Meditação para o Dia 04 de Fevereiro
Nas tribulações, quando nos impacientamos, perdemos um rico tesouro de graças que, aproveitadas, dariam um aumento de glória no Céu e um bom desconto nas dívidas de nossos enormes pecados. Vai esclarecer-nos uma parábola. Um rei mandou prender dois súditos que lhe deviam grandes somas e nada possuíam para resgate das dívidas. Sua Majestade foi à prisão, levando duas bolsas cheias de ouro, que atirou com força às cabeças dos seus devedores. Um deles, indignado, com a cabeça a latejar de dor,arremessou para um canto, sem ter querido saber de seu conteúdo, a bolsa que lhe fora destinada. O outro, apanhando a bolsa, agradeceu ao rei, resgatou a dívida com o dinheiro recebido, e saiu da prisão. Estamos no caso dos dois prisioneiros. Temos dívidas enormes contraídas para com Deus. Dívidas de pecados, de abusos da graça, etc. Nosso Senhor tem piedade de nossa miséria e, para nos livrar da triste escravidão do pecado, manda-nos o ouro da paciência na bolsa das tribulações, a fim de resgatarmos as nossas dívidas com esse tesouro. Aos que suportam com paciência o golpe dessas tribulações e, apanhando a bolsa, aproveitam o ouro para o pagamento de suas dívidas, a graça em abundância, o perdão, a misericórdia! Aos que, com orgulho, revoltam-se contra o Rei dos Céus que, para salvá-los, feriu-os com a bolsa de ouro das tribulações – a prisão do pecado, aqui, a prisão do inferno, na eternidade. Dai-nos, Senhor, o ouro da paciência na bolsa das tribulações!
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 45)