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A Calúnia

Meditação para o Dia 16 de Outubro

Ah! Como dói a calúnia! Como é duro viver sob o peso duma infâmia,humilhado, abatido, coberto de vergonha! Mas olhemos para a cruz! “Jesus Crucificado! Eis a verdadeira serpente de bronze que nos cura as mordeduras das línguas de áspides maldizentes”, dizia São Francisco de Sales (1). Nosso Senhor, caluniado – “Jesus autem tacebat” – diz o Evangelho – calava-se. Quando nos calamos, Deus fala por nós. Que é, afinal, essa reputação pela qual tanto sofremos? Uma opinião, uma sombra, uma fumaça! Deus sabe tudo e Ele nos há de julgar! Nada valem os juízos dos homens. Tenhamos confiança e não seremos abandonados. No dia do Juízo, tudo se há de esclarecer e a recompensa virá. São Geraldo Magela foi caluniado de um crime horroroso por uma mulher indigna. Santo Afonso, perturbado, chamou o santo e o fez ciente da acusação. Conservando-se impassível como o mármore, Geraldo não pronunciou uma palavra. Santo Afonso proibiu-lhe a comunhão e toda relação fora do convento. O irmão nem sequer murmurou. Aconselharam-no a defender-se e, ao menos, a pedir licença para comungar.

“Não – respondeu o santo – Morramos esmagados sob a vontade de Deus!”

Cinquenta dias depois, a mulher infame, sob o peso do remorso, retratou-se da calúnia. Geraldo não se comoveu e, quando Santo Afonso lhe perguntou o motivo por que se havia calado e não se justificara, ele respondeu:

“Meu Pai, é que a Regra me ordena que não me escuse, mas que sofra em silêncio toda espécie de mortificação!”

Que exemplo para o nosso orgulho, que não suporta nem uma leve suspeita!

Referências:
(1) L’Espirit de Saint François de Salles – 1, p.

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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 311)

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