Beatificação dos Mártires do Japão
Será sempre de grata memória para os fiéis o dia 8 de junho de 1862, em que 26 heróis da fé, martirizados no Japão há cerca de três séculos, foram elevados à honra dos altares. Falamos, a seu tempo, da sanguinolenta perseguição de Taicosama e do grande número de cristãos que foram coroados com o martírio. Aqui tão somente acrescentaremos que, depois de terem sofrido muitos trabalhos nas prisões e nas viagens; depois de terem passado fome; sofrimentos e golpes de toda espécie, chegaram finalmente à cidade de Nagasaki lugar preparado para seu suplício. Querendo ensaiar ainda uma prova para lhes infundir temor, mostrou-se-lhes um outeiro sobre o qual se achavam preparadas 26 cruzes. Ao recordar, em presença desse espetáculo, que a cruz tinha trazido a salvação ao gênero humano, e que dentro em pouco abriria-lhes as portas do céu, encheram-se de grande alegria. Um deles chamado Antonio, falou no lugar do suplício a seus pais, que lhe faziam grandes promessas para excitá-lo a renegar a Jesus Cristo:"Vós me prometeis bens terrenos, Jesus Cristo, bens celestiais aqueles duram breve tempo, estes são eternos”
- A Imaculada Conceição
- A Propagação da Fé
- O Pe. João de Triora
- Carlos Corney e Gabriel Perboire
- Liberdade Cristã na China
- Ordens Religiosas
A Imaculada Conceição
Logo que o Papa voltou à sua sede, chegaram-lhe de todas as partes do mundo os votos dos bispos atestando a crença geral de que Maria sempre tinha sido preservada do pecado original, e que era uma das maiores aspirações de seus diocesanos que se definisse dogmaticamente esta verdade. O pontífice estabeleceu então uma comissão de doutos teólogos e cardeais; mais tarde concedeu um jubileu de três meses, para excitar aos fiéis a dirigir a Deus ardentes votos, e convidou finalmente que fossem a Roma todos os bispos, que facilmente pudessem ir. Depois de uma discussão esmerada e profunda, se achou que era doutrina conforme às sagradas escrituras, constantemente manifestada pela tradição, isto é, na sagrada liturgia, nos escritos dos santos padres, nos decretos dos sumos pontífices, e no sentimento geral de todos os cristãos, que Maria tinha sido concebida sem mancha original, e que era coisa muito conveniente que se definisse essa doutrina como artigo de fé. Pio IX depois de novas súplicas, julgou que já tinha chegado o tempo de proceder à tão anelada definição; e assistido pelos cardeais, pelos patriarcas e por um grande número de arcebispos e bispos em presença de multidão imensa de sacerdotes e leigos, a 8 de dezembro de 1854, dia consagrado a Maria Imaculada, antes de celebrar a santa Missa, pronunciou este decreto na basílica vaticana:“É doutrina revelada por Deus que a Bem-aventurada Virgem Maria desde o primeiro instante de sua Conceição foi preservada de toda mancha da culpa original por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em consideração aos méritos de Jesus Cristo. Salvador do gênero humano; e por isso todos os fiéis devem crer nela firme e constantemente”
Eleição de Pio IX
Um dos maiores pontificados e dos mais esplêndidos, é sem dúvida alguma o de Pio IX. Nasceu em Sinigaglia no ano de 1792, da família dos condes Mastai Ferretti e se chamou João Maria. Jovem ainda, tinha ido a Roma para alistar-se no exército pontifício; porém sua abalada saúde impediu-lhe a realização de seu desígnio. Mas Deus que o chama para grandes coisas, o curou como temos visto, para que pudesse alistar-se na milícia sacerdotal. Desde jovem já brilhava em João todo gênero de virtudes; a devoção à Bem-aventurada Virgem formava todas as suas delícias. Digno ministro de Jesus Cristo prontamente conheceu a grande necessidade que tem a juventude de ser educada; e para este fim consagrou os primeiros trabalhos de seu grande ministério. Tomou conta em Roma da direção e administração de dois grandes institutos, conhecido um sob o nome de Tata Giovanni e outro de São Miguel em Ripagrande, onde se albergam centenas de meninos pobres. Uma difícil missão levada a cabo no Chile por comissão de Pio VIII demonstrou o grande talento e a rara habilidade que possuía no manejo dos grandes negócios. À sua volta do Chile foi nomeado bispo, e finalmente no ano 1840 criado cardeal. A morte de Gregório foi, quase, por unanimidade de votos, proclamado pontífice a 16 de junho de 1846 dois dias depois de terem entrado para o conclave os Cardeais, e tomou o nome de Pio IX. Para narrar devidamente os feitos deste incomparável pontífice seriam necessários muitos e avultados volumes; limitaremo-nos, pois, a indicar alguns.- Leão XII e Pio VIII
- A Igreja Ortodoxa da Rússia
- Perseguição contra os Católicos nesse Império
- Gregório XVI e o imperador Nicolau
Leão XII e Pio VIII
Sucedeu a Pio VII o cardeal Anibal de Genga, natural de Espoleto o qual tomou o nome de Leão XII. Seu pontificado durou cinco anos e cinco meses incompletos. Amava muito aos pobres e o mesmo dia em que o coroaram preparou-lhes um esplêndido jantar no Vaticano. Tomou muito a peito o cuidado dos institutos de beneficência pública, aos quais visitava com frequência e provia de todo o necessário. Ia às vezes visitar, sem aviso prévio as igrejas e os hospitais, para certificar-se se as pessoas ali empregadas cumpriam seus deveres com regularidade. No ano do jubileu (1825) beatificou a quatro servos de Deus, isto é: a Agostinho Juliano e a Angelo de Acri da ordem de São Francisco, a Afonso Rodriguez, jesuíta, e a Hipólito Galantini, fundador da Congregação da doutrina cristã. Certo dia, enquanto ainda gozava de boa saúde, disse a um de seus familiares:"Daqui a alguns dias já não nos veremos mais"
Queda de Napoleão
A história nos demonstra claramente que o favorecer a religião é o princípio da grandeza dos soberanos, e que ao contrário, persegui-la é causa de sua ruína. Napoleão não o queria crer, porém os fatos lhe provaram. Seu imenso poder fazia tremer a toda Europa e era seu nome temido em todo o mundo. Quando soube que Pio VII o queria excomungar por suas violências contra a Igreja e seus ministros, dizia em tom de mofa:"Pensa talvez o Papa que a excomunhão fará cair as armas das mãos de meus soldados?"Porém as censuras da Igreja, tarde ou cedo, produzem inexoravelmente seu efeito. A ambição levou de fato a Napoleão até as extremidades da Rússia, onde os quatrocentos mil homens, que compunham seu exército, morreram em sua maior parte pelo ferro, pela fome ou pelo frio. O general Ségur, um dos chefes daquele formidável exército, deixou escrito:
"Os soldados mais valentes, gelados de frio, já não podiam segurar as armas e estas caíam lhes das mãos"
Pio VII
Quando se deu a morte de Pio VI, os repuplicanos franceses tinham-se assenhoreado de Roma e de toda a Itália. O chefe da Igreja morrera no desterro, os membros do sacro Colégio achavam-se encarcerados ou dispersos; como se poderia eleger um pontífice? Não temamos; Deus que governa sua Igreja, saberá inutilizar os esforços dos homens. Efetivamente dali a pouco um exército austríaco ataca os franceses, expulsa-os de Roma e da Itália e os encerra em um estreito desfiladeiro entre a Ligúria e o Piemonte. Postos então em liberdade os cardeais, se reúnem em Veneza e elegem para ocupar o trono de São Pedro ao cardeal Chiaramonti de Cesena, que tomou o nome de Pio VII. Dirige-se este a Roma e toma de novo, com a maior solenidade, posse do poder temporal que lhe dera Deus para conservar a independência de seu ministério, entre as homenagens e as felicitações dos soberanos. Logo que os Austríacos cumpriram sua missão, travou-se a batalha de Marengo, e apesar de seu número e valor, são derrotados e desaparecem da cena. Prova evidente de que Deus lhes deu no primeiro encontro a vitória somente para o bem da Igreja, isto é, para que se pudesse eleger o novo Papa e tomasse novamente posse de Roma. Ano 1800.Santo Afonso e os Redentoristas
Enquanto Voltaire e Rousseau infestavam o mundo com seus escritos ímpios, serviu-se Deus do glorioso Afonso Maria de Ligório para iluminar e santificar aos povos. Nasceu em Nápoles no ano de 1696, e desde sua juventude manifestou-se qual luminoso modelo de virtude. Era mui exato no cumprimento de todos os seus deveres, especialmente religiosos, comungava toda semana e ainda com maior frequência, e visitava todos os dias o Santíssimo Sacramento. Aos 16 anos já se achava graduado doutor em ambos os direitos e dedicava-se ao exercício da advocacia. Vendo, porém, frustradas suas esperanças de vencer uma causa, determinou abandonar o mundo e consagrar-se a Deus no estado eclesiástico. Pregava com grande fervor, e seu próprio pai a primeira vez que o ouviu, exclamou vivamente comovido:"Meu filho me fez conhecer a Deus"
- Irmãos das Escolas Cristãs
- Bento XIV
- São Paulo da Cruz e os Passionistas
- Origem dos franco-maçons
- Filosofia Moderna
Irmãos das Escolas Cristãs
A Igreja católica, à imitação de seu divino esposo, pôs sempre especial empenho em educar as crianças e formá-las desde pequenas à virtude. Entre a multidão de seus filhos que, inflamados neste espírito de caridade, se dedicaram de modo especial à educação da juventude, distinguiu-se o venerável João Batista de la Salle, de Reims. Unia este, a uma vida pura e inocente tal inclinação e amor para a ciência e para a virtude, que desde muito jovem foi nomeado cônego, doutor em teologia, e mais tarde, ordenado sacerdote. Cuidadoso em adquirir uma dignidade segura e imperecível no paraíso, renunciou ao cargo de cônego, distribuiu quarenta mil francos de patrimônio entre os mosteiros, e dedicou-se a recolher meninos pobres e abandonados, para instruí-los na santa fé. Não podendo só ele levar a cabo uma obra de tanta importância, chamou em seu auxilio outros companheiros, nos quais infundiu seu espírito. Desta maneira principiou a instituição dos Irmãos das Escolas cristãs que tem por fim exclusivo a educação cristã dos meninos da classe pobre ou menos acomodada da sociedade.- Jansênio
- Novas crueldades no Japão
- Castigo dos perseguidores
- São José Calazans e as Escolas pias
- São Vicente de Paulo e os Lazaristas
- Reforma dos Trapistas
- História do Galicanismo
- Progresso do Evangelho no Novo Mundo