Meditação para o Dia 14 de Fevereiro
Já conheceis a expressão de São Francisco de Sales. A adversidade é mãe e a prosperidade madrasta da virtude. Quereis a prova? Manassés, no trono real, cercado de glória e de honras, era um sacrílego; na prisão, humilhado, sofrendo, torna-se um santo. Que foi David na prosperidade? Um homicida, um adúltero. Ferido pela morte de Absalão, chora, arrependido, quando a adversidade o visita. Reconhece o seu crime e canta o seu “Miserere” e o seu “Bonum mihi quia humiliasti me!“:
“Foi bom para a minha alma, Senhor, que me tivesses humilhado!”
O filho pródigo vivia, na casa de seu pai, na riqueza e na prosperidade. Nada lhe faltava. Esbanjava todo seu dinheiro nas orgias e no pecado. Sai da casa paterna. Gasta a herança recebida. Vem-lhe a miséria, a fome e, na adversidade, encontrando-se na triste condição de guardador de porcos, lembra-se do pai e se levanta: Surgam et ibo ad patrem – Levantar-me-ei desta miséria e irei a meu pai! É esta a história de muitas conversões. François Coppé esquecera-se de Deus e viveu longos anos no ceticismo. Feriu-o a doença, a adversidade o atirou nos hospitais, onde sofreu muito. Converteu-se e, escrevendo a história da sua volta para Deus, deu graças à Divina Providência, e ao seu martírio chamou La bonne souffrance – “O bom sofrimento”. Acolhamos o sofrimento. Ele não é mau. Vem do Céu. É o bom sofrimento!
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 55)