Meditação para o Dia 18 de Setembro
São José de Cupertino, em sua doce simplicidade, dizia, numa comparação feliz:
“Deus, no seu poder e na sua bondade, parece brincar conosco aquele jogo de criança em que, vendando-se os olhos a uma delas, batem-lhe as outras e lhe perguntam: quem bateu? A adivinhação é, muitas vezes, demorada”
Deus, enviando-nos contradições, reveses da fortuna, perseguições, doenças etc., pergunta-nos depois:
“Quem bateu?”
Em nossa ignorância, respondemos:
“Foi tal indivíduo que me ofendeu, um superior, que me persegue, o vento que me resfriou, um mau negócio etc.”
Ah! Como nos enganamos! Não adivinhamos que quem bateu foi Ele próprio, foi Nosso Senhor! Os que nos fazem sofrer são meros instrumentos de sua misericórdia, destinados a nos ajudar a fazer penitência e a conhecer a nossa miséria. O Profeta Jó adivinhou logo, desde o primeiro momento, donde lhe provieram os golpes da desventura:
“Deus me deu– exclama ele – e Deus me tirou”
Ele não os atribuiu aos Sabeus, nem ao fogo,nem aos homens…
“É mister essa perspicácia do santo Jó – diz a piedosa autora dos Avisos Espirituais – para descobrirmos a Mão de Deus em tudo, principalmente nos reveses, nas desgraças”
Quem bateu? Neste mundo temos os olhos vendados, mas, como bons cristãos, podemos adivinhar quem nos bateu e para que nos bateu: foi Ele, o Senhor, não para brincar, mas para salvar…
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 281)