Meditação para o Dia 04 de Julho
1. Quão triste é ser cego! Seja jovem ou velho, tenha bens de fortuna ou não, é sempre um pobre. Mas, mais triste ainda é o cego de espírito, porque nem a si, nem a Deus conhece. Ainda, continuamente, à beira dum precipício; mais um passo, e precipitar-se-á infalivelmente no abismo. Duas ciências há que deves adquirir e sem as quais não te salvarás: conhecer-te a ti e a Deus. Aquela dar-te-á a verdadeira humildade, salutar confusão pelas repetidas ingratidões e forte estímulo de trabalhar pela salvação da alma; esta causar-te-á santo temor do Onipotente, filial amor e assídua imitação de Suas perfeições. Tens estas duas ciências para adquiri-las?
2. Por que adiar para mais tarde o necessário conhecimento próprio? Por que esperar até que as trevas voluntárias sejam dissipadas pela luz brilhante da eternidade? Anos de tua vida passam-se; inúmeras graças talvez perdeste; é incerto quanto tempo e quantas graças ainda te restam. Por que, pois, expores-te a prejuízos que jamais poderão ser reparados? Se neste momento Deus te pediste contas, poderias dá-las sem receio? Já deste alguma satisfação pelos pecados cometidos e pelas graças desperdiçadas? Se ainda não, quando, enfim, o farás? Os dias voam, e nada de um progresso espiritual?
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(Sinzig, Frei Pedro. Breves Meditações para todos os Dias do Ano. 8ª Ed. Editora Vozes, 1944, p. 200)