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Tag: quaresma

Jesus é pregado na cruz

Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo

Capítulo XXVII

Crucifixerunt eum, et eum eo alios duos, hinc, et hinc, modium autem Jesum - "Crucificaram-no, e a outros dois com ele, um a um lado, outro do outro, e Jesus no meio" (Jo 19, 18)

Quando o Salvador chegou ao Calvário onde devia consumar o seu sacrifício e dar-nos o mais solene testemunho do seu amor, nem tempo de suspirar lhe deixaram. Arrancaram-lhe rudemente a sua veste, que estava colada ás chagas, e mais uma vez renovaram todas as suas dores. Mandam-no em seguida deitar-se sobre a cruz, afim de nela o poderem pregar. Sem demora nem resistência obedece o bom Jesus, estende-se sobre este leito de dor, não tendo por travesseiro senão os espinhos de que estava coroado. Então com uma sorte de furor arremessam-se sobre ele os algozes, pedem-lhe primeiro a mão esquerda, segundo é crença comum, e trespassam-na com um grosso cravo pelo meio dos nervos. Tendo-se estes comprimido pela violência da dor e não podendo a mão direita estender-se até ao buraco que no outro braço da cruz tinham aberto, foi necessário estender esta mão com cordas; outro tanto foi necessário fazer aos pés, de sorte que todo o corpo de Nosso Senhor ficou deslocado. Que amargas dores!!! Calava-se porém o inocente Cordeiro e não deixava escapar de sua boca uma lastima; consertava fixos no céu os olhos; e oferecia a Deus por nossa salvação, os seus sofrimentos e a sua vida...

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Meditação para o IV Domingo da Quaresma

Dom Henrique Soares da Costa Por Dom Henrique Soares da Costa

O Evangelho de hoje é mais uma belíssima catequese batismal que nos prepara para a santa Páscoa. Não esqueçamos que em muitas paróquias adultos estão terminando seus preparativos para o Batismo. No Domingo passado, no Evangelho da Samaritana, vimos que Jesus é o Messias que dá a verdadeira água do Espírito Santo, água que jorra para a Vida eterna. Neste hoje, “ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença”. Esse homem simboliza os judeus; pode simbolizar também a humanidade toda: enquanto não somos dados à luz no Batismo, somos cegos, nascemos cegos! Nunca esqueçamos que cristãos nos tornamos pela fé e o Batismo! Ninguém nasce cristão!

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Jesus, condenado à morte, leva a sua cruz ao Calvário

Capítulo XXVI

Et bajulans sibi crucem, exivi in eum qui dicitur Calvariae locum - "E tomando a sua cruz, caminhou para o lugar chamado Calvário" (Jo 19, 17)

Depois da flagelação de nosso Senhor, vendo-o Pilatos reduzido a um estado tão digno de compaixão, julgou apaziguaria os seus inimigos com lh’o mostrar somente. Conduziu-o pois a uma espécie de balcão, e mostrando-os aos judeus, lhes disse:

“Eis o homem!”

O povo emudeceu, e começava talvez a ganhar a compaixão, mas os príncipes dos sacerdotes e seus ministros bradaram, ao vê-lo:

“Crucifica-o, crucifica-o!”

Pilatos caído da sua esperança diz-lhe agrément:

“Pois bem! Tomai-o vós mesmos e crucificai-o; eu não acho nele causa para o condenar”

Os judeus lhe responderam:

“Nós temos uma lei e segundo esta lei deve morrer porque se fez Filho de Deus. .. Demais, se o não condenas à morte, não és amigo de Cesar”

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É por amor nosso e por causa do pecado que Jesus foi coberto de chagas

Jesus Cristo Chagado

Capítulo XXV

Ipse autem vulneratus est propter iniquitates nostras, attritus est propter scelera nostra - "Foi coberto de chagas por causa de nossas iniquidades; foi dilacerado para expiar os nossos crimes" (Is 53, 5)

O mínimo tormento sofrido por nosso Salvador era seguramente mais que suficiente para satisfazer à justiça de Deus, e apagar os pecados do mundo: mas o amor que nos tinha não se pôde contentar com isso. Afim de expiar os nossos crimes e até para nos provar a grandeza da sua ternura para conosco, o nosso Redentor quis ser, na frase de Isaías, vulneratus e attribus, isto é, coberto de chagas desde os pés até à cabeça, de tal sorte que o seu adorável corpo não oferecia parte alguma sã. Assim Isaías o compara a um leproso: Et dos putavimus eum quasi leprosum, et percussum a Deo et humilhatum (Is 53, 4). Quando com os olhos da fé se considera Jesus todo coberto de chagas, quando se contempla o seu corpo horrivelmente rasgado e a cair em pedaços ensanguentados, é fácil compreender quão grande é o amor deste divino Salvador por nós. Ó homem, exclama Santo Agostinho, reconhece quanto vales, aprende que reconhecimento não deves ao teu Deus; aprende qual é a tua dignidade pelo que lhe custou a resgatar-te: vê agora quão infame seria ultraja-lo ainda com teus pecados; sabe pôr um freio às tuas paixões e um termo ás tuas desordens.

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Da Coroação de Espinhos

Coroação de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo

Capítulo XXIV

Et placlentes coronam de spinis, posuerunt supet caput ejus - "Depois tecendo uma coroa de espinhos lh'a puseram na cabeça" (Mt 27, 29)

Foi seguido o suplício da flagelação de um outro, ou sugerido pela raiva dos judeus, ou inventado pela brutalidade dos soldados. Os soldados do governador levam Jesus ao pretório, e ai, estando reunida toda a corte em volta dele, despem-lhe Os vestidos, lançam-lhe sobre os ombros um manto de escarlate, a imitar a púrpura real, por cetro põem- lhe na mão uma cana, por coroa cobrem-lhe a cabeça de entrelaçados espinhos; e como se estes espinhos não entrassem bem por uma carne já toda aberta pelos açoites, agarram da cana que tinha “e ferindo-o no rosto, enterram com todas as suas forças esta cruel coroa”. Ó espinhos, ó criaturas! Que fazeis? Porque atormentais assim o vosso Criador? Mas não é aos espinhos que devo dirigir estas exprobrações. Iniquidades dos homens, sois vós quem penetrastes a cabeça do Redentor; sim, meu doce Jesus, sou eu que por pensamentos e desejos culpáveis formei vossa coroa de espinhos; agora detesto-os, aborreço-os mais que todo outro mal, mais que a mesma morte. Ó espinhos consagrados pelo sangue do filho de Deus! A vós me volvo contrito e humilhado; penetrai a minha alma, e fazei que ela seja sempre penetrada de dor de haver ofendido um Deus tão bom. Meu amável Redentor, pois que tanto sofreis por mim, desprendei-me das criaturas e de mim mesmo, afim de com verdade poder* dizer que não pertença mais a mim, mas que só a vós, só inteiramente a vós pertenço.

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Jesus é conduzido diante de Herodes, que o despreza e trata como um insensato

Capítulo XXII

Sprevit illum Herodes cum exercitu suo, et illusit indutum veste olha, et remisit ad Pilatum - "Herodes e sua corte desprezou-o, e, tratando-o com irrisão, o revestiu de uma veste branca e o reenviou a Pilatos" (Lc 23, 2)

Tinha o nosso bom Mestre passado a noite no meio dos criados do sumo sacerdote: todos os insultos, todas as afrontas que é possível imaginar, sofrera em silêncio, sem se queixar, tudo oferecendo ao Pai para nos obter o perdão dos nossos pecados.
“Tendo chegado o dia, diz Santo Afonso de Ligório no Amor de Jesus, os judeus levam Jesus a Pilatos para que este o condene à morte; mas Pilatos declara-o inocente, e para se livrar das impertinências dos judeus, que continuam a pedir a morte do Salvador, envia-o a Herodes. Sumo prazer sentiu Herodes ao ver em sua presença Jesus Cristo; esperava que ele para se livrar da morte faria diante de si alguns daqueles prodígios de que tanto ouvia falar e assim começa a fazer-lhe muitas perguntas. Mas, porque Nosso Senhor não se queria livrar da morte, nem Herodes era digno de suas respostas, Jesus guardou silencio e nada respondeu. Então este rei soberbo, “com toda a sua corte o encheu de desprezos, e vestindo-lhe uma veste branca” para assim ser olhado como um ignorante e um insensato, o tomou a mandar a Pilatos.

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São Pedro nega três vezes a seu Divino Mestre – Seu arrependimento

Capítulo XXI

Petrus coepit anathematizare et jurare: Quia non novi hominem istum - "Pedro começou a fazer imprecações e a jurar: Não conheço este homem..." (Mc 14, 71)

Et egressus foras, flevit amare - "E tendo saído, chorou amargamente" (Mt 26, 75)

Oh! Como esta renuncia de São Pedro deveu trespassar o coração de Jesus! Pedro, o príncipe dos apóstolos; Pedro, honrado da confiança particular do seu Mestre, nega covardemente Aquele que há pouco prometera acompanhar até à morte! Oh! Jesus destinado ao suplício e declarado infame, reus est mortis. Jesus coberto de escarros por uma populaça vil. Jesus tratado com indigna derivação por uma turba ímpia e furiosa de criados. Jesus saciado de ignomínias, de penas, de insultos. Jesus abandonado já por vossos próprios discípulos, para que permitistes que a negação de São Pedro viesse ainda aumentar as vossas dores?... Ah! É que vosso amor queria-nos dar uma grande lição: queria-nos ensinar, pela queda do vosso apóstolo, a evitar a presunção, desconfiar das nossas próprias forças, e não confiar senão em vós; queríeis ensinar-nos a temer a nossa fraqueza, a não olhar longos anos passados em serviço vosso como um motivo de segurança.

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Jesus recebe uma bofetada de um dos oficiais do Sumo Sacerdote

Capítulo XX

Unus assistens minisirorum dedit alapam Jesu - "Um dos quadrilheiros, que ali estava, deu uma bofetada em Jesus" (Jo 18, 22)

Acabava o nosso divino Salvador de ser apresentado a Caifás, que, como pontífice naquele ano, “lhe fez perguntas sobre seus discipulos e qual era a sua doutrina. Eu falei publicamente ao mundo, eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, aonde concorreram todos os judeus, e em oculto nada disse. Para que me perguntas? Pergunta àqueles que ouviram o que lhes falei: ei-los ai estão, sabem o que eu lhes ensinei”. Digna era esta resposta da sabedoria mesma que a proferira. Mas não obstante, um dos quadrilheiros que ali se achava, vira-se para Jesus e com insolência lhe diz: “Assim respondes ao pontífice?”. Dizendo isto lhe descarrega uma bofetada. Uma bofetada! Espíritos celestes, onde estais? Que fazeis, anjos Bem-aventurados! como podeis sofrer uma afronta destas ao vosso rei? Uma bofetada!!! Severamente devia ser punido o oficial que tal trato dera a Jesus; mas o pontífice aprovou, ao menos por seu silencio, ação tão bruta. A um tal desacato parece que a terra devia entreabrir-se para abismar este malvado; parece que Jesus devia fazer sentir a este.insolente que ele era o seu Deus; mas não. Jesus, abrasá-lo sempre do desejo de nos provar o seu amor e nos deixar salutares exemplos, sofre com toda a paciência esta afronta e se responde é só para evitar o escândalo, mostrando que não faltara ao respeito ao pontífice.

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Jesus traído pelo pérfido Judas e preso como um ladrão

Capítulo XIX

Comprehenderunt Jesum, et ligaverunt eum - "Prenderam a Jesus e o manietaram" (Jo 18, 12)

O pérfido Judas decidira-se a trair Jesus. Acompanhado de uma multidão de soldados romanos e de criados armados de lanternas e varapaus dirigiu-se para o jardim das Oliveiras, onde sabia que seu divino Mestre ia orar à noite. De caminho disse à sua tropa:

“Como não conheceis de vista a Jesus de Nazareth, notai aquele em quem eu der um beijo: esse é que deveis prender; mas conduzi-o com precaução e olhai não vos escape”

O sinal e os conselhos eram dignos de Judas. Depois de medidas tão bem tomadas, entra no jardim; deixa a sua tropa a alguma distancia e reconhecendo Jesus, seu Salvador, corre a ele dizendo: “Eu te saúdo, Mestre”, e lançando-se ao pescoço o beija. O Cordeiro de Deus não recusou este beijo, por ventura o mais cruel de todos os tormentos da sua paixão; mas como conhecia o desígnio deste desgraçado, a ver se ainda o ganhava e fazia cair em si mesmo, diz-lhe com uma doçura capaz de abrandar um tigre e converter um celarado ordinário:

“Judas, pois é com um beijo que entregas o teu Mestre?”

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Tristezas de Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras, seu suor de sangue, sua resignação à vontade de Deus

Capítulo XVIII

Tristis est anima mea usque ad mortem - "A minha alma está numa tristeza mortal" (Mt 26, 38)

Começa aqui o cruento curso da paixão do nosso divino Salvador; agora é que nós vamos ver este bom Mestre vitima de anil e mil tormentos por nosso amor. Depois de haver instituído o sacramento da Eucaristia, depois de haver dado aos seus apóstolos as ultimas instruções, Jesus, a quem agora neste mundo só restava sofrer e morrer, “foi, como costumava, para a outra banda do Ribeiro de Cedron, ao monte das Oliveiras, a um lugar chamado Getsemani, onde havia um horto no qual entrou ele e seus discípulos”. Como chegava o momento do combate, quis para nossa instrução preparar-se para ele com a oração.

“Disse, pois, a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou acolá e oro ; orai também vós para que não entreis em tentação. E levou consigo Pedro, Thiago e João”

Mas mal chegou ao lugar mais retirado do horto, “começou a ter pavor, e a angustiar-se em extremo”, e esta angustia foi tanto além, que ele, que nunca se queixou de nada, ele que tanto ansiava sofrer, julgou dever dizer a seus discípulos:

“A minha alma acha-se numa tristeza mortal”...

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