Foi isso justamente o que queriam exprimir Moisés e Elias no monte Tabor, ao falar da paixão de Jesus Cristo como de excesso de amor:“Pela extrema caridade com que nos amou, nos convivificou em Cristo, quando estávamos mortos pelos pecados” (Ef 2,4).
Quando nosso Salvador veio ao mundo para remir os homens, os pastores ouviram os anjos cantarem:“E falava de seu excesso que havia de realizarem Jerusalém”(Lc 9,31).
Mas ao humilhar-se o Filho de Deus, fazendo-se homem por amor do homem, parecia que antes se obscurecia do que se manifestava a glória de Deus. E afinal não era assim, pois a glória de Deus não podia ser melhor manifestada ao mundo do que pela morte de Jesus em prol da salvação dos homens, visto a Paixão de Jesus nos ter manifestado as perfeições dos atributos divinos. Ela nos fez conhecera grandeza da misericórdia divina, querendo um Deus morrer para salvar os pecadores e morrer de uma morte tão dolorosa e ignominiosa. São João Crisóstomo diz que o sofrimento de Jesus Cristo não foi um sofrimento comum e a sua morte não foi uma simples e semelhante à dos homens (Serm. de pass.).“Gloria a Jesus nas alturas” (Lc 2,14).