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Tag: vida cristã

Sentimentos que se devem conservar depois deste exercício

Parte V Capítulo XVI

No dia em que fizeres esta renovação e nos dias seguintes deves pronunciar muitas vezes com o coração e com os lábios estas ardentes palavras de São Paulo, Santo Agostinho e Santa Catarina de Gênova:
Não, eu não pertenço mais a mim; seja viva, seja morta, eu pertenço a meu Salvador, Nada tenho de mim, nada para mim. É Jesus que vive em mim e tudo o que posso chamar meu Lhe pertence. Ó mundo, permaneces sempre o mesmo! E eu também até agora tenho sido sempre eu mesma; mas dora em diante não o serei mais. Não, não seremos mais nós mesmos, porque teremos o coração mudado; e o mundo, que nos enganou, enganar-se-á sobre nós; porque, notando só aos poucos a nossa mudança, ele nos crerá semelhantes a Esaú e por fim nos achará semelhantes a Jacob.

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Afetos gerais sobre as considerações precedentes, para concluir este exercício

Parte V Capítulo XV

Ó santas resoluções, contemplo-vos como a santa árvore de vida que Deus plantou no meio de meu coração e que Nosso Senhor veio regar com o Seu sangue, para que produza frutos abundantes. Antes mil mortes do que permitir que a arranquem de meu coração. Não, nem as vaidades, nem as delícias da vida, nem as riquezas, nem as aflições me obrigarão a mudar de intenções. Ah! Senhor, é a Vossa bondade paternal que acolheu meu coração, por pior que seja, para trazer frutos dignos de Vós, a quem eu devo tudo isso. Quantas almas não tiveram esta felicidade! Quando, pois, poderei me humilhar bastante perante Vossa misericórdia?

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Cruzes Pequeninas

Meditação para o Dia 25 de Abril

As cruzes grandes assustam, mas são raras. As pequeninas acompanham-nos por toda parte. Não damos um passo sem as encontrar. Uma palavrinha seca, um olhar indiferente, uma pequenina dor, um contratempo, uma pessoa importuna, a chuva, o vento, a falta de qualquer objeto, são tantas pequeninas cruzes e aborrecimentos no curto espaço de um dia! Por que havemos de nos impacientar com isso e aspirar a sofrimentos, grandes perseguições etc., que talvez nunca teremos que experimentar?

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Quinta Consideração: o Amor Eterno de Deus por nós

Parte V Capítulo XIV

Considera o amor eterno que Deus tem tido por nós. Antes da encarnação e da morte de Jesus Cristo a Majestade divina te amava infinitamente e te predestinava para o Seu amor. Mas quando é que Ele começou a te amar? Começou a fazê-lo quando começou a ser Deus. E quando começou a ser Deus? Nunca, porque sempre o foi sem começo nem fim; e Seu amor por ti, que nunca teve começo, preparou-te desde toda a eternidade as graças e favores que tens recebido.

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Migalhas e Iguarias

Meditação para o Dia 24 de Abril

Da mesa do Senhor, preparada para os seus eleitos, caem migalhas, que são as riquezas, a prosperidade, as honras e prazeres deste mundo. Há, porém, na mesa, iguarias finas, alimento substancial, que Deus só concede aos amigos mais íntimos e queridos, aos que, dedicadamente e cheios de gratidão, aceitam o seu convite. Essas iguarias finas da mesa Divina são as cruzes e provações da vida. Elas sustentam admiravelmente nossa vida espiritual. E Nosso Senhor convida todos ao Seu Banquete substancial de Amor, onde cada alma encontra a iguariado sofrimento que a deve sustentar e robustecer para a luta.

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Quarta Consideração: o Amor de Jesus Cristo por nós

Parte V Capítulo XIII

Considera o amor com o qual Jesus Cristo tanto sofreu neste mundo, principalmente no Jardim das Oliveiras e no Calvário. Esse amor tinha a nós em mira e nos impetrava do Pai eterno, por tantos sofrimentos e trabalhos, as boas resoluções e protestos que fizemos de coração e as graças necessárias para as nutrir, fortificar e realizar. Ó santas resoluções, quão preciosas sois, sendo o fruto da paixão de Nosso Senhor! Oh! Quanto minha alma Vos deve apreciar, pois que tanto custastes a Jesus! Ó Senhor de minha alma, Vós morrestes para me conceder a graça de fazê-Ias; dai-me, pois, a graça de antes morrer do que perdê-las!

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Terceira Consideração: o Exemplo dos Santos

Parte V Capítulo XII

Considera os exemplos dos santos de todos os tempos, de ambos os sexos, de todos os estados! Que não fizeram eles para amar a Deus com um devotamento completo? Considera os mártires inquebrantáveis em suas resoluções; quantos tormentos preferiram eles sofrer a transigir num só ponto! Olha para essas pessoas tão belas e florentes, ornamentos do sexo devoto, mais cândidas que o lírio, por sua pureza, e mais rubicundas que a rosa, por sua caridade. Umas na idade de doze, treze e quinze anos, outras com vinte e cinco anos, sofreram diversos martírios por não mudar de resolução, não só em matéria de fé, mas também no tocante à devoção, seja quanto a virgindade ou ao serviço dos pobres desamparados, seja quanto ao consolar os condenados ao suplício ou ao sepultar os mortos! Ó meu D eus, que constância mostrou esse sexo fraco em ocasiões semelhantes!

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Segunda Consideração: a Excelência das Virtudes

Parte V Capítulo XI

Considera que somente as virtudes e a devoção podem tornar o teu coração feliz neste mundo. Admira as suas belezas e compara-as aos vícios contrários. Quanta suavidade na paciência, na humildade, em comparação com a vingança, a cólera e a tristeza, a ambição e a arrogância; na caridade, na sobriedade, em comparação com a avareza, a invejo e as desordens da intemperança! As virtudes encerram isso de admirável: que a sua prática deixa na calma uma consolação inefável; ao passo que os vícios a lançam num abatimento e desolação deploráveis. Por que, pois, não nos esforçamos por procurar toda aquela alegria?

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Primeira Consideração: a Excelência da nossa Alma

Parte V Capítulo X

Considera a nobreza e excelência de tua alma em vista do seu conhecimento deste mundo visível, dos anjos, de Deus, o Senhor soberano e infinitamente bom, da eternidade e em geral de tudo o que é necessário para viveres neste mundo, para te associares aos anjos no paraíso e para gozares eternamente de Deus. Tua alma tem uma vontade capaz de amar a Deus e incapaz de odiá-Lo nele mesmo. Vê quão nobre é teu coração, que, nada achando entre as criaturas que o possa saciar plenamente, só encontra o seu repouso em Deus. Lembra-te vivamente dos prazeres mais queridos e procurados que outrora ocuparam teu coração e julga agora imparcialmente se não eram misturados de muita inquietação, pesar, aborrecimento e amargura, de sorte que teu pobre coração só achava aí misérias.

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Afetos que se devem seguir a este Exame

Parte V Capítulo VIII

Depois de reconheceres o teu estado, excita em tua alma estes afetos: Se fizeste algum progresso, por pouco que seja, agradece a Deus e reconhece que O deves unicamente a Sua misericórdia. Humilha-te diante de Deus, protestando que é por tua culpa que não tens adiantado mais, porque não correspondeste com fidelidade, ânimo e constância as suas inspirações, luzes e moções, quer na oração quer fora dela.

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