Por Dom Henrique Soares da Costa
Terminado o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a Liturgia celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, O ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a Solenidade de agora é um modo que a Igreja encontra para louvar, engrandecer e adorar na proclamação exultante, o amor sem fim da Trindade Santa, o Deus Triuno que nos criou, que nos falou, que veio a nós, que nos reúne como Igreja, que em nós habita e que nos chama e nos conduz à comunhão com Ele por toda a Eternidade. Estejamos atentos: por confessar a fé na Santa Trindade, os cristãos têm um modo absolutamente original de compreender Deus. Os judeus sabem que Deus é um só: Aquele que os arrancou da terra do Egito, da casa da servidão. Ouvimos falar Dele na primeira leitura:“Reconhece hoje e grava em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além Dele”
Por Dom Henrique Soares da Costa
Hoje, celebramos o mistério da Ascensão do Senhor. É mistério porque brota do Coração de Deus, o Santo, o Infinito, o Inabarcável, o Incompreensível, o Eterno, o Inefável, o Sábio, Aquele cujas profundezas jamais poderão ser sondadas pela mente e pelo coração humanos; é mistério porque ultrapassa tudo quanto possamos imaginar ou compreender, é mistério porque nos dá a Vida eterna, Vida divina, Vida que “os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu” (1Cor 2,9), é mistério porque trata-se de uma realidade que somente pode ser compreendia no Espírito Santo de Cristo (cf. 1Cor 2,10) e jamais nos simples limites da humana razão. A hodierna Solenidade, caríssimos, é uma só com a do Dia de Páscoa: Aquele, feito homem igual a nós, morto como nós, que admiramos levantado dentre os mortos e constituído em Glória na Ressurreição, hoje, contemplamo-Lo à Direita de Deus, com a mesma autoridade do Pai, e O proclamamos Cabeça da Igreja, Senhor sobre toda a criação, sobre toda a humanidade, Princípio e Fim da história humana e Juiz dos vivos e dos mortos.Por Dom Henrique Soares da Costa
Este Quarto Domingo da Páscoa é conhecido como Domingo do Bom Pastor, pois nele se lê sempre um trecho do capítulo 10 de São João, onde Jesus Se revela como o Bom Pastor. Mas, o que isso tem a ver com o tempo litúrgico que ora estamos vivendo? A resposta, curta e graciosa, encontra-se na antífona de comunhão que o Missal Romano traz para este hoje:Aqui está tudo!“Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho!”
Por Dom Henrique Soares da Costa
A Palavra de Deus deste Domingo do Tempo Pascal recorda-nos um fato histórico tremendo, ao mesmo tempo misterioso e doloroso: os judeus, povo a quem fora prometido o Messias, povo que esperou o Messias, não acolheu esse Messias! E tudo terminou num desastre:Eis, caríssimos: misteriosamente o Povo de Deus do Antigo Testamento não foi capaz de reconhecer o Messias que lhe fora enviado e o entregou a Pilatos, que O mandou crucificar."Vós rejeitastes o Santo e o Justo. Vós matastes o Autor da Vida. Vós O entregastes e O rejeitastes diante de Pilatos”
Por Dom Henrique Soares da Costa
Há oito dias, no primeiro dia após o Sábado dos judeus, ao anoitecer, Jesus ressuscitado entrou onde estavam os discípulos e lhes disse:“A paz esteja convosco!”Há oito dias, no Dia da Ressurreição, o nosso Jesus, vencedor da morte, enviado pelo Pai no Espírito Santo, soprou esse mesmo Espírito sobre Seus discípulos, Sua Igreja, e disse:
“Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio. Recebei o Espírito Santo!”
Meditação para a Procissão dos Ramos
Este Domingo sagrado celebra dois mistérios: (1) a Entrada solene do Senhor Jesus em Jerusalém para viver Sua Passagem do mundo para o Pai e (2) o Mistério de Sua Paixão, Morte e Sepultura. Daí o título deste dia: Domingo de Ramos e da Paixão. A procissão é de ramos; a missa é da paixão.Que significa a entrada de Jesus em Jerusalém hoje?
Ele é o descendente de Davi, o Filho de Davi e, portanto, o Messias prometido por Deus e esperado por Israel. Por isso o povo grita:Jesus é saudado como o Rei de Israel, novo Davi, Messias que chega à Cidade de Davi! E Jesus, de fato, é Rei, é Messias!“Bendito o Rei, que vem em Nome do Senhor!”
Caríssimos, às portas da Semana Santa, concentremos, neste Domingo, todo o nosso olhar no Senhor nosso, Jesus Cristo, e na Sua missão salvadora. A partir deste Domingo, o tema principal da Quaresma é Jesus, o Enviado do Pai, no mistério tremendo da Sua Paixão, Morte e Ressurreição! O nosso olhar, portanto, dirija-se a Jesus, nosso Senhor! Para isto, comecemos pelo belíssimo evangelho de hoje. Contemplemos o Senhor! Contemplemo-Lo com os olhos, contemplemo-Lo com a fé, contemplemo-Lo com o coração! Jesus estava no interior do Templo de Jerusalém, no pátio interno, chamado Pátio de Israel. Ali, nenhum pagão podia entrar, sob pena de morte. Os pagãos eram excluídos do culto do Povo de Deus! Pois bem, dois gregos, dois pagãos, aproximaram-se de Filipe, que certamente estava na parte mais externa, no chamado Pátio dos Gentios, até onde qualquer pessoa podia chegar... Dois gentios, que procuravam com fervor o Deus de Israel, tanto que “tinham subido a Jerusalém para adorar durante a festa”... Certamente, moravam na Galileia, em alguma das cidades habitadas pelos gentios, como Tiberíades, por exemplo... Com humildade, eles pedem:
“Gostaríamos de ver Jesus!”
Por Dom Henrique Soares da Costa
Caríssimos em Cristo, estas palavras de Isaías dão o tom da liturgia deste Domingo, chamado pela liturgia de Domingo Laetare – Domingo “Alegra-te!”. Não se trata de um “Domingo da Alegria” – isto não existe na Liturgia... Por favor, nunca esqueçamos que a Liturgia não celebra temas, mas eventos salvíficos, acontecimentos realizados pelo Senhor para a nossa salvação! Pois bem, no meio da Quaresma, na metade do caminho para a solene celebração anual da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida à uma atitude interior de alegria pela aproximação da Santa Páscoa. Daí hoje a cor rosa e até mesmo as flores na igreja. “Alegra-te, Jerusalém!” – Jerusalém é a Igreja, é o Povo santo de Deus, o novo Israel, é cada um de nós... Alegremo-nos, apesar das tristezas da vida, apesar da consciência dos nossos pecados! Alegremo-nos, porque a misericórdia do Senhor é maior que nossa miséria humana!“Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações” (Is 66,10s)
Por Dom Henrique Soares da Costa
Comecemos pela primeira leitura a nossa meditação da Palavra de Deus para este Domingo. Que nos apresenta o Livro do Êxodo? As Dez Palavras, os Mandamentos de Torá. A palavra “mandamento” tem, hoje um significado antipático. Não gostamos de mandamentos, de normas, de preceitos. No entanto, para um judeu –…