Meditação para o Dia 01 de Maio
Maio, primavera de nossas almas, doce mês de Nossa Senhora!
“Temos um sagrado instinto – diz o Apóstolo São Paulo que nos leva a chamar pelo Senhor e dizer-Lhe: “Abba”! “Pater”! Pai! Pai!
Na mais bela das preces, Nosso Senhor quer ser chamado Pai:
“Pai Nosso, que estais no Céu”
Uma noviça, encontrando Santa Teresinha na cela, absorvida numa meditação profunda, perguntou-lhe:
“Em que pensa?”
Respondeu-lhe a santa, docemente:
“Ah! Minha irmã, medito o Pai Nosso! É tão doce chamar Nosso Senhor de Pai!”
Há também em nós um instinto que nos constrange suavemente a bradar à Maria, do abismo de nossas misérias:
“Mãe! Minha Mãe!”
“Mamãe!”. É o grito espontâneo do filhinho que padece. E como é triste sofrer sem um olhar, sem um carinho de mãe! Deus teve misericórdia de nós e deu-nos mãe. Não nos deixou órfãos neste exílio. “Eis a Vossa Mãe!” – diz-nos Jesus na hora suprema das Suas amarguras. E agora sentimos a doçura de invocar Maria e Lhe bradamos, cheios de confiança:
“Mãe! minha Mãe!”
E “quem tem mãe não perece”, diz o povo. Vi uma cena que me comoveu. Um moço enfermo, na flor dos seus dezessete anos, quase em agonia. Sofria tanto! Sua mãe velava-lhe à cabeceira havia mais de um ano, sempre carinhosa. O sofrimento chega ao paroxismo.
“Mamãe! – diz o pobrezinho, a chorar, aconchegado ao seio materno, – se não fosse você, minha mãezinha, eu não poderia sofrer tanto neste mundo!”
Ah! Olhemos também para o Céu nas horas sombrias deste exílio e brademos:
Maria! Mãe do Céu! Sem o vosso doce e carinhoso olhar materno, quem poderia suportar a noite horrorosa de tantas provações?
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 136)