II. Sermão para o 2º Domingo do Advento
Nota: Ms. t. XI, p. 164. - Déforis, IV, 200. - Lachat, VIII, 177. — Este magnífico sermão deve ser estudado de muito perto sob todos os pontos de vista; haveria grande proveito em o comparar com os Pensamentos de Pascal; é, por assim dizer, o resumo eloquentíssimo dessa Apologia do cristianismo. O discurso da Divindade da Religião seria talvez, se o discurso da Unidade da Igreja não existisse, a obra prima de Bossuet, como autor de Sermões
Pregado no Louvre no dia 6 de dezembro de 1665.
SUMÁRIO
Exordio. — O Salvador passou, fazendo bem e curando todas as enfermidades. Os milagres eram os sinais sagrados dos prodígios sobrenaturais que a sua religião devia realizar.
Proposição e divisão. — Jesus Cristo quis na fé
«que as verdades fossem sublimes; na regra dos costumes que o caminho fosse estreito; na remissão dos pecados que o meio fosse fácil». 1.º Ponto. —
«A doutrina do Salvador estabeleceu-se no mundo e mantem-se nele como uma rainha no seu império; ora a sublimidade das verdades cristãs» leva-nos a sublevar-nos
«contra a autoridade de Jesus Cristo».
2.º Ponto. — A moral do Salvador disciplinou maravilhosamente o indivíduo, a família, as amizades e a sociedade; ora, a exatidão da regra cristã leva-nos a queixar-nos do rigor da Igreja.
3.º Ponto. — As portas da penitência estão sempre abertas, o que nos arrasta a abusar da paciência da Igreja.
Peroração. — Nós devemos viver de tal maneira que as instituições da clemência divina não venham a ser para nós uma causa de condenação.
Caeci vident, claudi ambulant, leprosi mundantur, etc., e quase em seguida: Beatus qui non fuerit scandalizatus in me! Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar! (Mt 11, 5 e 6).