Água. Os homens buscaram sempre construir suas cidades junto à água, a beira-mar, ou às margens dos grandes rios; lá onde corre impetuosamente ou onde se remansa placidamente num lago. Dirigi vossos passos ao centro da Europa, entre a Suíça, França e Itália, e procurai um lago tranquilo, circundado por suaves colinas, com os cimos ornados de abetos e as planícies cobertas de prados e vinhas. Se mais ao longe avistais os Alpes e o Monte Branco, então é provável que já tenhais encontrado o lago de Annecy e, junto dele, uma pequena cidade que leva o mesmo nome, cujos jardins se estendem em frente ao lago e cujas ruas estão sulcadas por antigos canais do rio Thiou. Annecy é uma cidade encantadora, que conserva suas ruas tradicionais, a sólida prisão de velhas pedras em uma ilhota formada pelos canais, um impressionante castelo, sobre a colina, que pertenceu ao Duque de Nemours e, mais acima, dominando todo o panorama, o Mosteiro da Visitação. Este privilegiado lugar lembra um nome do qual está impregnada toda a cidade: Francisco de Sales. Francisco percorreu aquela região entre 1567 e 1622, mas a sua lembrança, passados os séculos, continua hoje viva em toda a Comarca, desde a bonita cidade de veraneio Thonon le Bain, até a industriosa Anemmase, ou desde a cidade – por tantas razões internacional – de Genebra, com seu lago, até o de Bourget, conhecido pelos versos que sobre ele escrevera o poeta romântico Lamartine.
Meditação para Dia 17 de Janeiro
1. Jesus é todo amor. No Sinai, entre relâmpagos e trovões, foi promulgada a lei do Altíssimo; em Belém, coros angélicos anunciaram a paz a todos que tem boa vontade. Na antiga lei, mesmo aos sacerdotes era vedado entrar no santuário interior; na nova, os pastores são convidados pelos próprios anjos a visitarem o Menino Deus. Na antiguidade, Jeová era Deus de majestade tremenda; no Novo Testamento, Jesus anda com os pecadores e convida:"Vinde a mim vós todos, que andais carregados e aflitos, consolar-vos-ei"
Meditação para Dia 16 de Janeiro
1. Jesus no presépio é objeto de inefável assombro. O Criador é alimentado e enfaixado por usa criatura. O Verbo eterno não fala, soltando apenas os vagidos próprios duma criança. Quem sustenta o mundo, tem os bracinhos fracos, as perninhas vacilantes. A Sabedoria incriada parece ignorante; a Onipotência divina - inerme; a Autoridade suprema - de extrema dependência. Poderá haver maior humildade?... Durante longos anos? E por quem tudo isso? Não te impõe deveres sagrados a gratidão?Meditação para Dia 15 de Janeiro
1. Que requintada malícia a de Herodes: perseguir a quem veio salvá-lo! Que perversidade, perseguir a quem é ainda criança! Que extrema humilhação para Jesus, fugir duma criatura sua! Não obstante, Jesus foge; foge, apesar de ter mil outros recursos. Maria, sua Mãe, reza de novo:"Faça-se em mim segundo a vossa palavra"São José levanta-se e foge, sem pedir explicação nem apresentar a menor objeção. Quantos exercícios de virtude numa única ocasião! E tu?
1º Domingo depois da Epifania
Sumário. Quando Jesus chegou à idade de doze anos, José e Maria levaram-No consigo a Jerusalém na solenidade de Páscoa. Por ocasião da volta, porém, Jesus ficou no templo, sem que seus pais se apercebessem, e só foi achado ao fim de três dias de busca e de lágrimas. Aprendamos deste mistério que devemos deixar tudo, parentes e amigos, quando se trata de promover a glória de Deus.Remansit puer Iesus in Ierusalem, et non cognoverunt parentes eius - “O Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais se apercebessem” (Lc 2, 43)
Meditação para Dia 07 de Janeiro
1. a) Os santos reis não vieram de mãos vazias. Para dar expressão aos sentimentos de respeito e amor que lhes iam n'alma, ofereceram ricos e dignos presentes. Recebes constantemente de Deus: nunca lhe queres retribuir? b) Os magos oferecem ouro, como mimo de insigne valor. Jesus te deu na terra o mimo da verdadeira fé e dará depois o da eterna bem-aventurança. Deus sempre excede nossa generosidade."Pouco prometemos, diz São Francisco, mais nos foi prometido"
Sumário. O Menino Jesus chorava por duas razões. Em primeiro lugar chorava de compaixão para com os homens, que eram réus de morte eterna, e oferecia as suas lágrimas ao Eterno Pai, a fim de obter para eles o perdão. Chorava em segundo lugar de dor, vendo que, mesmo depois da Redenção tão grande número de pecadores continuariam a desprezar sua graça. Ah! Não agravemos mais as penas desse amabilíssimo Coração e consolemo-Lo, misturando as nossas lágrimas com as suas.Et lacrymatus est Iesus - “E Jesus chorou” (Jo 11, 35)
Meditação para Dia 04 de Janeiro
1. A Santíssima Virgem e seu esposo bem sabiam que não estavam obrigados a levar o Menino Jesus, Filho de Deus, à penosa circuncisão, que tanto repugnava a seus sentimentos compassivos. Apesar disso não tardaram em sujeitá-lo às dores da cerimônia prescrita pela lei, preferindo a obediência perfeita ao amor natural. Sublime e meritório sacrifício! Obedeces também quando a obediência reclama sacrifícios? 2. Jesus, dotado desde logo do uso da razão, sujeita seu inocente corpo a graves mortificações e sofrimentos. Se pretendes desapegar teu coração do excessivo amor próprio, nega-lhe às vezes o que é lícito, para lhe negares mais facilmente o que é proibido.Sumário. Imaginemos ver a Maria que toma com reverência seu divino Filho, o adora, o beija e em seguida o envolve nas faixas. O santo Menino oferece obediente as mãos e os pés, e sentindo que lhe apertam as faixas, pensa nas cordas com que um dia será amarrado no Horto. Se um Deus assim se deixa enfaixar, não será por ventura justo que nos deixemos ligar também com os laços de seu amor, e nos desfaçamos de qualquer afeto terreno?Et pannis eum involvit - “Envolveu-o em faixas” (Lc 2, 7)
Sumário. São vários os motivos pelos quais Jesus quis nascer criança. Primeiro, quis desta forma mostrar-nos a sua propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. Quis, em segundo lugar, afastar de nós todo o temor ao vermo-Lo reduzido, por assim dizer, a um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados. Mas sobretudo Jesus nasceu como criança para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de ternura. Amemo-Lo, pois, de todo o coração, cheguemo-nos a Ele, e peçamos-Lhe toda a sorte de bens.Parvulus enim natus est nobis, et filius datus est nobis - “Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho” (Is 6, 9)