Meditação para o Sexto Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos dois meios de fazer todas as nossas ações perfeitíssimamente, é fazê-las: 1.° Na presença de Deus; 2.° Por Jesus Cristo. — Tomaremos a resolução: 1.° De nos lembrarmos as mais vezes possível da presença de Deus, para nos animarmos a fazer todas as coisas perfeitíssimamente; 2.° De procurarmos fazer todas as nossas ações com Jesus Cristo, por Ele e nEle (1), rogando-Lhe que nos encha do Seu espírito e de Suas disposições. Conservaremos como ramalhete espiritual as palavras de Deus a Abraão:
"Anda na minha presença, e serás perfeito" - Ambula cora me, et esto perfectus (Gn 17, 1)
Meditação para a Sexta Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a terceira condição, que requer a perfeição das nossas ações ordinárias, a saber a reta intenção, com que nos propomos, em tudo o que fazemos, agradar a Deus; e veremos: 1.° A necessidade desta reta intenção; 2.º As suas vantagens. — Tomaremos a resolução: 1.° De, em todas as coisas firmarmos bem a nossa intenção na vontade de Deus, e de adotarmos essa vontade com amor e alegria; 2.° De rejeitarmos constantemente qualquer outra intenção, que quisesse envolver-se nos nossos atos. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de São Paulo:
"Tudo quanto quer que fizerdes seja de palavra ou de obra, fazei tudo isso em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, dando por Ele graças a Deus Pai" - Omne quodcumque facitis in verbo aut in opere, omnia in nomini Domini nostri Jesu Christi, gratias agentes Deo et Patri per ipsum (Col 3, 17)
Meditação para a Sexta Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a maneira de fazer bem as nossas ações ordinárias e veremos que devemos fazê-las: 1.° Em estado de graça e com uma contínua aplicação em fazê-l as bem; 2.° Com exatidão e fervor. — Tomaremos a resolução: 1.° De nos conservarmos constantemente em estado de graça; 2.° De fazermos cada uma das nossas ações com exatidão e fervor, ou com grande desejo de as fazer bem. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Imitação:
Meditação para a Sexta Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos um terceiro princípio da vida cristã, que é tender em todas as coisas à maior perfeição, e veremos: 1.° Quanto este princípio é fundado na razão; 2.° Quanto seria imprudente adotar na prática um princípio contrário. — Tomaremos a resolução: 1.° De escolher sempre entre dois modos de fazer uma ação, o que nos parecer mais agradável a Deus; 2.º De nos conservarmos habitualmente dispostos a adotar em tudo o que for mais perfeito. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de São Paulo:
"Procuro em cada ação o modo mais perfeito de o fazer" - Ad ea quae sunt priora extendens meipsum (Fl 3, 31)
Meditação para o Quinto Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos dois outros princípios da vida cristã: o primeiro é que, qualquer que seja o grau de virtude que tivermos alcançado, cumpre-nos sempre julgar que estamos muito longe do que deveríamos ter alcançado; o segundo é que deixar de progredir na virtude, é retroceder. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De diligenciarmos fazer cada uma das nossas ações com toda a perfeição, de que somos capazes; 2.º De examinarmos, depois de cada ação, os seus defeitos, e de repará-los, fazendo melhor a ação seguinte. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apocalipse:
"Aquele que é justo, justifique-se ainda; e aquele que é santo, santifique-se ainda" - Qui justus est, justificetur adhuc; et sanctus sanctificetur adhuc (Ap 22, 11)
Meditação para a Quinta Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos a meditar sobre o desejo da vida perfeita, e veremos: 1.° Que este desejo é um indício de predestinação; 2.° Que cresce na alma à proporção que se progride na virtude. — Tomaremos depois a resolução: 1.º De aspirarmos incessantemente a uma mais alta perfeição; 2.° De nos lembrarmos muitas vezes do modo como os santos amavam e serviam a Deus, de nos envergonharmos de estar tão longe deles, e de nos excitarmos a amar e a servir a Deus como eles. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Salmista:
"Bem-aventurado aquele que resolveu no seu coração subir de virtude em virtude" - Ascenciones in corde suo disposuit (Sl 83, 6)
Meditação para a Quinta Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Depois de termos meditado o que Deus fez por nós, desde a Sua Encarnação no seio de Maria até à Sua presença quotidiana nos nossos tabernáculos, meditaremos de ora em diante o que devemos fazer por Ele, isto é, a vida cristã a que somos obrigados para com Ele. Começaremos por meditar sucessivamente os seus princípios gerais. O primeiro princípio é que, para progredir na vida cristã ou vida perfeita, devemos desejá-la com ardor e constância. Procuraremos penetrar-nos bem deste princípio, considerando: 1.° Que é muito justo, que se deseje com ardor e constância a vida perfeita; 2.º Que este vivo desejo é o melhor meio de vir a ser perfeito. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De dizermos a Deus, todas as manhãs, quando acordarmos, e de repetirmos muitas vezes durante o dia esta aspiração, acompanhada de um grande desejo de sermos ouvidos:
Meu Deus, dignai-vos fazer, que eu tenha hoje uma vida verdadeiramente cristã!
2.° De nos vigiarmos a nós mesmos, todo o dia, para evitar tudo o que for contrário à perfeição da vida cristã. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Salmista:
"A minha alma desejou ansiosa em todo o tempo as vossas justificações" - Concupivit anima mea desiderare justificationes mea (Sl 117, 20)
Meditação para a Quinta Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a comunhão frequente, e veremos: 1.° Que a comunhão frequente, fervorosa, é um grande bem; 2.° Que a comunhão frequente, tíbia, é um grande mal. — Tomaremos a resolução: 1.° De vivermos tão santamente, que possamos comungar muitas vezes; 2.° De vigiarmos sobre nós depois das nossas comunhões, para tirarmos bom proveito delas. O nosso ramalhete espiritual será as palavras de Santo Agostinho:
"Vivei de modo que mereçais comungar todos os dias" - Si vive, ut quotidie merearis accipere
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 5, 1-11
1Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão para escutar a palavra de Deus, 2Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. 3Entrou num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a multidão. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a pesca.» 5Simão respondeu: «Mestre, trabalhámos durante toda a noite e nada apanhámos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes.» 6Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, 7e eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem afundando. 8Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus, dizendo: «Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.» 9Ele e todos os que com ele estavam encheram-se de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo acontecera 10a Tiago e a João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» 11E, depois de terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus.
Breve introdução sobre a Obediência e o Apóstolo Patrono
Se poucas almas há que se dão inteiramente a Deus, é porque poucas são as que se submetem inteiramente à obediência. Há pessoas tão aferradas à própria vontade, que a mesmíssima coisa que, fora da obediência, lhes seria de gosto para ser executada, amarga e difícil se lhes faz quando exigida por obediência, é unicamente por esta causa; tais pessoas tomam prazer somente com executar o que lhes dita a vontade própria. Este não é o proceder dos santos, os quais só ficam tranquilos quando obedecem. São Filipe Néri dizia:
“Os que desejam progredir no caminho de Deus devem submeter-se a um confessor instruído, e dar-lhe obediência como ao próprio Deus; quem procede assim, pode estar certo de que não dará a Deus contas do que faz”
Deve-se ter confiança no confessor, ajuntava o Santo, e crer que Deus não lhe permitirá se engane: não existe meio mais seguro para um desfazer os artifícios do inimigo que seguir no bem a vontade de outrem; ao contrário, nada mais perigoso do que querer dirigir-se pelos seus conselhos pessoais. Se queres andar seguro no caminho da perfeição, deixa-te guiar por teus superiores, quanto às coisas externas, e obedece, em tudo que diz respeito a teu interior, a teu diretor espiritual. Os negociantes, para se assegurarem de seus negócios, exigem que outros prestem fiança; do mesmo modo, para assegurar teu eterno ganho, deves procurar a fiança da obediência para tuas obras todas. Persuade-te, por isso, vivamente de que é a Deus que obedeces quando obedeces a teus superiores. Se Jesus viesse pessoalmente para te encarregar de algum negócio ou ofício, recusar-te-ias talvez a obedecer-lhe ou desculpar-te-ias? Ora, é muito mais certo que é Deus mesmo quem te fala, quando teus legítimos superiores te mandam alguma coisa, do que quando Jesus, aparecendo-te, te incumbisse de alguma coisa, porque essa aparição poderia basear-se em um engano, ao passo que está fora de dúvida que Deus disse, em relação aos superiores:
“Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10, 16)
Esforça-te, portanto, para obedeceres em tudo que não for claramente pecado, com toda a prontidão, alegria e simplicidade. Não te faças muito rogar: um verdadeiro obediente não demora, não se desculpa, não mostra sua repugnância interna por um rosto enfadado, mas começa a executar imediatamente o preceito com alegria, nem sequer espera a ordem expressa do superior: basta saber que é sua vontade dirigir-se conforme isso. Não desejes igualmente saber as razões por que te mandaram fazer isto ou aquilo, pois assim tua obediência seria muito imperfeita. Se quiseres ser muito agradável a Jesus Cristo, suplica a teus superiores que te tratem inteiramente conforme o seu parecer e sem consideração alguma por ti; o merecimento da obediência será então muito maior. Esforça-te para que tua obediência se origine sempre da intenção de cumprir com a vontade de Deus, porque, se a praticares com outro intenção, por exemplo, para granjear a benevolência de teus superiores, satisfarás aos homens, mas não a Deus. Em casos duvidosos, faze aquilo que julgas que teus superiores ordenariam; e se não puderes resolver de forma alguma, faze aquilo que é mais oposto à tua inclinação. Sumário I. A sua natureza II. Do Mérito da Obediência III. Da Obediência dos Filhos a seus Pais IV. Da Obediência dos Criados a seus Amos V. Da Obediência ao Diretor Espiritual VI. A Obediência do Redentor VII. A Prática da Obediência VIII. Orações para alcançar a Virtude do Mês