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As Indulgências

Meditação para o Dia 01 de Agosto

1. Por indulgência entende-se a remissão de penas merecidas pelos pecados já perdoados. O pecado causa múltiplos males à alma. Rouba-lhe a amizade de Deus e o direito ao céu, fá-la digna do inferno e de castigos temporais. Pela boa confissão fica restabelecida a amizade com Deus, e perdoada a pena eterna; não sempre, porém, o castigo temporal. Este pode ser perdoado pela Santa Igreja, que dispõe de riquíssimo tesouro espiritual e recebeu de Jesus o poder de desligar tudo o que impede de entrar no céu. Assim os méritos superabundantes de Jesus, de Maria e dos Santos redundam em proveito dos pecadores.

2. Não estás obrigado a ganhar indulgências. Preferindo satisfazer a justiça divina nas chamas do purgatório até ao último ceitil*, tens plena liberdade. Mas ai de ti, se adiares para a eternidade o que agora podes pagar com tão pouco! Se te amares a ti mesmo, serás solícito em ganhar muitas e muitas indulgências, para escapar assim às horríveis penas do purgatório. Lá, por mais que sofras, nada ajuntarás à tua glória no céu, enquanto aqui todas as obras satisfatórias são também meritórias e aumentarão tua glória.

Notas:
* Ceitil: moeda portuguesa do tempo de D. João I 1385-1433. Quantia insignificante. Os nossos centavos.

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(Sinzig, Frei Pedro. Breves Meditações para todos os Dias do Ano. 8ª Ed. Editora Vozes, 1944, p. 228)