem um pássaro pia... De repente, bem alto acima de minha cabeça, aparece um pequeno ponto que desce, descrevendo espirais sempre mais apertadas. É ele, o Calicurgus! Deve ter percebido alguma coisa lá do alto.

Read more

Os coveiros

Na linda natureza de Deus
“Rapazes! Depressa! Aqui! Incrível!”, repercutiu a vozinha do Carlito pelo acampamento. Percebemos logo que nada de mal lhe sucedera, mas que devia ter descoberto alguma coisa. Todos desabalaram para lá. “Vejam só! — Um rato morto, passeando aqui pelo atalho”. “Que? Rato morto passeando!” “Bem, não é propriamente o rato; ele é arrastado por cinco besouros. — Já faz algum tempo que estou observando como eles se esfalfam; no entanto, conseguem levá-lo.”

Read more

A mosca pairadora e outras coisas mais

Na linda natureza de Deus Hoje de manhã; tempo claro e belíssimo, um bando de rapazes cercava o Carlos, ou melhor, o microscópio que ele trazia. Apareceu uma borboleta, e após uma caçada de quinze minutos, ele a apanhava. Afogueado voltava agora. “Como este malandro me cansou!”, suspirou ele. Depois colocou uma partícula pequenina da asa do inseto sob o microscópio. Era esse o motivo do ajuntamento.
“Oh, Carlos, deixe-me ver também! É realmente tão bonito?” “Ora! De assombrar! Maravilhoso!” “Vejam, rapazes”, disse o professor, “há pouco, nos extasiavam as estrelas imensamente grandes, e agora acontece o mesmo com coisas infinitamente pequenas. Examinem essa asa e sua finíssima contextura. Não há artista humano capaz de criar nada que apenas se assemelhe a isto. É esta a diferença, a obra humana é bela somente enquanto a consideramos em conjunto, a certa distância. Examinem com uma lente a mais linda pintura de Rubens, a mais célebre escultura de Canova, e que verão? No quadro, uma infinidade de traços de pincel; no rosto de bela estátua, horríveis irregularidades. Se, porém, colocarmos debaixo do microscópio uma obra do Criador, uma pétala insignificante, um fio de teia de aranha, uma asa de borboleta, uma gota d’água, suspendemos a respiração ante a magnificência que se nos depara na harmonia e perfeita adequação à sua finalidade. O próprio Diderot, o incrédulo escritor francês, dizia: — Um olho, uma asa de borboleta bastava para confundir um ateu”. “Sr. professor, olhe aqui, por favor”, gritou Carlos, “lá está uma mosca parada no ar! É como se estivesse dependurada, mas o fio não se enxerga. E produz um som tão esquisito!”

Read more

As sábias abelhinhas

Na linda natureza de Deus
“Ai! Depressa! Onde está o amoníaco?!”
Jorge era que cuidava da farmácia portátil. Francisco, que soltara tais gritos, tivera a desgraça de ser picado por uma abelhinha, justamente na ponta do nariz. Por isso, aquele barulho infernal. De nariz inchado saltava e pulava, enquanto segurava na mão o atrevido inseto morto.
“Veja só, que animal estúpido é a abelha, enquanto age tão inteligentemente em outras coisas”, começou o professor, quando amoníaco tinha aliviado um pouco as dores do rapaz. "Tola foi ela, quando lhe aplicou a ferroada, não sabia que o ferrão havia de quebrar e, com isso, estava condenada à morte. Sabem que a mesma abelha, em outros assuntos, por exemplo, na alta matemática, é mais versada do que muito bacharel?” “Na matemática? A abelha e matemática? Como pode rimar isso?” “Sentem-se, e ouçam”

Read more

O trabalho da folha

Na linda natureza de Deus
“Vocês sabem que a função da folha é ainda muito mais assombrosa do que, a da raiz? A folha é o pulmão da árvore, com o qual respira; á também a boca, porque, assim como a raiz, ela deve ingerir parte do alimento, é ainda o estômago, visto como lhe cabe digerir e assimilar o alimento absorvido.” “Ah, sim”, observou Paulo. “Nós aprendemos que a árvore morre se a despojarmos de sua folhagem.” “Não é para menos. Prive a alguém de seus pulmões, boca e estômago!... Entretanto, as folhas podem corresponder a essa função complica da e múltipla, somente quando existem em número suficiente, têm uma forma adequada e estão expostas ao ar e à luz do sol na proporção exigida”. “E se as folhas fossem todas bem grandes, não seriam mais apropriadas para esse fim?”

Read more

Um rato na tenda

Na linda natureza de Deus Esta madrugada, bem cedinho, os ocupantes da outra barraca foram acordados do melhor do seu sono por um grito terrível. Sobre o colchão, estava sentado o Celsinho, tiritante como um treme-treme, pálido como a morte. Custou muito, até que pudesse explicar-se, suspirando:
“Um rato! Um verdadeiro rato! Correu por cima do meu colchão... Brrr!” “Mas Celso! Tal escândalo por causa dum rato!”
Depois do almoço, Luís nosso “factotum” pôs mãos à obra. À fim de assegurar o equilíbrio mental de Celsinho, construiu uma ratoeira. Em cima duma tabuinha fixou uma espécie de gaiola de arame, à qual dava acesso uma abertura, munida de arames que se iam estreitando para o interior. Lá dentro, um pedaço de toucinho serviria de isca. Os companheiros seguiam atentos o trabalho do amigo.

Read more

Uma excursão

Na linda natureza de Deus Hoje levantamo-nos uma hora mais cedo; tratava-se de fazer uma excursão a um monte vizinho, que proporcionava uma esplêndida vista das vizinhanças. Quem tinha os pés doloridos ficou no acampamento; os outros nós pusemos a caminho, de bom humor, às 7 horas. Depois de uma marcha de cerca de hora e meia, através duma floresta magnífica, chegamos a uma clareira, coberta de árvores tombadas. Um mês atrás, um tufão assolara a região e derrubara muitas árvores seculares. O professor mandou fazer alto, para que o grupo pudesse descansar e tomar o lanche. Ainda não eram 9 horas, mas fazia bem tomar um pouco de fôlego. Inúmeras folhas caídas cobriam o solo e os galhos secos das árvores abatidas estalavam sob o peso dos rapazes empoleirados.
“Quantos mortos jazem aqui em redor de nós!”, começou o professor. “Quantos gigantes da floresta terão baqueado assim, com as tempestades, através dos milênios, corroídos pela idade. Estamos parados num grande cemitério. Que pensam vocês? Que foi feito dos milhões e miIhões de folhas caídas no outono? Pois, se os troncos, galhos e folhas se amontoassem, resultaria um montão a sufocar qualquer vida. Onde foram parar? Carlos, remexe um pouco o chão com a vara.”
Quatro ou cinco lançaram mão de seus bordões. Uma camada amarelo-cinzenta de folhas bolorentas, meio apodrecidas, apareceu.

Read more

A chuva cai das nuvens

Na linda natureza de Deus Desde ontem à tarde está caindo uma chuva fina, persistente, magnífica para pôr à prova a disposição mental dum bivaque. Enquanto há o sorriso do Sol, nada parece difícil no acampamento: descascar batatas, buscar leite, arrumar as tendas... tudo se faz brincando. Mas num dia feio e chuvoso como o de hoje?... Chove desde ontem, e não é uma boa pancada d’água, como uma trovoada de verão em regra; é um gotejar lento... ora para, ora recomeça. É o primeiro dia de acampamento em que não tivemos missa, ainda por causa da chuva. Sem missa, falta alguma coisa no dia! A assistência diária à Santa Missa é para nós real prazer. Mais da metade dos nossos comunga diariamente. Ninguém os obriga; é espontâneo. Não é difícil viver puros, quando nos sentimos tão perto de Deus. Hoje tínhamo-nos reunido na barraca maior. Tratava-se de não deixar aparecer o aborrecimento. A princípio naturalmente, falou-se, da chuva e da umidade do ar.

Read more

Roda e rodinha

Na linda natureza de Deus
“Por que é que suas mãos estão cheias de giz?”, disse o professor a Carlos. “Pus em ordem minha mochila; estava lá dentro um pedaço de giz todo esfacelado; e o resultado foi este”. "Você não imagina que maravilha havia de ver se observasse no microscópio um pedacinho de giz natural, por exemplo da costa de Dover! Um pó constituído de inumeráveis conchinhas de animaizinhos que já não existem hoje. As rochas brancas de Dover são formadas de bilhões de casinhas de animalejos que viviam há centenas de milhares de anos”. “Ah, conte-nos hoje de novo alguma coisa”, pediu Carlos, “ontem estava tão bonito! Sim?”
Os demais associaram-se impetuosamente ao pedido de Carlos e o professor teve de ceder.
“Está bem, rapazes. Contudo, hoje não lhes quero falar dos astros imensos, mas de seres invisíveis, minúsculos, lembrados pelo giz de Carlos. Esses diminutos seres produzem-me impressão ainda maior do que os gigantes do céu. Extasiados contemplamos a obra de arte do corpo humano ou animal, bem como admiramos as maravilhas do firmamento. Quanto mais maravilhoso, porém, é encontrar aglomerados todos os órgãos vitais, esqueleto, veias, nervos, músculos, coração, olhos, etc., num animalzinho invisível à vista desarmada! O naturalista tem que emudecer ante o Espírito superior, capaz de resolver, nesses seres imensamente pequenos, os problemas da vitalidade. Tenho justamente comigo um livro de Gardini. Carlos lhes lerá algumas páginas que falam desses seres misteriosos".

Read more

O itinerário das estrelas

Na linda natureza de Deus
“Mas, por favor, senhor professor, o senhor ainda não contou nada dos habitantes de Marte”, interrompeu impaciente o Celsinho. “Escutem: Durante algum tempo os homens se preocuparam com o problema de como se poderiam fazer sinais aos pretensos habitantes de Marte. Era, todavia, preciso inventar um sinal que fosse indiscutivelmente compreendido naquele planeta, suposto que lá existam seres racionais. Sabem o plano que se imaginou? Queriam cavar no deserto do Saara um enorme triângulo.” “O que!”, exclamou Celso. “Para que serviria?” “Eu sei. Se os habitantes de Marte vissem o triângulo, deveriam notar imediatamente que na terra existem seres racionais.” “Exato. Esse plano, entretanto, não foi realizado, e não podemos responder à questão do Celso. Deixem, porém, vagar vosso olhar pelo firmamento, pela terra, pelo universo todo! Não é apenas um triângulo que nos fala, mas a beleza, a ordem, o conjunto harmonioso de todo o mundo nô-lo proclama, como um hino de louvor, acima de nós existe um Ser infinitamente sábio que criou tudo isto e lhe imprimiu suas leis. Uma força sobre-humana reuniu os invisíveis átomos em grandiosos astros, deu leis às suas forças titânicas, para que não haja confusão, mas um universo lindamente ordenado, construído sobre normas exatas. Francisco, vocês já estudaram física. Lembra-se ainda qual foi autor da física?” “Lehmann!” “Oh não! Ele copiou apenas da natureza as diferentes leis que nela agem. Não foi ele quem as produziu. Quem foi que compilou as leis que sustentam o universo, como em aro de aço, de modo que ele não venha a esfacelar-se? Os físicos? Não. Eles verificam unicamente que certo astro se move com tal velocidade e percorre esta ou aquela órbita. Quem, no entanto, foi capaz de comandar os astros? Não experimentamos uma sensação de respeito, só pelo fato de pensar nisso? Não é verdade que agora podemos compreender por que um dos maiores físicos da história, Ampère, exclamava, toda a vez que, ouvia o nome de Deus: Como Deus é grande!” “Mas”, disse Francisco, “li muito acerca da teoria evolucionista, segundo a qual o mundo de hoje seria o produto da evolução, através de milhares de milhões de anos”. “Ouça, Francisco. Você ouviu falar, na aula de religião, dos dias da criação do mundo, e que não devemos entender por 'dia' o espaço de 24 horas, senão períodos de evolução, de centenas de milhares de anos. Uma coisa somente não devemos esquecer, evolução existe apenas onde existe um princípio certo, fonte de ação, onde há finalidade. A matéria e a força tendem, por natureza, para a inércia; quem, todavia, dotou a massa inerte de uma energia tão ativa, tão viva, incansável que fez florescer a riqueza de formas e cores do mundo de hoje? Quem? Só Deus Criador! Ele decretou à matéria o caminho e as leis da evolução, do progresso, do aperfeiçoamento, para uma série incalculável de milênios. A matéria em si é morta, inerme, a força é cega; — vida e finalidade só lhes podem ser impostas por uma força superior. Além disso, observemos a exatidão e a coerência férrea dessas leis! Conseguimos calcular, com a exatidão de segundos, a trajetória dos astros. Sabemos o momento em que a Lua há de encobrir o Sol, originando um eclipse. Sabemos o lugar exato onde se acha certo planeta, em determinado momento, onde se encontra presentemente o cometa de Halley e quando aparecerá de novo.” “Maravilhosa ciência, que sabe calcular tudo isso!”, exclamou Jorge. “Sim, também a ciência é maravilhosa; como será, pois, aquele que determinou tudo de antemão, para milhares de séculos! — Seu pai está na Estrada de Ferro Central, encarregado do horário geral, não é?” “Sim, senhor; ele se queixa muitas vezes da tarefa difícil, enervante, de calcular o itinerário de tantos trens, a fim de evitar atrasos, colisões, etc.” “Não é verdade que, apesar de todos os cálculos, sempre ocorrem atrasos, principalmente nas longas distâncias, e colisões? Os milhões de trens, em sua correria vertiginosa pelo firmamento, em trajeto de milhões de quilômetros, não têm atraso, nem descarrilamento. Nossa terra é um grãozinho de pó comparada com os gigantes do céu, um minúsculo terrãozinho frio ao lado dos imensos globos de fogo. Como uma bola, ela gira ao redor de seu eixo, e como o vento, ela se lança para adiante, em sua órbita. Quem terá feito o itinerário dela e dos outros corpos celestes? O percurso de Mercúrio conta 87.9O9 dias; o de Vénus 224.7O1; o da Terra 3O5.256 dias, etc., e não há nunca um segundo de atraso. Refletindo sobre tudo isso, compreende-se o naturalista Von Baer, que disse: Pensei ouvir um grande sermão, e, não sei por que, tirei o gorro da cabeça e tive a impressão que devia cantar — aleluia!” Também Newton se exprime formosamente na obra (Principia Philosophiae Naturalis Mathematica): 'O esplêndido laço que une os corpos celestes, só pode emanar da sabedoria e da vontade dum Ser inteligente e poderoso. E se as estrelas fixas são o centro de sistemas semelhantes, também estes, edificados segundo o mesmo plano, estão sob a dominação desse Único. Esse Único rege tudo, não como gênio do universo, mas como Senhor de tudo. Por causa de sua soberania chamamo-lo Senhor, Deus, Onipotente'. Prova de uma ordem maravilhosa é o fato de que as leis da natureza (gravidade, movimento, composição química, etc.) valem, sem exceção, sempre e em toda a parte. O que uma vez ficou assentado a respeito duma molécula de carbono, refere-se a todas as outras moléculas de carbono. Graves desobediências não são conhecidas na natureza! Aqui tudo obedece”.

Read more