Meditação para o Dia 05 de Dezembro
Esmagada sob o peso das mais horrorosas tentações contra a fé, Soror Benigna, a confidente da Misericórdia Divina, ouviu a doce voz de Nosso Senhor:
“Coragem, minha esposa, coragem! Embora não O vejas, embora não O ouças, o teu Deus está sempre junto de ti. O sentimento, ainda que dê a certeza, diminui a fé. Retiro a consolação sensível à alma que quero exercitar perfeitamente na virtude da fé. É preciso crer sem ver, crer sem compreender. Assim é que se sujeita a razão e se glorifica a Deus. Queres agradar a Deus? Não te metas a perscrutar os seus desígnios a teu respeito. Deixa que Ele te trate como melhor Lhe apraz. Com um só ato da Sua Vontade, pode fazer, no espaço de um minuto, o que exigiria longos anos de trabalhos e esforços. Gostas muito da oração e isto é excelente: contudo, julgas talvez, que, rezando tanto tempo quanto desejas e costumas, satisfazes plenamente aos teus deveres? Vejo melhor e mais longe que tu, e assim é que, no fundo de teu coração, percebo um verme roedor… Por fora nada aparece, mas Eu descubro lá, bem no âmago, aquela complacência secreta, aquele orgulho refinado que se ocultam sob as aparências da piedade e te levam a escolher certas práticas que, de ordinário, só servem para alimentar o teu amor-próprio. Que faz então o Divino Esposo? Corta, retalha sem dó, sem compaixão, sem atender aos gemidos da pobre natureza ferida. Atiro para fora tudo que está gasto e corrompido para atalhar o mal e evitar maiores estragos e prejuízos”
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 364)