Meditação para o Dia 28 de Outubro
Até as almas mais santas sofrem tentações de blasfêmia. O pobre e santo Jó não foi cruelmente instigado pelo inferno a blasfemar contra o Céu? Santa Catarina de Sena e grande número de outras almas santas padeceram esse suplício. O próprio São Francisco de Sales, tão paciente, tão dócil e resignado à vontade de Deus, não poucas vezes teve ímpeto de blasfemar. É uma provação horrorosa e repugnante para um coração que ama ou deseja amar a Nosso Senhor! Como vencê-la? O melífluo Doutor nos dá, de ciência própria, o seguinte ensinamento:
“Não vos aflijais com as tentações de blasfêmia. Deixai que o demônio as maquine à vontade, mas conservai bem fechadas as portas da alma, pois que lhe virá o cansaço ou será ele, afinal, obrigado por Deus a levantar o cerco. Considerai que o tamanho barulho que ele faz em torno da alma é sinal de que ainda não penetrou nela. Coragem! Enquanto puderdes dizer, resolutamente, mesmo sem sentir – VIVA JESUS! – nada deveis temer”
Calma na tentação! O demônio tenta perturbar-nos, contando tirar partido para vencer, na confusão, e assim se lançar em nosso interior. Quando perturbados pelas horríveis tentações infernais, devemos voltar a alma para Nosso Senhor, recitar repetidas jaculatórias e atos de fé, e tranquilizar-nos. O inferno que bata e ruja à nossa porta! Não lhe daremos entrada! E é só. Não teremos depois senão que suportar, pacientes e tranquilos, o barulho exterior.
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 323)