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O Senhor Deus somente age por amor!

Dom Henrique Soares da Costa
Reze o Salmo 119/118,49-56
Agora, leia com piedade, com atenção e um coração que escuta Dt 23 – 24

Dt 23, 2«Nem o castrado nem o que for mutilado sexualmente serão admitidos na assembleia do SENHOR. 3O filho ilegítimo não será admitido na assembleia do SENHOR; nem mesmo a sua décima geração poderá ser ali admitida. 4Um amonita ou um moabita não serão admitidos na assembleia do SENHOR; nem mesmo a sua décima geração poderá jamais ser ali admitida, 5porque não vos ofereceram pão e água no caminho, quando saístes do Egipto; além disso, porque aliciaram contra ti Balaão, filho de Beor, de Petor, em Aram-Naaraim, para que ele te amaldiçoasse. 6Mas o SENHOR, teu Deus, não quis escutar Balaão e transformou a maldição em bênção, porque o SENHOR, teu Deus, te ama. 7Não te interesses jamais pelo bem deles nem pela sua prosperidade, em toda a tua vida.

8Não abominarás o edomita, porque ele é teu irmão; não abominarás o egípcio, porque foste estrangeiro residente no seu país. 9Os filhos que lhes nascerem poderão ser admitidos na assembleia do SENHOR, a partir da terceira geração.»

Pureza em caso de guerra – 10«Quando saíres em campanha contra os teus inimigos, evitarás qualquer má acção. 11Quando estiver contigo um homem que não esteja puro devido à polução nocturna, sairá para fora do acampamento e não regressará ao acampamento. 12Ao cair da tarde, lavar-se-á com água e, ao sol posto, entrará de novo para o acampamento.

13Reservarás um sítio, fora do acampamento, e lá irás para as necessidades. 14Terás também, junto com o outro equipamento, uma pá; quando saíres para fazer as necessidades, farás com a pá um buraco, cobrindo, depois, os dejectos. 15Na verdade, o SENHOR, teu Deus, anda pelo meio do teu acampamento para te proteger e para te entregar os teus inimigos. E assim o teu acampamento deve ser santo, para que Ele não veja aí nada de aviltante e se afaste de ti.»

16«Não entregarás um escravo ao seu senhor, se ele vier refugiar-se junto de ti, abandonando o seu senhor. 17Habitará contigo, no teu meio, no lugar que escolher, numa das tuas cidades, na que for melhor para ele; não o explorarás.»

Proibição da prostituição sagrada 18«Não deve existir entre os filhos de Israel nem mulheres nem homens dedicados à prostituição sagrada.

19Não apresentarás na casa do SENHOR, teu Deus, quaisquer promessas, como salário de prostituta ou ganho de sodomita, porque uma e outra coisa são abominadas pelo SENHOR, teu Deus.»

20«Não exigirás ao teu irmão juros de dinheiro, juros de comida, ou juros de qualquer espécie. 21Poderás emprestar com juros a um estrangeiro, mas não ao teu irmão. Não lhe exigirás juros para que o SENHOR, teu Deus, abençoe todos os trabalhos das tuas mãos na terra em que vais entrar para dela tomar posse. 22Quando fizeres um voto ao SENHOR, teu Deus, não tardes em cumpri-lo, porque o SENHOR, teu Deus, te pedirá contas disso; seria um pecado da tua parte. 23Mas, se não fizeres voto, não haverá pecado da tua parte. 24Mas deves observar e cumprir o que prometeste ao SENHOR, teu Deus, a promessa espontânea saída dos teus lábios, proferida pela tua própria boca.

25Quando entrares na vinha do teu próximo, poderás comer uvas até ficares saciado, mas não as levarás no cesto. 26Quando entrares na seara do teu próximo, poderás colher espigas com a mão, mas não colherás à foice na seara do teu próximo.»

Dt 24, 1«Quando um homem tomar uma mulher e a desposar, se depois ela deixar de lhe agradar, por ter descoberto nela algo de vergonhoso, escrever-lhe-á um documento de divórcio, entregar-lho em mão e despedi-la-á de sua casa.

2Se ela, tendo saído da casa dele, for desposar outro homem 3e este último também a desprezar, escrever-lhe-á um documento de divórcio, entregar-lho-á na mão e despedi-la-á da sua casa; ou se o segundo marido vier a falecer, 4o primeiro que a tinha repudiado já não poderá desposá-la, voltando a recebê-la como mulher, porque é considerada impura. Isso seria uma abominação aos olhos do SENHOR, e não deves fazer pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar em herança.»

5«Quando um homem tiver casado há pouco tempo, não irá ao serviço militar e não lhe será imposto nenhum trabalho penoso; ficará livre em sua casa durante um ano e fará feliz a mulher com quem casou.

6Não receberás em penhor o par de mós, nem sequer a mó de cima, pois seria receber em penhor a própria vida.

7Quando for encontrado um homem a raptar um dos seus irmãos israelitas para fazer dele seu escravo ou para o vender, será morto o raptor. Assim extirparás o mal do meio de vós.

8Acautela-te em caso de lepra, cumprindo bem e pondo em prática tudo o que vos ensinaram os sacerdotes levíticos. Tratareis de fazer como lhes ordenei.

9Lembra-te do que fez o SENHOR, teu Deus, a Míriam, durante a viagem, quando saístes do Egipto.

10Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para tomar penhor. 11Esperarás fora, e o homem a quem fizeste o empréstimo é que virá cá fora trazer-te o penhor. 12Se esse homem for pobre, não te deitarás com o seu penhor. 13Devolver-lhe-ás o penhor ao pôr-do-sol para que possa repousar sob o seu manto e te abençoe. Isto ser-te-á contado como justiça diante do SENHOR, teu Deus.

14Não explorarás o trabalhador pobre e necessitado, seja um dos teus irmãos ou um dos estrangeiros que estão na tua terra, nas tuas cidades. 15Dá-lhe o seu salário no próprio dia, antes do pôr-do-sol, porque ele é pobre e espera-o com ansiedade. Assim, ele não clamará contra ti ao SENHOR, e não serás acusado desse pecado.

16Os pais não morrerão por causa dos filhos, nem os filhos por causa dos pais. Cada um morrerá pelo seu pecado.

17Não violarás o direito do estrangeiro e do órfão, nem receberás como penhor o vestido de uma viúva. 18Lembra-te que foste escravo no Egipto e que o SENHOR, teu Deus, dali te libertou. Por isso, te mando que cumpras esta ordem.

19Quando fizeres a ceifa do teu campo e te esqueceres de algum feixe, não voltes atrás para o levar. Deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva, a fim de que o SENHOR, teu Deus, abençoe todas as obras das tuas mãos.

20Quando varejares as tuas oliveiras, não voltes a colher o resto que ficou nos ramos; deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva.

21Quando vindimares a tua vinha, não rebusques o que ficou; deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva. 22Lembra-te que foste escravo na terra do Egipto. Por isso, te mando que cumpras esta ordem.»

1. Os vv. 1-15 trazem algumas normas bem primitivas. Apesar de nos serem totalmente estranhas, elas têm um sentido religioso: Israel é um povo santo, é o Povo consagrado ao Senhor. Assim, sua vida deve ser diferente da dos outros povos: Israel vive diante do Senhor Deus; sua reunião para a oração, seu culto é sagrado, é a adoração do Povo sacerdotal. Assim sendo, nas suas assembleias cultuais não é toda pessoa que delas pode participar! O homem mutilado na sua virilidade não poderia, o estrangeiro, que não é membro do Povo de Deus não poderia… Esta percepção permanece até hoje: o Novo Israel, a Igreja, é um Povo santo, consagrado ao Senhor. Leia 1Pd 2,9s. Cristo, com Sua Morte e Ressurreição, fez de nós um Povo consagrado, uma nação sacerdotal. Leia Ap 1,6. Toda a humanidade é chamada a entrar neste Povo, pois o desejo de Deus é que todos sejam salvos (cf. 1Tm 2,4). Mas, efetivamente, quem pode participar do culto dos cristãos? Somente alguém que, acolhendo o Evangelho, creia no Senhor Jesus e seja batizado! Um não batizado pode assistir aos sacramentos, porém não participa, porque não é membro do Corpo de Cristo, não tem o Espírito de Cristo! Somente batizados no Espírito do Cristo formamos um só Corpo do Senhor na Eucaristia (cf. 1Cor 12,13). A grande diferença entre estes textos do Antigo Testamento e a Nova Aliança é que a pureza e integridade que se exige no Novo Povo de Deus é de ordem moral e não de ordem ritual ou exterior. Leia Mt 15,10-20. Pense: você é membro do Corpo de Cristo, que é a Igreja; você é pedra viva na Igreja, Templo do Espírito de Deus; você é consagrado ao Senhor!

Como é sua vida? Seu coração é todo para o Senhor?

Você é íntegro para o Senhor?

O pecado nos aparta do Senhor, danificando a comunhão com Ele e com os irmãos…

Por isso mesmo quando esta comunhão e rompida é necessário refazê-la pelo Sacramento do Perdão.

Você se confessa com frequência?

Já programou sua confissão para celebrar a Páscoa?

2. No v. 6 há uma referência aos moabitas e a Balaão… Leia Nm 22,2 – 24,25. Vale a pena. É um texto antigo, mas muito belo e até cômico… O Senhor Deus não Se sujeita a magias; o Senhor Deus somente age por amor! Mesmo Sua ira é por amor, é para nos corrigir, arrancar-nos do pecado e salvar-nos! Por isso, a belíssima justificativa do Deuteronômio do porquê o Senhor não escutou Balaão:

“O Senhor teu Deus não quis ouvir Balaão, e o Senhor teu Deus transformou a maldição em bênção a teu favor, pois o Senhor teu Deus te ama!”

Estas mesmas palavras valem para mim, valem para você! O Senhor nosso Deus nos ama! Leia Is 41,8-20... Aí aparece uma verdadeira declaração de amor, de bênção, de proteção por parte do Eterno para com o Seu Povo!

3. Leia os vv. 26:
– o escravo fugido deve ser respeitado e colocado a salvo,
– o próximo não deve ser extorquido por juros que o sufoquem (lembre que a economia de Israel não era ainda a economia de mercado que temos hoje; o juro, naquela época, era uma imoralidade… Depois, isto mudou: um juro razoável é moralmente aceitável – cf. Lc 19,22s),
– não se oferta ao Senhor o que é produto do roubo e do pecado: é uma abominação, um insulto ao Senhor Deus,
– o que se fizer de promessa ao Senhor, deve-se cumprir, pois se deve levar muito a sério o Senhor,
– os que têm não se devem esquecer dos pobres, mas devem sim, repartir algo dos seus bens com os mais necessitados!
Todos estes preceitos têm um sentido espiritual: somos do Senhor e nossa vida deve ser regulada por esta consciência de sermos um Povo consagrado ao Eterno, um Povo que deve ser santo como o Senhor é Santo, isto é, um Povo que deve viver na Santidade do seu Deus (cf. Nm 11,44; 22,31-33; Lv 19,2; 1Pd 1,16; Mt 5,48).

4. No capítulo 24, chama atenção o cuidado do Senhor Deus com quem é fraco, pequeno, pobre, desprotegido… Leia os vv. 5-22. São de uma grande beleza e delicadeza! Eis a verdadeira religião: aquela que envolve os demais no amor de Deus, que a todos ama e de todos cuida! A Escritura santa está repleta de textos assim, que une o amor e a honra ao Senhor com o respeito pelos irmãos, sobretudo o desvalido! Leia Lv 19… É um belo exemplo disto! Pense no seu modo de tratar os demais, sobretudo os irmãos na fé e os de sua casa! Pensando nos sofridos, nos pobres, nos desvalidos do mundo, reze o Salmo 86/85… Todos eles são imagem do Senhor Jesus Cristo na Sua Paixão… Eles, de certo modo, completam na sua carne, nas dores da vida, a Paixão do Senhor (cf. Mt 25,31-46; Cl 1,24).

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