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Tag: santidade

Oração: esperar o abraço de Deus

São Macário, o Grande, bispo do Egito, eremita († c. 391)
São Macário, o Grande, bispo do Egito, eremita († c. 391)

Das homilias de São Macário, monge egípcio do século V

Para rezar, não são precisos nem gestos, nem gritos, nem silêncio, nem genuflexões. A nossa oração, ao mesmo tempo sábia e fervorosa, deve ser espera de Deus, até que Deus venha e visite a nossa alma por todas as suas vias de acesso, por todos os seus caminhos, por todos os seus sentidos. Demos tréguas aos nossos silêncios, aos nossos gemidos, aos nossos soluços: não procuremos na oração senão o abraço apertado de Deus. Não é verdade que, no trabalho, empregamos todo o nosso corpo num mesmo esforço? Não colaboram nisso todos os nossos membros? Que também a nossa alma se consagre toda ela à oração e ao amor do Senhor; que ela não se deixe distrair nem bloquear com pensamentos; que toda ela seja espera de Cristo!

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Felicidade eterna do céu

Todos os Santos

Beati qui habitant in domo tua, Domine; in saecula saculorum laudabunt te - “Bem-aventurados, Senhor, os que moram na tua casa; pelos séculos dos séculos te louvarão” (Sl 83, 5)

Sumário. No céu a alma verá Deus face a face, conhecerá todas as disposições admiráveis da divina Providência para sua salvação e verá que o Senhor a abraça e a abraça sempre como filha querida; pelo que a alma se embriagará de tal amor, que não pensará mais senão em amar seu Deus. Será esta a sua eterna ocupação: amar o bem infinito que possui, louvá-Lo e bendizê-Lo. Quando nos sentirmos oprimidos pelas cruzes, levantemos os olhos ao céu, e lembremo-nos de que nos está reservada sorte igual, se ficarmos fiéis a Deus.

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Morte do justo

Morte de São Francisco, por Dominico Bruschi
Morte de São Francisco, por Dominico Bruschi

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO VIII

Pretiosa in conspectu Domini mors sanctorum ejus. - "É preciosa na presença de Deus a morte de seus Santos" (Sl 115, 15)

PONTO I

Considerada a morte à luz deste mundo, nos espanta e inspira temor; mas, segundo a luz da fé, é desejável e consoladora. Parece terrível aos pecadores; mas aos olhos dos justos se apresenta amável e preciosa.

"Preciosa, — disse São Bernardo — porque é o termo dos trabalhos, a coroa da vitória, a porta da vida”.

E, na verdade, a morte é termo de penas e trabalhos. O homem nascido de mulher vive curto tempo e está sujeito a muitas misérias (Jó 14,1). Eis aí o que é a nossa vida, curta e cheia de misérias, enfermidades, inquietações e sofrimentos. Os mundanos, desejosos de longa vida — diz Sêneca — que procuram senão mais prolongado tormento? (Ep 101). Que é continuar a viver — exclama Santo Agostinho — senão continuar a sofrer? A vida presente — disse Santo Ambrósio — não nos foi dada para repousar, mas para trabalhar, e, por meio destes trabalhos, merecer a vida eterna (Serm. 45). Com razão, afirma Tertuliano que Deus abrevia o tormento de alguém, quando lhe abrevia a vida. Ainda que a morte tenha sido imposta por castigo do pecado, são tantas as misérias desta vida, que, como disse Santo Ambrósio — mais parece alívio o morrer do que castigo.

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Do amor que Deus nos mostrou

Jesus, o Bom Pastor: Com amor eterno te amei

Nos ergo diligamus Deum, quoniam Deus prior dilexit nos - “Amemos portanto a Deus, porque Deus nos amou primeiro” (1 Jo 4, 19)

Sumário. São inúmeras as provas de amor que o Senhor nos deu. Amou-nos desde a eternidade, tirou-nos do nada com preferência a tantos outros, e, o que mais é, fez-nos nascer num país católico e no seio da Igreja verdadeira. Quantos milhões de homens vivem privados dos sacramentos, da pregação, dos bons exemplos e de tantos outros meios de salvação! A nós Deus quis dar todos estes meios de perfeição, sem mérito algum da nossa parte; prevendo mesmo todos os nossos deméritos. Porque então correspondemos tão mal ao amor de Deus? Porque não o amamos de todo o coração?

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O Moço de Naim e a lembrança da Morte

Jesus ressuscita o filho de Naim

15º Domingo depois de Pentecostes

Defunctus efferebatur, filius unicus matris suae - “Levavam à sepultura um defunto, filho único de sua mãe” (Lc 7, 12)

Sumário. Que verdade tão importante nos é lembrada pelo Evangelho de hoje! O filho da viúva de Naim era novo, herdeiro único de seu pai, consolação única de sua mãe, amado de seus concidadãos, que por isso acompanhavam o cortejo fúnebre. Provavelmente não pensara que a morte viria surpreendê-lo em tais circunstâncias; mas, assim mesmo colheu-o. Nada, pois, mais certo do que a morte, mas nada mais incerto do que a hora da morte. Ah! Se pensássemos muitas vezes nesta grande máxima, não pecaríamos nunca, e estaríamos sempre preparados para morrer.

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O Respeito Humano

Respeito Humano Cônego Júlio Antônio dos Santos O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950

O que vem a ser o Respeito Humano?

É a vergonha daquele que não se atreve a manifestar os seus sentimentos religiosos e piedosos, porque com isso é escarnecido, insultado, perseguido.

I – NATUREZA DO RESPEITO HUMANO

O respeito humano é o respeito pelas coisas humanas colocado acima do respeito pelas coisas de Deus; é a estima pelo homem preferida à estima por Deus. O respeito divino coloca-nos na presença de Deus a quem devemos conhecer, amar e servir porque é nosso Criador, Senhor, Juiz e Remunerador. O respeito humano é a negação de tudo isto. Transfere sacrilegamente para o homem os direitos e a honra que são reservados a Deus. O homem é considerado como senhor e juiz, e, por isso, toda a vida exterior é para lhe agradar.

II – ASPECTOS DIVERSOS DO RESPEITO HUMANO

O respeito humano reveste tantas formas quantos são os nossos deveres

1.º Omissão do bem
O respeito humano impede a prática sincera e fiel da nossa fé. Fechamos a boca quando é preciso falar e paralisa os nossos esforços quando é preciso agir. Sabemos que a Santa Missa é uma fonte de graças desde que assistamos a ela com edificação; todavia, na assistência à Missa, não estamos com a devida atenção e fervor, porque não queremos dar nas vistas com a nossa devoção.

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Exilado, longe do Senhor…

Por Dom Henrique Soares da Costa
“Infeliz de mim! Sou estrangeiro em Mosoc, Moro entre as tendas de Cedar!” (Sl 120/119,5)
Aqui, neste Salmo, Mosoc e Cedar são povos estrangeiros, bárbaros, violentos e idólatras! O salmista, portanto, mesmo estando em Israel, sente-se como se vivesse entre estrangeiros, longe da Terra Santa e, portanto, distante do Senhor. Para um judeu, estar longe da Palestina era estar distante da Face de Deus. A queixa de Davi, refugiado em Moab, contra Saul reflete bem esta ideia:
“Rogo-te, senhor meu rei, que ouças as palavras do teu servo: se é o Senhor que te impele contra mim, a oferenda do altar o apaziguará; se os homens, sejam malditos perante o Senhor, porque hoje me excluíram da herança do Senhor como se dissessem: Vai, serve a outros deuses! Não se derrame agora o meu sangue na terra, longe da presença do Senhor!" (1Sm 26,18-20).
Mas, observe bem, meu Irmão leitor: o Salmista, mesmo entre o seu povo, o Povo de Israel, povo de Deus, sente-se como estando entre pagãos! E por quê? Porque mesmo sendo fisicamente membro do Povo de Deus, quantos estão fora dele com o coração! Membro do Povo santo segundo o conceito, o exterior, a profissão formal da fé; mas, longe do Povo de Deus por não aderir realmente ao Senhor e à Sua santa vontade!

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A cada momento nos aproximamos da Morte

Vela Apagando

Omnes morimur, et quase aquae dilabimur in terram, quae non revertuntur - “Nós morremos todos, e corremos pela terra como as águas que não tornam mais” (2 Rs 14, 14)

Sumário. É certo que fomos todos condenados à morte. Todos nascemos com a corda ao pescoço, e a cada passo que damos, aproximamo-nos mais do patíbulo. Que loucura, pois, a nossa, sabermos que havemos de morrer, crermos que do momento da morte depende uma eternidade de gozos ou de penas, e não pensarmos no ajuste das contas e nos meios para ter uma boa morte! Compadecemo-nos dos que morrem subitamente. Porque é, pois, que nos expomos ao risco de nos suceder a mesma desgraça? Quem sabe se este ano não é o último da nossa vida?... Quem sabe se ainda amanheceremos?

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Da Mortificação Interior

São Jerônimo

Qui autem sunt Christi, carnem suam crucifixerunt cum vitiis et concupiscentiis - “Os que são de Cristo, crucificaram a carne com os vícios e concupiscências” (Gl 5, 24)

Sumário. É certo que as paixões, dirigidas segundo a razão e a prudência, não somente não causam prejuízo, senão antes trazem proveito à alma. Ao contrário, não sendo bem dirigidas causam ruínas irreparáveis porque escurecem o espírito e não permitem ver nem o bem nem o mal. Eis porque os mestres da vida espiritual recomendam tanto a mortificação interior. Se não quisermos ser dominados pelas nossas paixões, indaguemos qual seja a nossa paixão dominante e esforcemo-nos para a subjugar, lembrando-nos, porém, de que o melhor meio para sermos bem sucedidos é a oração.

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A nossa perfeição consiste na conformidade com a vontade divina

Adoração Eucarística (Gabriel Zavitoski): "Senhor, não permitais que Vos ofenda, fazei com que Vos ame sempre e depois disponde de mim segundo a vossa vontade."
"Senhor, não permitais que Vos ofenda, fazei com que Vos ame sempre e depois disponde de mim segundo a vossa vontade."

Haec est enim voluntas Dei: sanctificatio vestra - “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3)

Sumário. Estejamos persuadidos de que um ato de plena e perfeita conformidade com a vontade de Deus basta para fazer um santo; pois, o que dá a Deus a vontade própria, lhe dá o que tem de melhor, e pode na verdade dizer: Senhor, nada mais tenho para Vos dar. Seja este, portanto, o alvo de todos os nossos desejos, obras e orações, conformarmo-nos com a vontade divina e fazermo-la assim como é feita no céu. Ofereçamo-nos frequentemente a Deus no correr do dia, dizendo: Senhor, não permitais que Vos ofenda, fazei com que Vos ame sempre e depois disponde de mim segundo a vossa vontade.

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