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Tag: amor

Jesus o bom pastor

O Bom Pastor

Capítulo XLIII

Ego sum pastor bonus: bonus pastor animam suam dat pro ovibus suis - "Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a própria vida pelas suas ovelhas" (Jo 10, 11)

Sim, sim, exclama Santo Agostinho, verdadeiramente Jesus é bom pastor: porque ama as suas ovelhas mais que a si mesmo, mais que seu repouso, mais que sua vida. Por elas desceu dos esplendores da sua gloria; por elas revestiu-se dos andrajos da nossa humanidade, e condenou-se a uma vida dura, laboriosa e cheia de sofrimentos; por elas esgotou todos os tesouros da sua ternura; por elas final¬mente morreu sobre a cruz. Jesus é o bom pastor; todos os seus instantes, todos os seus suspiros, todos os seus trabalhos, toda a sua vida, todo ele mesmo, tudo isto foi consagrado ao bem das suas ovelhas. Era Deus; e, apesar do seu poder infinito, não pôde fazer mais para lhes testemunhar o seu amor. Jesus é o bom pastor: vede como suas entranhas se comovem de compaixão por todas essas pobres ovelhas da casa de Israel, errantes e desgarradas.

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Elevação do coração a Jesus Cristo para o conjurar a nos atrair a si pelos encantos do seu amor

Oferecimento do Coração à Jesus

Capítulo XLII

Ego si exaltatus fuero a terra omnia traham ad meipsum - "Eu quando for levantado da terra atrairei tudo a mim" (Jo 12, 32)

São estas vossas palavras, ó meu divino Salvador! Vós as pronunciastes quando estáveis sobre a terra em vossa carne mortal. Dissestes-nos que quando estivésseis elevado sobre a cruz, atrairíeis a vós os corações de todos os homens; sois a verdade infalível, e eu não poderia duvidar do cumprimento das vossas palavras; permiti-me então que vos pergunte como é que o meu coração esteve por tantos anos longe de vós?... Ah! De vós não é que eu me devo queixar. Quantas vezes me não chamastes vós ao vosso amor, e eu recusei ouvir a vossa voz! Quantas vezes me não perdoastes as minhas ofensas! Quantas vezes me não advertiste pelos remorsos da consciência que vos não ofendesse! Eu, apesar de tantas graças, quantas vezes não voltei aos pecados! Ó Jesus meu! Não me precipiteis no inferno, como eu mereceria; porque ali ver-me-ei constrangido a amaldiçoar para sempre todas essas graças, que me haveis prodigalizado. Sim, todas essas graças, todas essas luzes interiores que me concedestes, todos esses ternos convites que me fizestes para dar-me a vós, essa paciência que tivestes em suportar-me, esse sangue derramado por salvar-me, tudo isso se¬ria para mim tormento muito mais atroz e mais cruel que todos os demais tormentos do inferno.

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Quanto o amor que Jesus Cristo nos tem nos impõe a obrigação de O amarmos

Jesus Crucificado

Capítulo XLI

Charitas Christi urget nos - "A caridade de Cristo nos constrange" (2 Cor 5, 14)

Nada, diz São Francisco de Sales no “Tratado do amor de Deus”, liv. VIII, c. 8, nada força tanto o coração do homem como o amor. Se um homem sabe que é amado de outro homem qualquer que seja, sente-se compelido a retribui-lhe amor por amor; se é um simples paisano que é amado de um grande senhor, muito mais é incitado; mas se é de um grande monarca que ele se vê amado, com quanto maior, força ainda se sente impelido? Saber pois que Jesus Cristo nos amou até morrer na cruz por nós não é ter os nossos corações sob uma prensa que lhes espreme fortemente o amor, com violência tanto mais veemente quanto é mais amável? Jesus ama-nos: Ah! E quem o poderia duvidar depois de tantos sinais que nos deu da sua ternura? Sim, ama-nos, e quer que nós o amemos. Para isso é que ele se fez homem, morreu na cruz, instituiu o Sacramento da Eucaristia.

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Da sua plena vontade é que Jesus Cristo se ofereceu à morte por nosso amor

Jesus, Luz do mundo!

Capítulo XXXIX

Oblatus est qui ipse voluit - "Foi imolado porque quis" (Is 53, 7)

O verbo eterno, desde o primeiro instante de sua conceição, viu apresentar-lhe ante si todas as almas dos filhos de Adão; viu ao mesmo tempo apresentar-lhe o quadro terrível dos sofrimentos, à custa dos quais devia remi-los. Assim do primeiro instante de sua existência no tempo viu e conheceu perfeitamente Jesus Cristo as almas de todos os homens que lá desde o começo do mundo tinham povoado a terra, bem como as de todos os que deviam povoa-la até à consumação dos séculos. Viu e conheceu portanto também a minha, ele a viu coberta de pecados, envolta em densas trevas, falta de tudo. E esta vista, longe de o levar a repelir-me como um objeto de horror, comoveu as entranhas da sua misericórdia, e aceitou para logo todos os sofrimentos que mais tarde padeceu no curso da sua vida, e particularmente em sua morte. Nenhum interesse próprio tinha para assim obrar, nem para aceitar tantos sofrimentos; o amor, o amor por minha pobre alma, eis o seu mover; o amor fê-lo nascer num presépio, o amor fê-lo morrer numa cruz. Condenado estava eu ao inferno, e ele ofereceu-se por meu resgate; nascera no ódio de Deus, e ele ofereceu-se para destruir este ódio; nem sequer pensava em ama-lo; em minha funesta cegueira, só para ofendê-lo vivia, e ele foi o primeiro a amar-me, e se ofereceu para dar-me uma prova esplêndida do seu amor, e para me atrair a amá-lo. E seria eu insensível a tão excessiva ternura do meu Deus? Se o meu Jesus me ama tão ardentemente, poderei eu recusar-lhe uma justa compensação? Por certo que não.

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Jesus é coroado de espinhos

Meditação para Dia 05 de Abril

1. "E os soldados, tecendo de espinhos uma coroa, lhe puseram sobre a cabeça". É um mistério de humilhação e de dor. Os espinhos fortes e agudos, cravados a força na cabeça, a parte mais sensível do corpo, e causando dores indescritíveis, fazem correr o sangue pela face toda desfigurada. A profecia de Isaías cumpre-se à letra:

"Desde a planta do pé ao alto da cabeça não há nele parte sadia"

Não serás capaz de nenhum sacrifício por esse teu Deus? Pondera a palavra de São Bernardo:

"É uma vergonha sermos nós membros delicados no corpo da Igreja, quando Jesus, sua cabeça, está coroado de espinhos"

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Nosso Senhor recomenda sua alma a seu Pai

Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito

Capítulo XXXVI

Pater, in manus tuas commendo spiritum meum - "Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito" (Jo 23, 16)

Tudo quanto nosso Senhor disse ou fez em sua vida mortal, tudo disse e fez não só para nos testemunhar o seu amor, mas ainda para instruir-nos. Assim nem uma só palavra pronunciou, que, bem meditada, não sirva para conduzir-nos a uma maior perfeição. Detenhamo-nos pois a considerar as que acaba de dirigir ao seu Pai celeste:

“Meu Pai, lhe diz, em vossas mãos encomendo o meu espírito"

É como se dissera: Meu Pai, a vós me abandono sem reserva. Cumpri sobre a terra tudo o que de mim exigíeis, e só morrer é o que me resta; mas se todavia quereis ainda que a minha alma permaneça no corpo para mais sofrer, à vossa vontade me abandono; se quereis que passe desta à outra vida para entrar na gloria e receber a recompensa dos meus trabalhos, à vossa santa vontade igualmente me abandono; eis-me aqui pronto a fazer tudo o que vos aprouver dispor de mim. Oh! Que belo exemplo de abandono a Deus e de completa resignação à sua vontade! Oh! Que admirável preparação para a morte!

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Da sexta palavra que Jesus pronunciou na cruz

"Consumatum est" - Tudo está consumado

Capítulo XXXV

Cum accepisset Jesus acetum dixit: Consummatum est - "Jesus havendo tomado vinagre, disse: Tudo está consumado" (Jo 19, 30)

O nosso Jesus, chegado que foi o momento de exalar o ultimo suspiro, disse em voz moribunda:

“Tudo está consumado”

Ao pronunciar esta palavra, Jesus repassou em seu pensamento todo o curso da sua vida, viu todas as fadigas que padecera, a pobreza, as dores, as ignomínias que sofrera, e as oferecera todas de novo a seu Pai pela salvação do mundo. Depois, tornando a nós disse: Consumatum est, como se dissera: Homens, tudo está consumado, tudo está cumprido: está acabada a obra da vossa redenção, satisfeita a justiça divina, aberto o paraíso; e eis o vosso tempo, o tempo dos que amam.

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O bom ladrão

São Dimas, o Bom Ladrão

Capítulo XXXI

Domine, memento mei, com veneris in regnum tuum - "Senhor, lembrai-vos de mim quando entrardes no vosso reino" (Lc 23, 42)

Esta foi a oração do bom ladrão, que por sua fé e confiança mereceu de Jesus esta resposta:

“Hoje estarás comigo no paraíso”

Pedira apenas uma simples recordação, e Jesus promete-lhe o seu reino: tão liberal é o nosso bom Mestre! Tão disposto está sempre a dar muito mais do que se lhe pede! Mas quem não se assombrará sobre a profundeza dos conselhos de Deus? No momento em que o bom ladrão dizia a Jesus: “Senhor, lembrai-vos de mim quando estiverdes no vosso reino”, estava este divino Salvador num estado de aflição e humilhação sem exemplo. Seus discipulos haviam-no abandonado, um deles o trairá e vendera, renegara-o outro três vezes, os judeus vomitavam contra ele blasfêmias, expunham-no à irrisão os gentios, quase ninguém acreditava nele. E é neste momento em que Jesus perdia todo o credito para com a maior parte dos que o conheceram, que este bom ladrão, interiormente iluminado da divina graça, o reconhece por seu Rei e seu Deus... Os discípulos de Jesus tinham tanto tempo conversado com ele; ouvido a sua admirável doutrina, tinham um perfeito conhecimento de sua vida, dos seus milagres; e sua fé foi, todavia, terrivelmente abalada, quando o viram pregado na cruz.

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Jesus ora por seus inimigos

Jesus ora por seus inimigos

Capítulo XXX

Pater dimitte illis: nom enim sciunt quidi faciunt - "Meu Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34)

Jesus acabava de ser pregado na cruz, via circular em volta de si os autores do seu suplício e os seus algozes. Lança sobre eles um olhar, eleva em seguida os olhos ao céu, e exclama:

“Meu Pai!"

Tinha guardado silencio enquanto o crucificavam; eis que o rompe e invoca a seu Pai; escutemos o que lhe vai pedir. Dir-lhe-á ele:

“Meu Pai: vós sois testemunha dos meus sofrimentos, sois testemunha dos ultrajes indignos de que me cobrem e sabeis a minha inocência; fazei, pois cair sobre este povo ímpio todo o peso da vossa vingança?”

Não, não, tal não será a súplica do nosso bom Jesus. Alma cristã, que isto meditas, atenção, e aprende a conhecer a misericórdia infinita do nosso Salvador.

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