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Tag: santidade

Frisante exemplo para esclarecimento da matéria

Parte IV Capítulo XV

Para tornar mais evidente o que deixamos dito, vou narrar aqui um belíssimo passo da vida de São Bernardo assim como o li num autor tão sábio quão judicioso.
“É coisa comum, diz ele, a todos aqueles que começam a servir a Deus e que não tem ainda experiência das vicissitudes da vida espiritual, perderem logo todo o ânimo e caírem numa grande pusilanimidade, porque lhes faltam o gosto da devoção sensível e as iluminações agradáveis pelas quais corriam nas vias do Senhor”
E eis aqui a razão apresentada por aqueles que tem grande experiência na direção das almas. O homem não pode viver por muito tempo sem algum prazer ou desta terra ou do céu.

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Securas e Esterilidades Espirituais

Parte IV Capítulo XIV

Esse tempo tão belo e agradável não durará muito, Filotéia; perderás tanto, às vezes, o gosto e o sentimento da devoção, que tua alma se parecerá com uma terra deserta e estéril, onde não verás nem um caminho, nem uma vereda para ir a Deus e onde as águas salutares da graça não correrão mais para a regar no tempo da seca, o que a tornará árida e desolará completamente. Ah! Bem digna de compaixão é a alma neste estado, sobretudo se o mal é violento; porque então ela se nutre de lágrimas, como David, dia e noite, enquanto o inimigo lhe diz por escárnio, para a levar ao desespero:

Ah! Miserável, onde está teu Deus? Por que caminho o poderás achar? Quem te poderá dar jamais as alegrias da graça?

Que farás, nesse tempo, Filotéia? Vai à fonte do mal. Muitas vezes essas esterilidades e securas se originam de nós mesmos.

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A Tristeza

Parte IV Capítulo XII

A tristeza que é segundo Deus, diz São Paulo, produz para a salvação uma penitência estável, mas a tristeza do século produz a morte.

A tristeza pode, pois, ser boa ou má, conforme os diversos efeitos que em nós opera; mas em geral ela opera mais maus do que bons, porque os bons são só dois: a misericórdia e a penitência; e os maus são seis: o medo, a indignação, o ciúme, a inveja, a impaciência e a morte; pelo que diz o sábio: a tristeza mata a muitos e a ninguém aproveita. O inimigo serve-se da tristeza para tentar os bons até em suas boas obras, como se esforça também por levar os maus a se alegrarem de suas más ações; e, como ele não pode nos seduzir ao mal senão fazendo-o parecer agradável, assim também não nos pode apartar do bem senão fazendo-o parecer incômodo. Pode dizer-se que, sendo ele mesmo acabrunhado duma tristeza desesperadora por toda a eternidade, quer que todos os homens sejam tristes como ele.

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A Inquietação

Parte IV Capítulo XI

A inquietação não é simplesmente uma tentação, mas uma fonte de muitas tentações; por isso é necessário que diga algumas palavras sobre este assunto. A tristeza não é mais do que o pesar que sentimos de algum mal de que somos vítima, — seja ele exterior, como a pobreza, doenças, o desprezo; ou então interior, como a ignorância, securas espirituais, repugnâncias ao bem, tentações. A alma, pois, ao sentir-se em vista de algum mal, sente desgosto nisso e eis aí a tristeza. O desejo de livrar-se dessc mal e de ter os meios necessários para isso a segue imediatamente; até aqui é razoável o nosso procedimento, porque todos fogem, por n atureza, do mal e desej a m o bem.

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Meios contra as Pequenas Tentações

Parte IV Capítulo IX

Quanto a essas tentações miúdas de vaidade, de suspeitas, de desgosto, de ciúmes, de inveja, de amizades sensuais e outras semelhantes tolices que, como moscas e mosquitos, vem passar por diante de nossa vista, e agora picam-nos a face, logo mais o nariz, a melhor maneira de lhes resistir, já que é de todo impossível ficar livre dessa importunação, é não nos apoquentarmos com elas. Nada disso nos pode prejudicar, embora nos aborreça, uma vez que estejamos firmes na vontade de servir a Deus. Despreza, pois, Filotéia, esses ligeiros ataques do inimigo e não penses mais neles, assim como nas moscas que deixas voar e voltejar ao redor de ti. E, quando os sentires, contenta-te simplesmente de repeli-los ocupando-te interior ou exteriormente com alguma coisa boa e especialmente com o amor de Deus.

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Meios contra as Grandes Tentações

Parte IV Capítulo VII

Logo que notes uma tentação, imita as criancinhas que, vendo um lobo ou um urso, se lançam ao seio do pai e da mãe ou ao menos os chamam em seu socorro. Recorre assim a Deus e implora o socorro de sua misericórdia: este é o meio que Nosso Senhor mesmo nos indica nas palavras:

Orai, para não caírdes em tentação.

Se a tentação continua e se torna mais forte, abraça em espírito a santa cruz, como se estivesses vendo Jesus Cristo diante de ti; protesta- lhe que não hás de consentir; suplica-lhe que te defenda do inimigo e continua renovando esses protestos e súplicas até que passe a tentação. Fazendo esses protestos, não penses tanto na tentação mesma, mas olha unicamente para Jesus Cristo; porque, detendo com ele o teu espírito, poderia facilmente, se é forte, arrebatar o teu coração. Dá, pois, uma outra direção aos teus pensamentos, ocupando-te com alguma reflexão boa e louvável, que poderá também extinguir todo o deleite da tentação, pela posse que tomará de teu coração.

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Santo Afonso, modelo de Amor para com o próximo

Santo Afonso Maria de Ligório, modelo das Virtudes Fundamentais
Santo Afonso Maria de Ligório, modelo das Virtudes Fundamentais

Devoção a Santo Afonso como modelo das Virtudes Fundamentais. Mês de Abril

Hic est fratrum amator et populi Israel - “Este é o amador de seus irmãos e do povo de Israel” (2 Mac 15, 14)

Sumário. Quem ama a Deus, ama também ao próximo. Eis porque Santo Afonso, que se distinguiu tanto pelo amor a Deus, se distinguiu igualmente pelo amor ao próximo. Toda a sua longa vida pode ser chamada um exercício contínuo e árduo de caridade, que não fugia nem trabalhos, nem fadigas, nem oposições, nem perigos. Nós nos gloriamos de ser devotos do grande Santo, mas como é que lhe imitamos os exemplos? ... Podemos dizer que amamos verdadeiramente ao próximo como a nós mesmos ? Procuremos ser ao menos mais diligentes para o futuro.

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Um Milhão de Experiências

Meditação para o Dia 31 de Março

Caímos tantas vezes! Senhor, quanta miséria! Por que nos admirarmos de ser a enfermidade enferma, a fraqueza fraca, a miséria miserável? Que somos diante de Deus, que é o Divino Forte, senão fraqueza? Paciência! Nossa miséria é uma doença que não tem cura neste mundo. Nosso Senhor quer a nossa vontade. Ele faz o resto! A santidade não é obra de um dia. Enquanto não tocarmos a nossa miséria com o dedo e não nos convencermos do nada que somos, ainda nos resta muito a caminhar.

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Não se deve fazer caso do que dizem os Mundanos

Parte IV Capítulo I

Assim que a tua devoção se for tornando conhecida no mundo, maledicências e adulações te causarão sérias dificuldades de praticá-la. Os libertinos tomarão a tua mudança por um artifício de hipocrisia e dirão que alguma desilusão sofrida no mundo te levou por pirraça a recorrer a Deus. Os teus amigos, por sua vez, se apressarão a te dar avisos que supõem ser caridosos e prudentes sobre a melancolia da devoção, sobre a perda do teu bom nome no mundo, sobre o estado de tua saúde, sobre o incômodo que causas aos outros, sobre a necessidade de viver no mundo conformando-se aos outros e, sobretudo, sobre os meios que temos para salvar-nos sem tantos mistérios.

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Santo Afonso, modelo de Amor a Deus

Santo Afonso Maria de Ligório, modelo das Virtudes Fundamentais
Santo Afonso Maria de Ligório, modelo das Virtudes Fundamentais

Devoção a Santo Afonso como modelo das Virtudes Fundamentais. Mês de Março

Quis ergo nos separabit a caritate Christi? - “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm, 8, 35)

Sumário. Desde a mais tenra idade o nosso Santo começou a amar a Deus. Sabendo que o pecado é o único mal contrario à bondade divina, teve-lhe sempre horror supremo, ainda que fosse somente venial ou leve. Este amor o excitou a abandonar o mundo, para se consagrar ao serviço divino, e todos os seus grandes empreendimentos foram outros tantos efeitos do seu amor. Nós nos gabamos de sermos filhos do santo Doutor; mas como é que até hoje o havemos imitado?... Esforcemo-nos ao menos por imitá-lo no futuro, empregando os meios de que ele se serviu.

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