Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João 16, 16-22
«Ainda um pouco, e deixareis de me ver; e um pouco mais, e por fim me vereis.» 17Disseram entre si alguns dos discípulos: «Que é isso que Ele nos diz: ‘Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? E também: ‘Eu vou para o Pai’?» 18Diziam, pois: «Que quer Ele dizer com isto: ‘Ainda um pouco’? Não sabemos o que Ele está a anunciar!» 19Jesus, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes: «Estais entre vós a inquirir acerca disto que Eu disse: ‘Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? 20Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria! 21A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque chegou a sua hora; mas, quando deu à luz o menino, já não se lembra da sua aflição, com a alegria de ter vindo um homem ao mundo. 22Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
"Ó Maria, nós, miseráveis pecadores, não sabemos achar outro refúgio fora de vós. Sois nossa única esperança a quem confiamos a nossa salvação; perante Jesus Cristo sois nossa única advogada, a quem nos dirigimos"
Astro precursor do sol é Maria, nas revelações de Santa Brígida. Quer isto dizer: Quando em uma alma pecadora desponta a devoção a Maria, é sinal certo que dali a pouco Deus a virá enriquecer com a Sua graça. Para avivar nós pecadores a confiança na proteção de Maria, recorre o glorioso São Boaventura à imagem de um mar agitado pela tempestade.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 16,
Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo. De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro. Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?» Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado. Ide, pois, e dizei aos seus discípulos e a Pedro: ‘Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis, como vos tinha dito’.»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 8, 23-27
Depois subiu para o barco e os discípulos seguiram-no. Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia. Aproximando-se dele, os discípulos despertaram-no, dizendo-lhe: «Senhor, salva-nos, que perecemos!» Disse-lhes Ele: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma. Os homens, admirados, diziam: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»
Breve introdução sobre a Esperança e o Apóstolo Patrono
Quoniam in me speravit, liberabo eum, protegam eum, quoniam cognovit nomen meum – Porquanto em mim esperou, livrá-lo-ei; protegê-lo-ei, porquanto conheceu o meu nome (Sl 90, 14)
A esperança é uma virtude sobrenatural, pela qual, firmados nas promessas de Deus, esperamos confiadamente a salvação eterna e todas as graças que necessitamos para consegui-la. Para nos persuadirmos de grande valor desta virtude e nos estimularmos à sua prática, consideremos os motivos, os objetos, as propriedades e os efeitos da esperança. A nossa esperança de conseguir a salvação e os meios necessários para isto deve ser certa da parte de Deus. Os fundamentos desta certeza são o poder, misericórdia e fidelidade de Deus: mas destes três motivos de confiança, o mais firme e certo é a fidelidade infalível de Deus na promessa que nos fez, por causa dos méritos de Jesus Cristo, de nos salvar e conceder-nos as graças necessárias à salvação... Todavia esta promessa é condicional, pois exige, da nossa parte, que correspondamos à graça e oremos. Aquele que ora com certeza se salva. Crê firmemente “que ninguém esperou no Senhor e foi confundido” (Eclo 2, 11). Pondera que Deus te ama mais do que tu a ti mesmo. Davi achava consolação no pensamento:
“O Senhor cuida de mim” (SI 39, 18)
Dize também tu ao Senhor:
Senhor, lanço-me nos Vossos braços; só quero pensar em amar-Vos e agradar-Vos; Vós não só desejais o meu bem, mas cuidais igualmente de mo assegurardes. Em Vós, pois, confio, porque quereis que ponha em Vós só toda a confiança: 'Ponde no Senhor toda a vossa solicitude, porque ele tem cuidado de vós” (Pd 5, 7)
Para te firmares mais na confiança em Deus, lembra-te muitas vezes da maneira carinhosa com que te tratou até agora e dos meios compassivos de que usou para ganhar-lo a Seu amor. Agora que estás resolvido a amar a Deus quanto possível, deves temer unicamente mostrar pouca confiança no trato com Deus. Sua misericórdia para contigo é a mais segura prova de Seu amor. A falta de confiança naquelas almas que O amam ternamente e são por Ele amadas, O desagrada sumamente. Se queres, pois, agradar Seu amoroso coração, mostra-lhe então, no futuro, a maior e mais íntima confiança que te for possível. Um ato especial de confiança, que agrada de um modo todo particular a Deus, consiste em lançar-se a Seus pés e pedir-Lhe perdão logo depois de se ter cometido uma falta. Pondera que Deus está tão inclinado a perdoar, que Ele deplora vivamente a desgraça do pecador que vive longe dEle, privado de Sua graça. Se caíres, pois, em algum pecado, eleva imediatamente teus olhos a Deus, espera confiadamente o perdão, e dize:
“Senhor, aquele a quem amais está doente” (Jo 11, 3)
“Curai a minha alma, porque contra Vós pequei” (SI 40, 5)
O mal está feito; que devo fazer? Não quereis que eu desespere; amais-me ainda, apesar de meu pecado. Arrependo-me de todo o coração de Vos ter desagradado; perdoai- me, pois, e fazei-me ouvir as palavras que dissestes a Madalena: “Teus pecados te são perdoados" (Lc 7, 48)
Ainda que recaias cem vezes no dia no mesmo pecado, não deves deixar de recorrer a Deus depois de cada queda. Se tua alma permanecer abatida e pusilânime, teu amor arrefecerá dentro em breve; se, porém, recorreres a Deus imediatamente pedindo-Lhe perdão e prometendo-Lhe emenda, tuas faltas te servirão para maior progresso no amor de Deus.
Apóstolo Patrono para o Mês de Fevereiro: Santo André.
Um religioso da Ordem de São Domingos, ao exorcizar um possesso, perguntou ao demônio em que lugar queria ele habitar. O demônio respondeu pela boca do possesso:
“Quisera estar no Céu, para gozar a visão de Deus. Eu só vi um instante a Sua Face Adorável e, para obter segunda vez esse favor e gozar ainda, um instante só, a mesma felicidade, aceitaria tudo, tudo o que sofreram todos os demônios reunidos, desde o começo e até o último dia do Juízo”
Mãe da santa esperança, e esperança até dos desesperados, é Maria Santíssima, cuja Imaculada Conceição celebra hoje, entre os esplendores da Liturgia, a Santa Igreja de Deus!
Tota pulchra es Maria - “Toda bela sois, Maria"
Et macula originalis non est in te - "E a mancha do pecado não existe em Vós”
Assim canta hoje a prece litúrgica. E, para consolo nosso, acrescenta:
Tu Advocata peccatorum, ora pro nobis, interce pro nobis ad Dominum - “Vós, advogada dos pecadores, rogai por nós, intercedei por nós”
Há homens materializados, pagãos, sem esperança alguma além-túmulo. Julgam encontrar alívio no pensamento de uma aniquilação total da criatura humana após a morte. É a esperança pagã. A esperança dos gentios, diz Santo Ambrósio, é que a morte faça acabar todos os males. E, como tiveram uma vida estéril, assim, dizem, a morte será apenas o fim de uma carreira de sofrimentos a que estávamos presos. Quanto a nós, cristãos, mais generosos, pela esperança na recompensa, somos mais resignados, porque temos motivos de consolação. Não cremos ter perdido, mas apenas enviado um pouco antes de nós os que morreram, não como vítimas para a morte, mas como cidadãos para a Eternidade!
Deus separa agora o que Ele uniu, mas para reunir tudo depois numa vida melhor e eterna. Logo se há de romper o véu que nos encobre a visão Divina, e no Senhor veremos os que choramos saudosos. Que pensamento consolador!
“Fico sempre comovido – escreveu Lamenais – quando leio, na Escritura Sagrada, aquelas histórias ingênuas dos dias antigos, no tempo dos patriarcas. Tempo feliz em que os homens viviam e morriam com tanta calma, como quem dorme depois de um dia fatigante e laborioso”